Comentário de Albert Barnes: Apocalipse 6:2a

COMENTÁRIO, APOCALIPSE, ESTUDO BIBLICO, TEOLOGICO
E eu vi, e eis... A questão foi suscitada quanto ao modo de representação aqui: se o que João viu nestas visões foi uma série de imagens, elaboradas em parcelas sucessivas do volume como um selo foi aberto após o outro, ou se a descrição dos cavalos e dos eventos foi escrito sobre o volume, de modo que João o lê ele mesmo, ou o ouviu lido por um outro, ou se a abertura do selo foi apenas a ocasião de uma representação cênica, em que uma sucessão de cavalos foi introduzido, com uma declaração por escrito dos eventos que são referidos. Nada é de fato dito pelo que esta pode ser determinado com certeza, mas a hipótese mais provável parece ser que houvesse alguma representação pictórica na forma e aparência, como ele descreve na abertura dos seis selos. Em favor desta pode-se observar:

(1) Que, de acordo com a interpretação de Ap 6:1, era algo dentro ou sobre o volume - visto que ele foi convidado a se aproximar, a fim de que ele pudesse contemplar.

(2) Cada uma dessas coisas debaixo dos primeiros quatro selos, onde João usa a palavra “vi,” é capaz de ser representado por uma figura ou desenho.

(3) A linguagem aqui usada não é tal como teria sido empregada se ele tivesse meramente lido uma descrição, ou a tivesse ouvido a leitura.

(4) A suposição de que a representação pictografica não estava no volume, mas que a abertura do selo era a ocasião de apenas fazer passar uma representação cênica em sua mente, é desnatural e forçado.

Qual seria a utilização de um volume fechado nesse caso? Qual o uso da escrita, dentro e fora? Nesta hipótese a representação seria que, como os selos foram abertos sucessivos, nada foi divulgado no volume, mas uma sucessão de trechos em branco, e que o mistério ou a dificuldade não estava em nada no volume, mas na falta de capacidade para evocar estas sucessivas representações cênicas. A interpretação mais óbvia é, sem dúvida, que o que João passa a descrever foi de alguma forma representado no volume, e a ideia de uma sucessão de imagens ou desenhos se conforma mais com a representação, do que a ideia de que era uma mera descrição escrita. Na verdade, essas cenas sucessivas podem ser bem representadas agora em uma forma pictórica de um pergaminho.





Fonte: Albert Barnes' Notes on the Bible, de Albert Barnes (1798-1870)