Estudo sobre Êxodo 30

Estudo sobre Êxodo 30

Estudo sobre Êxodo 30



Êxodo 30
Instruções diversas (30.1—31.18) 
O altar de ouro (30.1-10) v. 1. Embora o altar dourado de incenso estivesse localizado dentro do Lugar Santo, ele é mencionado apenas em 25.23-40. Sugere-se comumente que o altar do incenso não pertencia ao tabernáculo original, e em parte porque parece ser acrescentado como um apêndice. É uma conclusão muito drástica fundamentar essa ideia em evidências tão esparsas. Que o altar dos holocaustos seja mencionado diversas vezes como “o altar” não significa necessariamente que fosse o único altar do tabernáculo; mas era o altar de uso mais comum. Foram encontrados altares de incenso datando do início do primeiro milênio a.C. em diversos sítios cananeus. E bem provável que Israel tenha usado um acessório desses nos seus rituais de adoração nessa época, como também na época do exílio e, talvez mais ainda, depois do exílio, v. 2. noventa centímetros (2 côvados) de altura', o altar dos holocaustos tinha 1,35 metro/3 côvados de altura (27.1). v. 3. moldura-, cf comentário de 25.11. v. 6. A posição do altar de ouro em relação à arca da aliança (heb. ”do testemunho”) e à tampa é destacada (cf. 40.5). Em lRs 6.22, o altar de incenso no templo de Salomão é descrito de forma semelhante: “revestiu de ouro todo o interior do templo e também o altar que pertencia ao santuário interno”. Hb 9.3,4 (“Por trás do segundo véu havia a parte chamada Santo dos Santos, onde se encontravam o altar de ouro para o incenso...”) talvez deva ser entendido à luz de referências como essa. v. 9. outro tipo de incenso: os ingredientes exigidos são apresentados nos v. 34-38. outro (lit. “estranho”) é a palavra usada para descrever o fogo oferecido por Nadabe e Abiú (Lv 10.1). v. 10. A propiciação para o altar era feita anualmente como parte do ritual do Dia da Expiação; a opinião está dividida acerca da questão de se Lv 16.18,19 está falando do altar do incenso ou do altar dos holocaustos (v. comentário ad loc.). De qualquer maneira, esse não foi o único caso em que o altar do incenso foi associado a um ritual de sangue (cf. Lv 4.7,18). Cassuto observa que esse é o único acessório do tabernáculo do qual se diz que é santíssimo: “para que ninguém pensasse que, por ser descrito por último, sua santidade fosse menor do que a dos outros acessórios”; mas cf. o v. 29.

Regulamentações para o recenseamento (30.11-16)
v. 12. O recenseamento estava repleto de perigos no antigo Israel (cf. 2Sm 24). Há várias tentativas de explicação disso; o recenseamento poderia gerar sentimentos de auto-satisfação e orgulho ou trazer os pecados de israelitas individuais ao conhecimento de Deus (Driver); fazer um recenseamento na época significava falta de fé em Deus (Cassuto); representava uma tentativa de adquirir um conhecimento abrangente que era prerrogativa única de Deus (Clements). No presente contexto, parece claro que o propósito principal do recenseamento foi a afirmação dos direitos de Deus entre o seu povo, e era muito fácil permitir que esse aspecto fundamental fosse negligenciado. Nm 1 registra como a ordem de fazer o recenseamento foi executada, resgate: cada ser humano masculino (v. Nm 1.2) tinha de pagar ao Senhor um preço pelo resgate para assim preservar a sua vida. Já na hora do nascimento, o direito que Deus tinha sobre os primogênitos do sexo masculino de Israel tinha de ser satisfeito pelo pagamento de um resgate (cf. 13.13). v. 13. seis gramas (heb. “meio siclo”) era o valor exigido nessa ocasião e que mais tarde se tornou instituição em Israel (cf. Mt 17.24); era um valor pequeno a ser pago sem distinção: “não havia indigente nem privilegiado na religião de Israel” (J. Gray). peso padrão do santuário: havia diferentes tipos de siclo em vigor; 2Sm 14.26, por exemplo, menciona um “siclo real” (“padrão real”, NVI). v. 15,16. Visto que a arrecadação tinha significado religioso e a importância levantada era destinada ao uso religioso (v. 16), a imposição era igual para todos. Todos se beneficiavam do serviço da Tenda do Encontro.

A bacia (30.17-21)
A descrição da bacia propriamente está no cap. 27 e nas instruções para o pátio do tabernáculo. Não seria sábio concluir de sua posição presente que não houve o uso de bacia no ritual no tabernáculo (cf. as observações acerca do altar do incenso no início deste capítulo). O templo de Salomão tinha ”dez pias de bronze” (lRs 7.38,39). v. 18,19. Mesmo que a forma não seja especificada (embora o hebraico possa sugerir algo redondo) nem sejam determinadas as medidas, a bacia era feita de bronze, assim como o altar dos holocaustos (ou cobre, cf. comentário de 25.3) — um metal sólido nesse caso. Para a origem desse bronze, v. comentário de 38.8. Soltau {TheHoly Vessels, p. 122) questiona a representação tradicional da bacia em forma circular com base no fato de que a mesma palavra hebraica é usada em 2Cr 6.13 para descrever uma plataforma quadrada (?) com 1,8 metro de comprimento por 1,8 metro de largura; mas isso é um tanto precário (v. BDB, p. 468). Visto que se exigia dos sacerdotes que lavassem os pés como também as mãos (v. 19,21) pode ter havido torneiras na base para esse fim.
O óleo para as unções (30.22-33) v. 25. mistura: era feita ao se ferver os ingredientes aromáticos em um “him” (galão, quase quatro litros) de azeite de oliva (cf. Jó 41.31). Acerca dos processos envolvidos, v. Cassuto. v. 26ss. Não somente os sacerdotes eram ungidos (v. 30), mas também os utensílios e a mobília usados no serviço divino, v. 29. santíssimos: o que se disse acerca do altar do incenso (v. 10) pode agora pode ser aplicado a todos os utensílios do tabernáculo, v. 32. As transações comerciais com óleos e temperos no Oriente Médio eram consideráveis, e o seu uso doméstico na culinária e nos cosméticos era muito comum, por isso a necessidade de se manter a distinção da mistura sagrada. O incenso (30.34-38)
v. 35. A mistura levaria sal porque seria usada em pequenas quantidades (cf. v. 36) e a decomposição deveria ser evitada (cf. 29.34; Lv 2.11). v. 36. Uma parte do incenso era esmigalhada e colocada na proximidade do altar do incenso, diante das tábuas da aliança (cf. comentário do v. 6), a ser usado de manhã e de noite (v. 7,8). E pouco provável que esse versículo se refira à queima de incenso no Lugar Santíssimo no Dia da Expiação (Lv 16.12,13). v. 37,38. Cf. os v. 32,33.

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