Estudo sobre Colossenses 4

Estudo sobre Colossenses 4

Estudo sobre Colossenses 4


4) Oração e sabedoria (4.2-6)
Paulo destaca a necessidade da constância na oração, mostrando que a atenção cuidadosa para com as misericórdias passadas vai promover a gratidão e o espírito de oração (cf. Rm 12.12). Talvez esse chamado à vigilância fosse uma lembrança da experiência dos discípulos na Transfiguração ou do fracasso deles no Getsêmani. Paulo procura um lugar para ele e seus amigos na lista de oração dos colossenses, para que se abra uma porta para a nossa mensagem, uma porta de oportunidade, para que ele possa com toda a habilidade e coragem necessária pregar o mistério de Cristo, que é, na verdade, a causa do seu aprisionamento. Se Paulo tivesse se contentado com um evangelho judaico, não abraçando os gentios como parte desse corpo único, talvez tivesse ficado livre.
v. 5,6. Tanto aqui como em Ef 5, existe a exortação para os colossenses remirem o tempo ao aproveitar suas oportunidades. Lá, a referência é primeiramente à prudência cristã; aqui, à necessidade de mostrar uma conduta discreta e santificada para silenciar toda impressão errada entre os não-cristãos. Com vistas a esse propósito, a conversa deles não deve ser insípida e monótona, mas agradável, sadia e semelhante a Cristo, visto que sal pode significar ou o seu poder de preservação, ou o seu sabor. Na verdade, a conversa deve ser apropriada à pessoa e à ocasião.

V. CONCLUSÃO: SAUDAÇÕES E INCUMBÊNCIAS PESSOAIS (4.7-18)
As saudações finais são mais detalhadas que em Efésios. Tíquico, natural da Ásia proconsular e talvez de Éfeso (cf. At 20.4; 2Tm 4.12), amigo e colega fiel, acompanhou Paulo rumo ao leste na sua terceira viagem missionária, provavelmente como representante da igreja em conexão com a oferta de Paulo para os pobres em Jerusalém (At 20.4). Aqui ele age como mensageiro de Paulo; mais tarde, vai ser representante de Paulo em Creta e Éfeso (Tt 3.12; 2Tm 4.12). Aqui o seu propósito é informar os colossenses acerca da situação de Paulo e encorajá-los. Com Tíquico, ele também envia Onésimo, agora um fiel e amado irmão (v. Introdução de Filemom); temos aqui uma maravilhosa ilustração do poder do evangelho de transpor barreiras sociais quando ele o chama de um de vocês. Seguem-se saudações de seis dos companheiros de Paulo, três judeus, três gentios. Aristarco, de Tessalônica, seria bem conhecido deles em virtude de sua última visita à Ásia (At 19.29; 20.4; 27.2), embora talvez não tenha encontrado os colossenses pessoalmente. Lightfoot prefere interpretar o título meu companheiro de prisão como um cativo espiritual, visto que não há fatos conhecidos para entender isso literalmente, e ele acha que Aristarco deixou Paulo em Mira. Se for esse o caso, deve ter se juntado a ele mais tarde. Instruções já foram dadas com relação à recepção que deveríam dar a Marcos, primo de Barnabé\ assim, claramente qualquer malentendido que tenha surgido na segunda viagem missionária já havia sido removido, v. 11. Jesus [...] Justo faz a sua única aparição aqui, como um dos que estão do lado do apóstolo nas presentes circunstâncias. Esses três eram os únicos judeus que estavam dispostos a auxiliar Paulo no seu trabalho, e essa linha de demarcação fornece a principal evidência para a conclusão de que Lucas era gentio, v. 12. Epafras vem em seguida; era um deles, escravo de Cristo e trabalhador dedicado, pois orar é trabalhar. Ele luta com intensidade na sua oração por essas três igrejas locais, buscando a maturidade de caráter deles e a sua completa dedicação à vontade de Deus. v. 14. Lucas é chamado de o médico amado, possivelmente um reconhecimento de gratidão pela ajuda recebida das suas habilidades médicas. Pouco sabemos de Demas, que a essa altura ainda não o abandonou, mas a ausência de qualquer palavra de elogio pode ser uma pista antecipatória do esfriamento do seu entusiasmo. Paulo envia saudações também aos cristãos de Laodiceia e a Ninfa, em cuja casa se encontrava uma igreja local, uma condição presente em muitas igrejas do NT, embora essas talvez tenham sido unidades menores no contexto mais amplo da comunidade de crentes em dada cidade. Paulo ainda dá a ordem de que depois de essa carta ter sido lida em Colossos deve ser lida em Laodiceia e, de forma recíproca, a carta de Laodiceia deve ser lida em Colossos também. Assim, ao dar a escritos primariamente locais em seu significado uma abrangência mais ampla e finalmente universal, Paulo pode estar semeando a ideia de Escrituras como um corpo de escritos canônicos. Finalmente, há uma ordem a Arquipo (cf. Fm 2): ao ser dada publicamente por meio da leitura de uma carta na igreja, sem dúvida ganharia em significado e solenidade, embora talvez tenha causado algum constrangimento, o que talvez fosse a intenção. Paulo conclui a sua saudação escrevendo de próprio punho, o que impediria qualquer intenção de falsificação. Ao pedir que, com carinho, lembrem das algemas dele, ele lhes deixa uma bênção: A graça seja com vocês.
v. 16. a carta de Laodiceia-. agora supostamente perdida, embora alguns a tenham identificado com Efésios, que nós consideramos ter sido escrita mais tarde; outros a identificam com a carta a Filemom. Existe também uma carta apócrifa aos cristãos em Laodiceia.