Estudo sobre 1 Coríntios 14

Estudo sobre 1 Coríntios 14

Estudo sobre 1 Coríntios 14



Profecia e línguas (14.1-40)
O apóstolo prossegue agora para a aplicação desses princípios que tão claramente ele expôs. A variedade dos dons espirituais dentro da unidade fundamental do corpo de Cristo (cap. 12) pode ser mantida em perfeito equilíbrio somente pelo exercício do amor, sob cuja luz o verdadeiro valor e função de todos os charismata são facilmente avaliados (cap. 13). Há dons mais elevados que devem ser buscados com dedicação (12.31), não com a avareza e o ciúme tão característicos em Corinto, mas no espírito do amor. O cap. 14 trata desse discernimento. O dom de profecia deve ser desejado mais do que as línguas (v. 1-25), mas o exercício de cada um deles tem o seu lugar apropriado, e ambos devem ser cuidadosamente controlados para evitar o abuso (v. 26-33a). Qualquer participação de mulheres na igreja precisa ser semelhantemente ordenada, para que a sua subordinação fique evidente (v. 33b-36). No resumo das suas instruções, o apóstolo as apresenta como ordens divinas (v. 37-40).
a) A profecia é superior às línguas (14.1-25)
Os crentes em Corinto, arrebatados pelo caráter misterioso e pelo êxtase extremo associados às línguas, davam a essa experiência uma importância em relação aos outros charismata que estava totalmente fora de sintonia com a função que lhe tinha sido dada por Deus. Embora reconheça o lugar das línguas na adoração pessoal (v. 2), Paulo vê a grande necessidade que a igreja tem de pregação inspirada, da palavra profética, por meio da qual pode ser edificada (v. 3,5). Algumas ilustrações reforçam o seu ponto: (1) a própria experiência que eles tiveram com Paulo como mestre (v. 6); (2) os sons significativos de instrumentos inanimados (v. 7,8); (3) os sons da linguagem humana (v. 10,11). Assim como o toque da trombeta estimula o exército à ação, uma linguagem compreendida pelo ouvinte vai produzir resultados positivos. Ao contrário, enquanto alguém pode até adorar em harmonia profunda com o espírito por meio de uma língua estranha, o não-iniciado na igreja, desprovido de dons, não está em condições de concordar com o que está sendo dito (v. 13-19). Finalmente, enquanto as línguas podem ser para o descrente um sinal do castigo iminente, é por meio do dom da profecia que ele vai ser conduzido à salvação (v. 20-25).
v. 1. Sigam o caminho do amor. Literalmente, persigam o amor — um verbo caracteristi-camente paulino para denotar a persistência espiritual; cf. Rm 9.30,31; 12.13; Fp 3.12ss; lTs 5.15; lTm 6.11; 2Tm 2.22. O versículo resume os caps. 12el3edáo tom para o que vem em seguida. Observe a expressão repetida busquem com dedicação (12.31), que em 1 Coríntios 14.16, 14.39 é seguida de o profetizar, v. 2. uma lín-gua\ Um dos charismata, compreendido somente por Deus, a não ser que seja acompanhado do dom da interpretação. Não é simplesmente uma língua estrangeira, pois ninguém a entende, e é dirigida a Deus. em espírito: Embora interpretada por algumas versões (RSV, Moffatt e NEB: “inspirado”) como uma referência ao Espírito Santo, pode referir-se igualmente ao espírito do homem, como distinto de sua mente, e é traduzido assim pela NVI. mistérios-. V. comentário de 13.2. v. 3. quem profetiza: O dom da pregação inspirada, percebendo a vontade de Deus e falando às necessidades específicas da congregação. V. comentário de 12.10. edificação'. O desejo principal de Paulo para a igreja de Corinto. Está por trás do cap. 3; cf. 8.1; 10.23; 14.4,5,12,17,26. V. tb. 2Co 12.19; Ef 4.29; Rm 14.19;15.2. Esse uso metafórico é peculiar a Paulo no NT. v. 4. Temos aí o contraste entre a edificação de um indivíduo por meio de uma língua e a de uma congregação inteira por meio da profecia, v. 5. prefiro que profetizem-. Coloca o equilíbrio onde deve estar sem desaprovar o dom de línguas, a não ser que as interprete-. Traz de volta a possibilidade de o dom de línguas ser usado nos encontros da igreja; cf. os v. 13,26,27. v. 6. se eu for visitá-los [...] em que lhes serei útik O critério ainda é a edificação e o benefício deles. Línguas não interpretadas não trazem nenhum benefício. A revelação [...] conhecimento [...] profecia [...] doutrina-. Esses requerem fala inteligente e edificam. O primeiro par sugere uma capacitação interior; o último, a sua expressão exterior. A revelação precede a profecia, como também ocorre no caso de conhecimento e doutrina. v. 7,8. coisas inanimadas [...] flauta ou cítara [...] trombeta-. Cada um tem a sua função específica, estando os primeiros dois associados a festas, funerais e atividades religiosas, e os últimos, com batalhas. Contudo, em relação ao tom e ritmo do instrumento, o seu chamado precisa ser claro, interpretando a ocasião da festividade ou do luto, a necessidade de atacar ou de bater em retirada,
