Características dos Livros do Novo Testamento

NOVO TESTAMENTO, LIVROS, CARACTERÍSTICAS
1. Os Evangelhos Sinópticos – Sinóptico é uma palavra que significa “visto do mesmo ângulo”, “observado do mesmo ponto de vista” ou “visto sob a mesma ótica”. São eles: Mateus, Marcos e Lucas. Eles mostram Jesus, que nasceu de Maria, viveu como homem, foi batizado no rio Jordão por João Batista, fez milagres, ensinou, morreu na cruz, ressuscitou e, ordenou que os discípulos anunciassem o Evangelho a todos os povos. Contudo, o estudioso da vida de Jesus, de imediato tem de se defrontar com o "problema sinóptico": Porque os três primeiros evangelhos (ou sinópticos) são tão parecidos entre si?

O problema sinóptico entra em foco quando a seguinte estatística é observada: Cerca 93-95% do Evangelho de Marcos é reproduzido em Mateus e Lucas. Dos 661 versículos contidos em Marcos, todos, exceto cerca de 30, são encontrados nos outros dois sinópticos. A substância de 606 versículos pode ser encontrada em Mateus (correspondendo a 500 por causa de diferente disposição do conteúdo). Lucas reproduz cerca de 320 versículos de Marcos, incluindo 24 que Mateus não usou. Isso significa que dos 661 versículos contidos em Marcos, somente 30 não aparecem nos outros dois . Isso significa que 93-95% de Marcos é encontrado ou em Mateus ou em Lucas, mas, somente 58% de Mateus e 41% de Lucas é encontrado em Marcos (e, apenas 8% de João é comum a Marcos).

As concordâncias e coincidências são bem impressivas no Novo Testamento grego. Versículos idênticos nos três Evangelhos e, idênticos em dois, são imediatamente evidentes. A concordância, em um grande número de casos, é encontrada no vocabulário e na ordem de palavras. Em outros exemplos, são usados sinônimos, e é observada a ordem invertida. Também se observa que a ordem geral da narrativa de eventos é seguida. Quando um dos outros dois Evangelhos diverge da ordem de Marcos, o outro é fiel a ele. Mateus e Lucas dificilmente concordam juntos em contraposição a Marcos.

Este é o problema sinóptico. É a tarefa do estudante do Novo Testamento tentar explicar as semelhanças e divergências nos três Evangelhos. "Porque eles têm tantas coisas em comum, e como explicar as diferenças?".

É difícil para muitos, aceitar a idéia de que os escritores dos Evangelhos poderiam ter usado histórias, tanto escritas quanto orais, acerca da vida de Cristo. Sua concepção dos Evangelhos é que o Espírito Santo deu o material a cada um dos escritores de maneira mecânica; ou seja, os autores dos Evangelhos eram simplesmente penas nas mãos do Espírito Santo. Contudo, o prefácio do Evangelho de Lucas (1:1-4), afirma claramente que ele havia investigado muito inteiramente o material a ser escrito. Isso indica que Lucas teve acesso a fonte tanto orais quanto escritas. Deve ser presumido, então, que os escritores dos Evangelhos também usaram "fontes" para sua obra.

2. O Evangelho Segundo João – Não pode ser contado entre os sinópticos, porque João quis mostrar Jesus de outro ângulo. Ele fala de Deus, Criador do mundo, que se fez carne e habitou entre nós. Fala dos milagres e dos ensinos de Jesus, mas para provar que Jesus é Deus.

Foi João quem registrou a polêmica de Jesus como os fariseus, em que Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”, Jo.6.35. “Porque Eu desci do céu” (v.38); “Eu sou o pão que desceu do céu” (v.41) etc. Só João registrou palavras de Jesus, como: “Eu e pai somos um” ( Jo.10.30) e, “quem me vê a Mim vêm o Pai” (Jo.14.9) e “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em Mim, e eu em ti... “ (Jo.17.21). Finalmente, o que encontramos em Mateus está em Marcos e Lucas, mas não está, de modo geral, em João. E nem tudo o que está em João encontramos nos três sinópticos.

Evidentemente, João era da opinião que os evangelistas sinópticos já haviam apresentado informações suficientes sobre o ministério na Galiléia e sobre o Reino de Deus; por esta razão, sua ênfase recaiu sobre a Divindade de Jesus.

3. O Livro de Atos – Fala da fundação da Igreja, que aconteceu no dia do Pentecoste; do viver diário dos cristão primitivos; de suas lutas; perseguições e vitórias; e, da expansão do Evangelho através das obras missionárias iniciadas com Paulo e Barnabé.

4. As Epístolas – Ou Cartas são interpretações dos ensinos de Jesus e o estabelecimento da doutrina cristã. Elas foram escritas para atender necessidades da época, e não, com o objetivo de compor um volume, como a Bíblia que temos hoje. Contudo, Deus estava coordenando tudo, visando o estabelecimento da doutrina cristã para que, todos os povos em todas as épocas, pudessem conhecer a Verdade do Evangelho de Cristo. Essas epístolas são:

 Doutrinárias – Especialmente Romanos, Gálatas e Hebreus; embora as outras também tratem do assunto.

Um manual de vida cristã – 1ª e 2ª Coríntios, 1ª e 2ª Timóteo, Tito e 1ª, 2ª e 3ª João.

Pessoais – Efésios, Colossenses, Filipenses, 1ª e 2ª Tessalonicenses, Tiago, 1ª e 2ª Pedro e Judas.

5. Livro de Profecia: Apocalipse - O livro de Apocalipse de João é a previsão dos últimos acontecimentos, tanto com relação aos justos quanto aos ímpios. Trata de consumação dos tempos, com a obra de Deus chegando ao seu desfecho.

A VIDA PÚBLICA DE JESUS - Testemunho extra-bíblico.

Mateus, Marcos, Lucas e João - com todo o direito figuram em primeiro lugar como as principais fontes de estudo sobre a vida de Jesus. As poucas fontes informativas não-canônicas - o historiador judeu do primeiro século, Josefo (com posteriores inserções feitas por copistas cristãos), o Tamulde Babilônico e, os escritores romanos Plínio (o Jovem), Tácito, Suetônio e Luciano - são tão lacônicas que não se revestem de valor algum, na tentativa de reconstituição da carreira de Jesus. No entanto, confirmam que Ele realmente viveu, tornou-se uma figura pública, morreu sob Pôncio Pilatos e, que num espaço de doze anos após a Sua morte, a adoração à Sua Pessoa já havia chegado à lugares tão distantes quanto Roma.