Estudo sobre Neemias 7
Neemias 7
Precauções
de segurança (7.1-4)
Embora o muro de Jerusalém
estivesse completamente reconstruído a essa altura, a segurança da cidade
ainda não estava suficientemente garantida. Por isso, Neemias tomou
algumas medidas importantes para resolver esse assunto. Encarregou dois homens para
governar Jerusalém (v. 2): o seu irmão Hanani, que, um anos
antes, o tinha visitado em Susã e levado a ele a notícia acerca
da situação da cidade (1.2), e Hananias, que já havia sido
apontado como governador da cidadela ao norte do templo. Hananias era
íntegro e temia a Deus mais do que a maioria dos homens, e
especialmente mais do que “muitos de Judá” que estavam comprometidos por
juramento com Tobias (6.18). Neemias também estabeleceu os horários em que as
portas da cidade estariam abertas e quando deveriam ser fechadas (v. 3a).
Insistiu ainda em que deveriam ser nomeados guardas para proteger as casas
particulares da cidade (v. 3b). Neemias percebeu também que
Jerusalém seria um lu-gar mais seguro se fosse mais adequadamente
habitado, pois nesse momento havia poucos moradores, e as casas ainda
não tinham sido reconstruídas (v. 4). Essa última afirmação
precisa ser compreendida de forma relativa, e não no sentido absoluto,
pois há menção de algumas casas em Jerusalém no v. 3, como também em Ag
1.4. Havia necessidade, portanto, de mais casas em Jerusalém e de mais pessoas
para ocupá-las, pois, enquanto a cidade estivera desprotegida
por falta de muros, somente um pequeno número de pessoas havia se disposto
a se estabelecer ali, e a maioria dos judeus havia escolhido morar no
distrito em volta (v. 73). A decisão de Neemias, portanto, foi tentar
encorajar alguns deles a estabelecer residência dentro da cidade; mas ele
pediu que somente os de pura linhagem judaica fizessem isso.
Assim, ele tomou emprestado
dos arquivos do templo o registro daqueles que tinham retornado da Babilônia
para Jerusalém em decorrência do decreto de Ciro, 93 anos antes (que
também está registrado em Ed 2, q.v. acerca de comentários) e ele o usou
como base para a sua iniciativa de repovoar Jerusalém. E por isso que a
lista está inserida mais uma vez na narrativa aqui nos v. 6-73.
A frase final desse
capítulo cabe melhor na narrativa registrada no capítulo seguinte.
V. A LEITURA E EXPOSIÇÃO DA
LEI (7.73B—8.18)
Os eventos descritos nesse
capítulo ocorreram quando chegou o sétimo mês (8.1), o mês de tisri. No
entanto, a história contada nos v. 1-12 ocorreu no primeiro dia do
sétimo mês (v. 2), o dia em que era celebrada a festa
das trombetas (Lv 23.24) pelos judeus. Isso ocorreu somente alguns dias
após a conclusão da reconstrução dos muros da cidade, que aconteceu “no
vigésimo quinto dia de elul” (6.15), o sexto mês.
A vocação do sacerdote
Esdras, por ser escriba, era “dedicar-se a estudar a Lei do Senhor e a
praticá-la, e a ensinar os seus decretos e mandamentos aos israelitas” (Ed 7.10).
Ensinar as leis de Deus àqueles que não as conheciam foi um dos propósitos
para os quais o rei Artaxerxes havia mandado Esdras da Babilônia para
Jerusalém (Ed 7.25). Por isso, muitas vezes, ele deve ter se engajado
nessa tarefa entre a sua própria vinda para Jerusalém em 458 a.G. e a
chegada de Neemias em 445 a.C. Poucos judeus possuíam cópias pessoais dos
escritos da Lei; assim, a única forma em que poderiam se familiarizar com
a Lei era por meio de leituras em público, e isso era feito com frequência. Além
de ter sido feito como está descrito em detalhes no cap. 8, há mais
exemplos mencionados em 9.3 e em 13.1.Índice: Neemias 1 Neemias 2 Neemias 3 Neemias 4 Neemias 5 Neemias 6 Neemias 7 Neemias 8 Neemias 9 Neemias 10 Neemias 11 Neemias 12 Neemias 13