 v. 9. Assim acontece com vocês-. O que se atinge com as coisas inanimadas se exige também da língua humana. Para que haja edificação, a palavra precisa ser expressa de forma inteligente. v. 10,11. há diversos idiomas [...] todavia, nenhum deles é sem sentido-. Nenhum deles tem valor se o desconhecimento da língua impede a comunicação, v. 12. Assim acontece com vocês-. Sejam bem articulados na linguagem que edifica a igreja. Visto que estão ansiosos por terem dons espirituais-, E louvável que tenham esse desejo, mas a motivação é fundamental; não para inflar o ego, mas para edificar a igreja por meio do amor. As palavras de Paulo talvez tenham um toque de ironia. v. 13. para que a possa interpretar. Pode ser concedido à pessoa que já tem o dom de línguas. O fato de os dons serem dados em resposta à oração claramente mostra a possibilidade de um ministério em desenvolvimento de acordo com o crescimento espiritual e as necessidades da situação local. Os charismata não são dados em forma de “pacote”. v. 14. a minha mente fica infrutífera-. Pode significar “a minha mente não é beneficiada” — não recebe fruto algum, como na NEB, ou “a minha mente não produz nada para o benefício de outros”, como Moffatt. v. 15. Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento-. Para Paulo, o entendimento é a inteligência. Por isso, ele usa um meio de comunicação inteligível para a mente e o espírito, tanto dele quanto da congregação. Aqui Moffatt traduz pneuma por “Espírito”, v. 16. Se você estiver louvando a Deus em espírito: I.e., com uma língua estranha. Como expressão de expressão extática, Paulo usa uma diversidade de termos: fala (v. 13), oro (v.14), cantarei (v. 15), louvando (v. 16), ação de graças (v. 16) — todos sendo aspectos do ato coletivo de adoração no qual os crentes participavam à medida que eram conduzidos; cf. o v. 26. No entanto, a presença de um não instruído requer que todas as partes da adoração sejam inteligíveis para ele, seja na linguagem dos adoradores, seja em uma língua estranha por meio da interpretação, os não instruídos (idiõtês):
O termo não sugere leigos, pois essa distinção não existia na época, mas, antes, os crentes inexperientes ou, como sugere a RSV, alguém sem dons. A palavra ocorre em At 4.13 e 2Co 11.6. “Amém”\ Uma expressão coloquial para a pessoa se identificar com as orações ou outros elementos oferecidos na adoração congregacional. A prática da sinagoga foi adotada nas igrejas cristãs. Cf. SI 106.48; Ne 5.13; 8.6. v. 17. esteja dando graças muito bem: O dom de línguas em si não é desprezado, mas quem não tem o dom não é edificado. Por isso, não passa no teste, v. 18,19. ... por falar em línguas mais do que todos vocês. Todavia, na igreja...'. O dom em que Paulo superava a todos não era ostentado na igreja para impressionar, mas na adoração particular e pessoal expressava de forma desimpedida a alegria profunda do seu espírito redimido, v. 20. deixem de pensar como crianças [...] sejam adultos'. A preferência do dom de línguas à fala inteligente era algo infantil e imaturo. Mas Com respeito ao mal — que compreendia todas as inclinações para o mal —, uma inocência de criança era recomendável. O pensamento maduro, expresso de forma inteligente, é essencial se queremos que os descrentes se convertam; cf. os v. 2325. v. 21,22. Pois está escrito na Ler. Is 28.1 lss é citado aqui. Deus fala com os rebeldes e descrentes em uma língua ininteligível, assim como ele falou aos israelitas escarnece-dores por meio dos inimigos assírios. A ilustração não mostra nada mais do que o fato de que, por espetaculares que as línguas estranhas possam parecer, elas são ineficazes para trazer os descrentes à salvação.
