Estudo sobre Daniel 10

Estudo sobre Daniel 10

Estudo sobre Daniel 10


A VISÃO FINAL (10.1—12.13)
Os caps. 10 a 12 registram a visão final de Daniel, e o cap. 11 apresenta um levantamento histórico detalhado, edificando sobre visões anteriores. E essa visão final, acima de tudo, que leva muitos à datação do livro no século II a.C. ou a imaginar uma atualização de uma profecia mais antiga e mais simples.

1) O aparecimento do mensageiro (10.1—11.1)
v. 1. A data é 536 a.C.; Daniel não havia retornado a Jerusalém com Zorobabel e seus companheiros, rei da Pérsia: título encontrado em textos persas, embora não em textos babilônios, exceto uma vez em que se usa um nome mais antigo para a Pérsia (tijolos de Ur), recebeu uma revelação: lit. uma palavra, de Deus, foi revelada; há uma grande diversidade de expressões para se referir à transmissão de conhecimento divino a Daniel; essa é única. A mensagem era verdadeira: cf. 8.26. uma grande guerra: ou “serviço duro” como em Is 40.2; Jó 7.1 (“tempos difíceis”, nota de rodapé da NVI); a expressão na VA ”o tempo determinado” segue uma opinião rabínica. Por meio da sua luta, Daniel penetrou na visão e, assim, ele entendeu a mensagem (cf. 9.23).
v. 2. Daniel continua falando na primeira pessoa. O seu lamento talvez tenha sido pelos pecados do seu povo, ou em virtude de notícias desanimadoras de Jerusalém. Foi um exercício rígido, auto-imposto, que o preparou para receber a revelação, v. 4. O vigésimo quarto dia do primeiro mês caiu logo após as festas da Páscoa e dos Pães sem Fermento (14°; 15° até o 21°) com o que o jejum pode ter estado associado. Aqui o vidente está fisicamente à margem de um rio, e está acompanhado. grande rio, o Tigre: geralmente o Eufrates é descrito assim, por isso muitos estudiosos omitem o nome considerando-o uma glosa; para Daniel na Babilônia, no entanto, o nome pode ter sido adequado para qualquer um dos rios. v. 5. Um homem de esplendor maior do que os anteriores, considerado o Cristo pré-encarnado por Young (cf. Ap 1.1315). As suas palavras eu fui enviado (v. 11) e o fato de que a ajuda de Miguel era necessária (v. 13) podem mostrar que ele era um anjo, como no cap. 8. A apresentação de Miguel e a ausência de qualquer outro nome podem significar que ele era Gabriel, linho: usado por sacerdotes, Davi e anjos (Ez 9.2 etc.), ouro puríssimo: o sentido exato não está claro, v. 6. como berilo: lit. Társis (pedra), uma que cintilava (NEB); com voz ressonante (cf. Ez 1), a figura é a perfeição física com um toque extra. O v. 7 lembra a experiência de Paulo em Atos 9. Mesmo sem ser reconhecida, a presença divina afetou tudo em volta; para Daniel, era maior do que antes (8.17): ele ficou fraco, pálido, quaisquer pontos positivos pareciam defeitos — isso acontece sempre que o celestial encontra o humano. Produzir algo tão profundamente bom, tão sublimemente perfeito como o que Daniel viu, está além da capacidade da arte humana, embora o homem decaído seja capaz de criar monstruosidades horríveis para aterrorizar ou amedrontar por diversão. Quando o homem falou (cf. Ez 1.24), Daniel caiu inconsciente, como em 8.18. v. 10-14. A sua recuperação foi conduzida por um ser celestial por meio de estágios de preparo gradual, primeiramente sobre mãos e joelhos, depois para ficar em pé, tremendo (outra palavra no v. 10). Daniel foi considerado apto em virtude de sua abstinência (cf. Mc 9.28,29). Ele tinha estado preparado Desde o primeiro dia, sua perseverança fortalecendo a sua posição, pois a demora resultou de um conflito celestial, v. 13. O anjo da guarda da Pérsia se opôs à missão, pois esta iria expor a queda do seu protetorado. Depois de anunciada, a palavra era certa; enquanto não era divulgada, poderia ser mudada. O anjo da guarda de Israel, Miguel (v. 12.1), ao contrário da sua missão sempre leal aos agentes de Deus, teve de vir para ajudar, pois eu fui impedido de continuar ali com os reis da Pérsia, cujo anjo tinha sido vencido e posto para fugir, (o TM traz “reis”, seguido aqui pela NVI; outras versões trazem “rei”). O v. 14 retoma a declaração do v. 12, no futuro citando Gn 49.1 (v. comentário de 2.28); aqui, como lá, o ponto final no livramento de 12.1. pois a visão se refere a uma época futura: ou “ainda há uma visão acerca dos dias”.
v. 15-17. Até mesmo esse encorajamento deixou Daniel confuso; o impacto da visão era como o de dores de parto, como em 1Sm 4.9. O interlocutor primeiro teve de lhe garantir que poderia falar na sua presença, cf. Is 6.7. 10.18—11.1. Finalmente um ser tocou nos lábios de Daniel e lhe deu forças com palavras de saudação, de forma que, finalmente, ele estava pronto, v. 20. A sua atenção foi dirigida ao assunto por meio da pergunta que prometia expansão no v. 14. logo está bem colocado na NVI, pois está ligado às palavras que seguem; o trabalho do mensageiro é conter o anjo da Pérsia, depois o da Grécia, para que os limites de Deus sejam mantidos. As coisas a serem reveladas a Daniel eram incontestáveis, escritas no Livro da Verdade, dos decretos de Deus. O interlocutor era responsável pelo controle dos eventos vindouros, e contava somente com a ajuda de Miguel.