Estudo sobre Neemias 13
Índice: Neemias 1 Neemias 2 Neemias 3 Neemias 4 Neemias 5 Neemias 6 Neemias 7 Neemias 8 Neemias 9 Neemias 10 Neemias 11 Neemias 12 Neemias 13
X. A
SEGUNDA ADMINISTRAÇÃO DE NEEMIAS (13.1-31)
Quando em 445 a.C., o
vigésimo ano do reinado de Artaxerxes (2.1; 5.14), Neemias foi nomeado
governador da Judeia, houve um acordo de que ele voltaria ao rei
depois de um certo período (2.6). Mas foi somente depois de 12 anos,
em 433 a.C., no trigésimo segundo ano do reinado de Artaxerxes (v.
6), que Neemias se apresentou ao rei na Babilônia. Na
época devida, Neemias retornou a Jerusalém para continuar o seu trabalho
como governador da Judeia. Ao reassumir a sua função, ele descobriu, para
seu desgosto, que na sua ausência os judeus de Jerusalém tinham se
tornado cada vez mais displicentes nas suas tarefas morais e espirituais;
e esse capítulo conta uma série de exemplos disso.
O primeiro exemplo está
relacionado à tolerância demonstrada por um judeu proeminente a um amonita
proeminente. Numa recente leitura pública da Lei (como em 8.18), tinham dado atenção a Dt
23.3-6, que decretava que, em virtude de os amonitas e moabitas não terem dado água
e comida aos israelitas e terem contratado Balado para invocar
maldição sobre eles (v. 2), como está relatado em Nm 22.22-24, nenhum
amonita ou moabita (v. 1) poderia desfrutar dos plenos direitos de
pertencer à comunidade israelita. Mesmo assim, durante a ausência de
Neemias, ninguém menos do que o sumo sacerdote Eliasibe (um homem
já idoso a essa altura, a julgar por Ed 10.6), tinha dado ajuda a
ninguém menos do que o inimigo amonita Tobias (v. 4) ao
permitir que ele depositasse os seus móveis de casa “nas salas do templo do
Senhor” (Ed 8.29). Essa sala específica nas dependências do templo fora
usada como depósito para os dízimos do trigo, do vinho novo e
do azeite (v. 5) para os servos do templo; mas, visto que a
contribuição dos dízimos tinha minguado ultimamente, estava
desocupada, e assim disponível para ser emprestada a Tobias, de quem
Eliasibe era parente próximo (v. 4). Quando Neemias soube do mal
que Eliasibe fizera, ele ficou muito aborrecido, jogou todos
os móveis de Tobias fora da sala (v. 8) e ordenou que ela fosse
novamente usada para o seu propósito original (v. 9).
As consequências do fato de
que a prática dos dízimos tinha sido negligenciada e de que as promessas
da aliança alistadas em 10.35-39 não haviam se cumprido foram que os
servos do templo não receberam o sustento necessário e, para garantir a
sua sobrevivência, foram forçados a abandonar a obra sagrada para a
qual Deus os havia chamado e se tornaram agricultores (v. 10). Neemias
repreendeu os oficiais (v. 11) acerca desse assunto, pôs os
que serviam no templo de volta às suas responsabilidades sagradas, impôs
novamente a prática dos dízimos (v. 12) e designou quatro homens
confiáveis como encarregados dos depósitos (v. 13), que ficaram
responsáveis pela distribuição de suprimentos aos seus colegas.
Embora os judeus tivessem
se comprometido em 10.31 a não se envolver em transações comerciais no sábado,
logo esqueceram da sua promessa. Depois que Neemias havia retornado da
Babilônia, ele viu homens que trabalhavam nos tanques de prensar uvas
no sábado, carregando jumentos com cargas variadas e
transportando para Jerusalém, e também vendendo alimentos (v. 15). Ele também
viu comerciantes do porto fenício de Tiro que tinham um depósito em
Jerusalém vendendo peixes e toda espécie de mercadoria no
sábado. Essas práticas deveriam ter sido impedidas pelos nobres de
Judá (v. 17); por isso Neemias os repreendeu. Ele também ordenou que
as portas principais da cidade fossem mantidas fechadas desde o
anoitecer quando começava o sábado até o anoitecer do dia seguinte (v.
19). Com relação a algumas portas menores que devemos pressupor que permaneciam
abertas, Neemias nomeou alguns dos seus servos para que ficassem perto
delas a fim de garantir que nenhuma carga fosse levada para dentro da
cidade no sábado. Houve alguns comerciantes, no entanto, que tentaram
romper o bloqueio de Neemias montando suas barracas fora de Jerusalém
(v. 20); mas Neemias os descobriu e os ameaçou com o aprisionamento;
assim, eles decidiram não fazer isso novamente. Em seguida,
substituiu os seus servos por levitas como vigias das portas
(v. 22).
Apesar de os judeus terem
feito uma aliança em 10.30 para não contrair matrimônios com os pagãos, essa
promessa também foi logo descartada por eles, e Neemias descobriu judeus
que haviam se casado com mulheres de Asdode, de Amom e de Moabe (v.
23). Acerca dos que haviam se casado com mulheres de Asdode (na faixa
costeira ocidental, no antigo território dos filisteus), a metade dos
seus filhos falavam a língua de Asdode ou a língua de um dos outros
povos, e não sabiam falar a língua de Judá. Neemias agiu em relação a
eles com violência considerável, e devemos pressupor (embora isso não seja
expressamente afirmado) que ele ordenou que os infratores se
divorciassem das mulheres estrangeiras. O exemplo mais escandaloso de
casamento misto ocorreu entre um dos filhos de Joiada, filho do
sumo sacerdote Eliasibe (v. 28), e uma filha de Sambalate. Parece que
esse homem se negou a obedecer à ordem de Neemias para que despedisse
a sua esposa; então Neemias o expulsou para longe dele.
Os últimos dois versículos
do livro (v. 30, 31) descrevem
algumas das medidas positivas que Neemias tomou para corrigir o funcionamento
das atividades na casa de Deus.