Mesmo assim, são um sinal para os descrentes da sua condenação iminente, como era a língua assíria para os judeus descrentes nos dias de Isaías; não um sinal para salvação, mas um sinal divino de condenação; um sinal a ser rejeitado para que se confirme a sua incredulidade; cf. o v. 23. Parece que em algumas ocasiões o uso que o nosso Senhor fazia das parábolas era um tanto semelhante; cf. Mt 13.10-15. Por outro lado, a profecia [...] épara os que creem, não para os descrentes, pelo fato de que gera os que crêem, ao conduzi-los para a fé. v. 23. toda a igreja-. Sugere um encontro geral para a adoração em contraste com os grupos mais limitados e informais que, provavelmente, se reuniam em diversas partes da cidade, todos falarem em línguas'. I.e., todos os que participarem, como no v. 24. Para fundamentar bem o seu argumento, Paulo, provavelmente, está afirmando um caso extremo. Sem dúvida, alguns participariam de uma língua inteligível, vocês estão loucos'. Uma conclusão a que chegam não somente os descrentes (apistoi), mas também aqueles que ainda não são instruídos. V. comentário do v. 16. v. 24. por todos: Sugere o efeito cumulativo da palavra inspirada que é anunciada por uma sequência de pessoas que falarem. O gênero pode ser neutro ou masculino; “por tudo” ou “por todos”, convencido'. Tem um significado bastante amplo; cf. “convencerá”, Jo 16.8; “exponham”, Ef 5.11; “ser repreendidos”, lTm 5.20. por todos será julgado (anakrinetai): Usado acerca de averiguação judicial. V. comentário de 2.14,15; v. tb. 4.3; 9.3. v. 25. os segredos do seu coração serão expostos-. Sendo o resultado direto da averiguação. Esse verbo e os dois anteriores no v. 24 revelam diversos aspectos de uma experiência que inclui convencer, condenar, expor, peneirar, revelar; o produto da profecia é a invasão da mente do homem efetuada pelo Espírito de Deus. A repreensão interior do Espírito resulta na resposta exterior do pecador: ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: “Deus realmente está entre vocês!”. Se para ele as línguas estranhas sugerem que a igreja está louca, a profecia prova que Deus está presente.

b) As línguas e a profecia na igreja local (14.26-33a)
Tendo concluído os seus argumentos acerca dos respectivos méritos das línguas e da profecia, o apóstolo dá as suas orientações e ordens. As suas conclusões resumem os 25 versículos anteriores. (1) De importância fundamental é que todos devem ser usados para a edificação da igreja (v. 26). A igreja precisa ser edificada; cf. os v. 3,4,5,6,12,17,19. (2) Se houver línguas, precisam ser acompanhadas de interpretação (v. 27,28); cf. os v. 2,5.
(3) Os profetas precisam participar (v. 29).
(4) Ordem e decência precisam ser mantidas (v. 30-33).
v. 26. Esse versículo apresenta de forma vívida a composição e a forma da adoração de uma congregação na igreja primitiva, cada um: Não que cada um presente necessariamente teria de participar; antes, indica a distribuição geral de dons por toda a igreja local. tem um salmo, uma palavra de instrução...: O verbo “ter” é repetido com cada dom no texto grego e, provavelmente, sugere a posse individual de dons espirituais. Cada um vem preparado para contribuir, mas também igualmente disposto a permanecer silencioso à medida que a necessidade se tornar evidente; cf. o v. 32. v. 27. Se, porém, alguém falarem língua: Se sugere a possibilidade de não haver ninguém com esse dom presente em determinado encontro. Isso é ainda mais significativo em vista da gramática de Paulo em que, nessa formulação específica, eite (“se”) deveria ser normalmente seguido de mais um eite, assim completando um sentido distributivo. Essa segunda parte poderia ter começado no v. 29, mas a ideia de colocar em dúvida a presença de profetas é tão inaceitável para Paulo que ele abandona a sua formulação inicial e insere um imperativo. Tratando-se de profetas, falem dois ou três...: 
Pouco importa se não estiver ninguém presente com o dom de línguas, mas os profetas precisam estar lá. “cada um por sua vez” (expressão ausente na NVI em português): Isso garantia a preservação da ordem, como faria a orientação e alguém deve interpretar, tornando impossível a situação em que vários irrompessem em expressão extática ao mesmo tempo. v. 28. Se não houver intérprete, fique calado na igreja: Gomo no caso de todos os outros charismata, o exercício do dom de línguas deve estar sob o controle imediato de quem o usa. v. 29. Tratando-se de profetas, falem dois ou três: Como no caso do dom de línguas, o número de pessoas que poderiam ser ouvidas de forma proveitosa em um encontro. e os outros julguem cuidadosamente o que foi dito: Embora possa ter significado a congregação inteira, outros, muito provavelmente, eram os profetas restantes, ou outras pessoas na igreja que tinham o dom do discernimento; cf. 12.10: “discernimento de espíritos”.
