Interpretação de Sofonias 2

Sofonias 2

Sofonias 2 continua o discurso profético, oferecendo insights sobre o julgamento de Deus sobre várias nações, ao mesmo tempo que apresenta a promessa de restauração para aqueles que se voltam para Ele. Neste capítulo, o profeta dirige-se a diferentes nações, enfatizando os seus comportamentos pecaminosos e as consequências iminentes.

O capítulo começa com um chamado para nos reunirmos e buscarmos a justiça do Senhor antes que chegue o dia de Sua ira. Sofonias então passa a transmitir mensagens de julgamento contra várias nações, incluindo a Filístia, Moabe, Amon, Etiópia (ou Etiópia) e a Assíria. Cada nação é castigada por sua arrogância, orgulho e maldade. O profeta descreve a sua queda e destruição como resultado da sua recusa em reconhecer a autoridade de Deus.

Entre estas mensagens de julgamento, há também uma mensagem de esperança. Sofonias aponta para um remanescente de pessoas humildes e justas que buscarão refúgio no Senhor. A esses indivíduos fiéis é prometido abrigo e proteção. O capítulo termina com uma declaração de que Deus restaurará um remanescente de Seu povo e “tornará-o famoso e louvado entre todos os povos da terra”.

Sofonias 2 serve como um lembrete das consequências da arrogância e da desobediência, mas também sublinha a disposição de Deus em acolher de volta aqueles que se arrependem. O capítulo mostra os temas duplos do julgamento divino e o potencial de redenção, tornando-se uma parte fundamental da mensagem geral do livro.

Interpretação

A. Um Convite ao Arrependimento. 2:1-3.

2:1, 2. Concentra-te. A miséria gosta de companhia. O povo de Judá devia se reunir para que pudesse observar sua própria corrupção coletiva. Ó nação, que não tens pudor. Através de sua apostasia eles tinham perdido o seu direito à vida. Tinham se divorciado do Senhor. Antes que saia o decreto. O povo foi convidado a uma convocação final antes que venha sobre ti o furor da ira do SENHOR. Os agentes do castigo do Senhor, talvez os citas, dariam início imediato ao juízo e os babilônios terminariam o que os cita deixassem por fazer.

2:3. Buscai o SENHOR. Um último rogo foi feito pelo Senhor através do profeta. Porventura lograreis esconder-vos no dia da ira do SENHOR. Ainda seria possível o arrependido escapar ao juízo se ao menos se voltasse para o Senhor. Tal como Deus advertira os endurecidos entre o povo a que se humilhassem, assim ele agora advertia os humildes a que o buscassem a fim de escapar da calamidade geral (cons. Sl. 76:9).

B. Uma Detalhada Advertência de Juízo. 2:4 – 3:8.
1) A Terra dos Filisteus. 2:4-7.


2:4. Porque Gaza será desamparada. Até mesmo a vizinha comunidade dos filisteus sentiria o juízo iminente. Esse povo tinha sido importunado pelos egípcios; agora os babilônios trariam o juízo total. É impossível reproduzir a assonância deste versículo exatamente, mas a tradução de J. R. Dummelow sugere o seguinte: “Gaza será uma ruína horripilante; Ascalom um monte de cinzas deserto” (A Commentary on the Holy Bible, in loco).

2:5. Os quereítas. Um povo que ocupava a costa sul da Filístia (veja I Sm. 30:14; Ez. 25:16). A LXX traduz esta palavra para oveus (Amós 9:7; Dt. 2:23). Os quereítas eram provavelmente parentes dos filisteus e eram imigrantes de Creta. Toda a costa filistéia sentiria a ira de Deus. Nenhum habitante seria deixado; todos seriam mortos ou levados prisioneiros. O invasor não faria acepção de pessoas.

2:6. O litoral... com refúgios para os pastores. Todos os edifícios permanentes seriam destruídos. Os pastores levantariam pequenos abrigos e currais de alvenaria (Is. 17:2). A população e a lavoura desapareceriam da região.

2:7. Aos restantes da casa de Judá. Um pequeno remanescente seria deixado depois do ataque babilônico. Um remanescente, mantido pelo poder de Deus na Babilônia, voltaria no final do Exílio. E lhes mudará a sorte. Novamente voltariam a ser povo livre (cons. Mq. 4:6, 7).

2:8. Moabe, e... Amom... escarneceram do meu povo. O castigo lhes seria imposto por terem abusado do povo de Judá (com. Jr. 48:27-31; Ez. 25:8-11).

2:9. Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra. Sodoma e Gomorra são mencionados como símbolo do juízo violento do Senhor. Tal como essas cidades foram totalmente destruídas, assim o juízo de Deus cairia sobre as cidades de Moabe e Amom. Todo o distrito seria reduzido a um canteiro de espinhos e sua desolação perpétua seria comparável a marnotas (cons. Is. 15:1 e segs.).

2:10. Isso lhes sobrevirá por causa da sua soberba. Um espírito orgulhoso precede a queda (Pv. 18:12). Os amonitas e os moabitas exibiram a sua arrogância diante do povo de Judá. Agora o seu orgulho seria reduzido à humilhação e à calamidade (cons. Ez. 25:8-11).

2:11. Aniquilará todos os deuses. A destruição de Jerusalém pelos babilônios demonstrava a futilidade da confiança nos deuses de Canaã. O culto a Baal perdeu o seu destaque entre os judeus durante o Exílio.

3) A Terra dos Etíopes. 2:12.

2:12. Também vós, ó etíopes.
Eles também seriam vítimas da matança de Nabucodonosor (cons. Jr. 46:2, 9; Ez. 30:4, 5; Amós 9:7).

4) A Terra dos Assírios. 2:13-15.

2:13. Destruirá a Assíria; e... Nínive.
Nínive foi tão completamente destruída que sua localização se perdeu na memória dos homens até o seu redescobrimento pelos arqueólogos durante o século dezenove. Naum dá uma descrição viva de sua destruição total em 612 A.C. (cons. Is. 10:12; Na. 1:2; 2:10; 3:15).

2:14. No meio desta cidade repousarão os rebanhos. Esta profecia foi literalmente cumprida. Ovelhas pastam exatamente onde antes se levantava a orgulhosa Nínive. Arqueólogos têm escavado porções desta grande cidade, inclusive as imensas figuras de bois alados com cabeças humanas que ficavam de nabos os lados do portão principal simbolizando o seu poder. Atualmente este sítio é verdadeiramente o local da habitação do pelicano (uma ave de grande porte, cons. Lv. 11:17) e do ouriço.

2:15. Esta é a cidade alegre e confiante (cons. Is. 47: 8, 9). Nínive foi a arrogante capital da Assíria – a cidade de imperadores tais como Senaqueribe e Esaradom. Esta orgulhosa cidade, a capital da Ásia ocidental, onde os emissários de toda a região do Mediterrâneo oriental apresentavam suas credenciais reais em busca de favores – se tornaria um lugar de desolação e ruína.

Qualquer que passar por ela assobiará com desprezo, e agitará a mão. Ambas atitudes são sinais de desprezo e vergonha.

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