Estudo sobre Levítico 13

Estudo sobre Levítico 13

Estudo sobre Levítico 13



Levítico 13

Casos de doenças de pele (13.1-59) 
As descobertas produzidas por diversas pesquisas recentes acerca da “lepra bíblica” apontam na mesma direção: a “lepra” de Lv 13 e 14 é, na maioria dos casos, talvez em todos, diferente da lepra moderna (elephantiasis Graecorum). Isso não é de surpreender, visto que o termo “lepra” é usado também para se referir ao estado de roupas ou de casas (13.47-59; 14.33-53). A palavra traduzida por ”lepra” cobre uma grande variedade de enfermidades de pele. Algumas dessas enfermidades são secundárias, e a versão “doença de pele maligna” da NEB não é adequada em vista do significado de “maligno” na linguagem médica moderna. Aliás, em uma das pesquisas mais recentes dos dados bíblicos, E. V. Hulse arrisca a opinião de que os v. 128 do nosso capítulo descrevem psoríases de diversos tipos. O uso da palavra “lepra” na tradição das Bíblias ocidentais vem de uma tradução incorreta da Septuaginta e da Vulgata. Por outro lado, a “verdadeira lepra existiu de fato no Oriente Médio da época do Novo Testamento” (NBD, p. 459). A responsabilidade de declarar uma pessoa pura ou impura era dos sacerdotes — essa era a sua única função “médica”; e os caps. 13 e 14 são essencialmente um manual de diagnóstico para ajudá-los nas suas opiniões e decisões,
a) Diagnóstico e procedimento (13.1-17) 
v. 2,3. Um caso de “lepra” que se evidencia primeiramente como uma mancha na pele. v. 3. Se naquela parte o pêlo tiver se tornado branco e o lugar parecer mais profundo do que a pele [...] o sacerdote o declarará impuro.
v. 4. Se faltarem os sintomas indicativos, a pessoa deve ser colocada em isolamento por sete dias; se houver melhoria, deve ser colocada em isolamento por mais sete dias (v. 5; contraste com o caso de Miriã em Nm 12.14ss). v. 6. Se, depois de uma quinzena, a mancha diminuiu, a pessoa pode ser declarada pura. v. 7,8. Se os sintomas reaparecerem, mais um exame é necessário, pois há possibilidade de a pessoa ter uma enfermidade de pele considerada impura. Os v. 9-17 tratam de casos mais avançados nos quais os períodos de isolamento são supérfluos, v. 10. A presença ou ausência da carne viva é o fator crucial, como também indicam os v. 14ss v. 12,13. Assim, uma pessoa pode estar coberta da cabeça aos pés com a mancha branca e ainda ser declarada pura. v. 16,17. A regressão em casos em que há carne viva conduzem a um veredicto mais animador.
b) Volta dos sintomas (13.18-23)
v. 18ss. Nos casos em que há suspeita de recorrência da inflamação, o sacerdote deve ficar atento para os sintomas normais (cf. v. 3), e, se estes estiverem presentes, a pessoa é considerada impura, v. 21. Regras de quarentena devem ser aplicadas novamente antes que se possa declarar o indivíduo puro, mas parece que dessa vez uma declaração de saúde pode ser concedida após apenas um período de sete dias de isolamento (v. 23).
c)  Casos de queimaduras (13.24-28)
Investiga-se pelos mesmos sintomas e se aplicam os mesmos regulamentos que na seção anterior. A preocupação é com queimaduras que se tornam sépticas (Snaith, NCB).
d) Diversas doenças de pele (13.29-39)
Segundo Hulse, os v. 29-37 descrevem o favo (“uma infecção de pele muito séria causada por um fungo”). Os v. 29,30 provavelmente se referem à “tinha” (BJ: “é tinha, isto é, lepra da cabeça ou do queixo”), v. 31. A ausência de pêlo escuro seria um sinal ruim e exigiria um exame. Em vez de escuro, a NEB traz “amarelo”, seguindo a LXX; o sentido é pouco afetado, visto que de qualquer maneira havia necessidade de mais observação. v. 33. Raspar os pêlos em volta daquela parte tornaria mais fácil observar se a mancha estava se espalhando. Era necessário então um segundo período de isolamento (cf. v. 5) para que se soubesse com certeza que não havia impureza associada à infecção, v. 35,36. Mesmo depois de se observar o rito de purificação, o problema poderia aumentar; nesse caso, a pessoa deveria ser declarada impura sem mais delongas, v. 38,39. é um eczema que se alastrou (NTLH: “é coisa sem importância”): talvez se pense aqui em vitiligo.
e) Casos de calvície (13.40-44)
v. 40,41. Não há nenhuma impureza associada à calvície em Sl, mas, quando ela é acompanhada de uma ferida avermelhada (v. 42), é outra questão.
f)  Impuro! (13.45,46)
v. 45. Uma pessoa que era declarada impura em virtude de uma doença de pele tinha de se comportar como se estivesse de luto. As suas roupas e sua condição de descabelado anunciavam a sua morte em vida (cf. 10.6). Acerca de cobrir a parte inferior do rosto, cf. Ez 24.17,22. v. 46. O isolamento fora do acampamento era a sentença para todos os que eram declarados ritualmente impuros (cf. 2Rs 7.3); era uma miséria tal que reunia até judeus e samaritanos (Lc 17.12-19).
g)    Descoloração da roupa (13.47-59)
v. 47. mofo. A semelhança exterior com as doenças humanas já discutidas provavelmente deram origem ao uso do termo “lepra” (cf. RSV) com referência a coisas inanimadas, v. 48. tecida ou entrelaçada', “em urdidura ou pano” da RSV não faz sentido, como Snaith (NCentB) corretamente destaca. (Se a condição afeta um, vai afetar o outro!) v. 50,51. O procedimento é muito semelhante ao adotado para os casos humanos de doença de pele. v. 51. mofo corrosivo-, i.e., apodrecendo. O v. 54 prescreve mais um período de sete dias comparável ao do v. 5. v. 55. Se a mancha não tivesse alterado a sua cor a essa altura, a peça de roupa era declarada impura, não importando se a mancha tivesse aumentado de tamanho ou não. v. 56ss. Mesmo se a mancha estivesse desaparecendo, outros passos eram necessários antes que a peça fosse declarada pura (v. 58); mesmo nesse estágio avançado, ainda poderia ser declarada impura (v. 57).

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