A orientação foi sábia, pois já no início os falsos profetas se infiltraram nas igrejas; cf. 2Pe 2.1; ljo 4.1. v. 30. Se vier uma revelação a alguém que está sentado: A direção do Espírito Santo em tudo isso é claramente prevista, v. 31. Pois vocês todos podem profetizar, cada um por sua vez: Não todos em um encontro, pois é estabelecido o limite de dois ou três, mas a certa altura todos que tiverem esse dom terão a sua oportunidade, de forma que todos sejam instruídos: Sugere que as diversas necessidades dos crentes serão supridas por meio de uma diversidade de pessoas que vão falar no encontro; uns serão edificados por uma pessoa, outros, por outra. Isso de forma nenhuma invalida o ministério bem fundamentado de ensino bíblico que Paulo, Apoio, Timóteo e outros, sem dúvida, realizavam, v. 32. O espírito dos profetas...: Soa quase como um provérbio e destaca ainda mais as declarações dos v. 28,30, que, sob a supervisão do Espírito, os receptores dos dons estão no controle total e são responsáveis por seu uso. v. 33. Pois Deus...: A ordem assim alcançada reflete o caráter do Doador dos dons. não é Deus de desordem, mas de paz: A exata antítese do caos e distúrbio que reinava na igreja em Corinto; cf. 11.17-22.
c) As mulheres na igreja (14.33b-36) 
O princípio fundamental e orientador no ensino de Paulo concernente ao lugar das mulheres na vida da igreja é a subordinação, a submissão. O que significa a subordinação? Aqui novamente os princípios das Escrituras precisam ser elaborados dentro do quadro geral da sociedade contemporânea. Que o problema é complexo, está claro, não somente com referência à sua participação em 11.5, mas também com base no que era evidentemente do conhecimento do apóstolo: o ministério das mulheres no AT e também durante sua vida na Igreja (cf. At 21.9). Enquanto por um lado precisamos reconhecer que quase todas as seitas heréticas do cristianismo alistam mulheres entre seus líderes, está também além de qualquer contestação o fato de que Deus honrou o ministério de mulheres santas e consagradas, cujas vidas foram humildemente sacrificadas no serviço de Cristo no mundo missionário. Com base na compreensão do contexto do NT, é difícil aceitar a ideia de que todo e qualquer ministério da palavra seja negado às mulheres.
v. 33b. Como em todas as congregações dos santos...-. Aqui na NVI e em outras versões (ARA, NTLH), essa expressão é lida em conjunto com os versículos seguintes (mas cf. ARC, ACF), e é a leitura a ser preferida. Seguindo esse raciocínio, a base do apelo de Paulo é a conduta geral das igrejas. Isso está em harmonia com o v. 36. v. 34. permaneçam as mulheres em silêncio-, Esse é o terceiro chamado ao silêncio. Cf. o v. 28 acerca de línguas sem interpretação e o v. 30 acerca de um profeta que passa a palavra a outro. Como as línguas e a profecia estão sujeitas a limites, assim está o falar das mulheres. Isso pode ser compreendido de duas formas: (1) Se 11.5 é compreendido como permissão às mulheres para orar e profetizar, então aqui devemos entender a proibição do abuso de tal liberdade; seria um desvio da atitude de subordinação que a lei e a sociedade requerem, ao se expressarem e fazerem perguntas que trariam distúrbios à ordem nos encontros na qual Paulo está insistindo (cf. v. 33,40); (2) A limitação pode ser uma referência à ocasião: nas igrejas. Pode-se argumentar, embora isso não seja sugerido em nenhum lugar no texto, que em 11.5 o apóstolo está se referindo aos encontros mais informais dos cristãos, em contraste com os encontros formais da igreja toda que ele, sem dúvida, tem em mente em
14.1-40; cf. especialmente o v. 23. A expressão não lhes é permitido falar não esclarece a situação. O verbo lalein (falar) é geral demais para denotar algum tipo específico de fala. É usado como referência a falar em línguas (v.27), à profecia (c. 29), como também às perguntas com que as mulheres poderiam interromper a fala de alguém. A palavra é de uso tão geral que a sugestão de que aqui Paulo esteja se referindo ao simples falar, seja uma conversa rápida, seja para chamar crianças, acalmar um bebê ou talvez repreender uma criança, ou para inserir uma observação ou dúvida, não pode ser descartada. Nos cultos das igrejas na Ásia, se ouve com frequência a repreensão: “Irmãs, fiquem em silêncio; não conversem na igreja”. E o verbo usado é o equivalente geral de lalein. Poucas coisas causam mais confusão e interrupção da paz do que o barulho que vem da seção das mulheres — homens e mulheres sentam separados — no culto de uma igreja na Ásia. antes permaneçam em submissão-. Esse é o ponto crucial da questão; não somente em relação aos seus maridos (11.3-9; 14.35), mas em questões de conduta, submetendo-se em todas as coisas para que haja ordem e decência no culto (v. 40).
 E com base no mesmo fundamento da submissão que Paulo afirma categoricamente que a mulher não deve ensinar (cf. lTm 2.11,12). como diz a Lei: Uma referência a Gn 3.16. v. 35. que perguntem a seus mandos em casa-. Ter de perguntar ao marido na igreja significaria falar em voz alta com o marido que sentava do outro lado na congregação, assim criando desordem. Gomo no cap. 11, Paulo tem em mente aqui mulheres casadas. As não casadas poderiam fazer as perguntas por meio da sua família, é vergonhoso-. Um escândalo; uma palavra forte, encontrada em outros textos do NT somente em 11.6; Ef 5.12; Tt 1.11. Essa é a avaliação de Paulo de alguém que ignora os limites da subordinação e causa distúrbios na ordem da santa adoração, v. 36. Acaso a palavra de Deus originou-se entre vocês?-. Acaso Corinto é a fonte da revelação, o depósito da verdade? Corinto estava evidentemente em discrepância com “todas as congregações” (v. 33); reinava grave desordem (cap. 11), o reflexo da sua auto-estima arrogante (4.8,19).

d) Conclusão (14.37-40)
Esses versículos nos lembram 11.16, mas agora a sua fonte de autoridade transcende a decisão dos apóstolos e a prática das igrejas; é a ordem de Cristo. O teste da espiritualidade deles é a sua aceitação dessa afirmação dele. O equilíbrio buscado com tanta dedicação em todo o texto é finalmente resumido: a prioridade da profecia, a legitimidade de línguas e a adoração com ordem e decência.
v. 37. pensa que é profeta ou espiritual: O segundo termo é o mais amplo, incluindo todos os que têm dons espirituais, embora aqui pudesse se referir especificamente a alguém que falasse em línguas, o dom que os coríntios consideravam conter a marca oficial da espiritualidade, reconheça'. O imperativo presente significa, literalmente, “que sempre reconheça”. O mesmo verbo é usado em 16.18; 2Co 1.13. mandamento do Senhor. A marca do apostolado, a convicção da inspiração. O ponto é que os que têm dons espirituais não podem agir como lei para si mesmos, mas devem se adequar à lei de Cristo revelada por meio das ordens do apóstolo, v. 38. Se ignorar isso: As vezes, como aqui, o verbo (agnoei) sugere ignorância intencional ou desprezo. ele mesmo será ignorado: O versículo todo é expresso de forma criptográfica e concisa em cinco palavras gregas. Essa oposição é rejeitada com a devida brevidade.
Essa implicação de ignorância intencional talvez dê força à formulação variante “que ele seja ignorante” (RV), especialmente porque encontra apoio no papiro 46, o nosso manuscrito paulino mais antigo, v. 39. com dedicação: Cf. 12.31; 14.1. A profecia é de importância suprema na edificação da igreja. Não obstante, as línguas têm uma função dada por Deus (v. 5). não proíbam: Nenhum dom espiritual deve ser desprezado, v. 40. Esse versículo amplia o pensamento do v. 33. com decência (euschêmonõs): Formas cognatas podem ser encontradas em 7.35; 12.23,24 com o conceito subjacente de graça e beleza. A adoração deve ser atraente, e ordem (kata taxin): “Tudo no seu lugar e sequência adequados”, expressando a precisão com que avança um exército bem organizado.

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