Interpretação de Miqueias 6

Miqueias 6

Miqueias 6 apresenta um diálogo entre Deus e Seu povo, abordando sua falha em viver de acordo com Seus mandamentos e as consequências de sua desobediência. O capítulo enfatiza o desejo de Deus por justiça, misericórdia e humildade, em vez de rituais religiosos vazios. Miquéias destaca a importância do arrependimento genuíno e de um coração voltado para Deus. As pessoas perguntam como agradar a Deus, mas Miquéias responde que Ele deseja uma vida justa e um compromisso com Seus caminhos. O capítulo reflete sobre a fidelidade de Deus e Sua capacidade de libertar Seu povo, apesar de suas deficiências. Termina com um chamado ao arrependimento e uma mensagem de esperança, lembrando ao povo o amor duradouro e a fidelidade de Deus.

Primeira Reclamação de Jeová. 6:1-5.
6:1. Ouvi (em obediência). O profeta chama o tribunal à ordem; Jeová exige que Suas palavras sejam obedecidas. Defende a tua causa. Terminologia legal, significando, “advogar uma causa no tribunal”. Jeová convoca Miqueias a que se levante e apresente o seu caso contra o seu povo.

6:2. Há uma controvérsia e ele entrará em juízo. Literalmente, comprovará totalmente.

6:3. Povo meu, que te tenho feito? Aqui está a exposição formal de Jeová contra o seu povo, que traria à mente a sua fidelidade e a infidelidade deles.

6:4, 5. Jeová não espera uma resposta, mas aponta sua orientação e proteção benévolas na história. Ele os livrou da escravidão do Egito, deu-lhes grandes líderes e os livrou de Balaque e Balaão (Nm. 22-24). Não poderiam eles aprender com a experiência a justiça do SENHOR (v. 5)? Os caminhos dos homens podem ser tortos, mas na história humana Jeová exibe sua fidelidade convencional em seus caminhos “retos”.

A Primeira Réplica de Israel. 6:6-8.
Com sinceridade aparente, Israel replica através de três perguntas específicas de intensidade crescente. Com que me apresentarei ao SENHOR?

1) Com sacrifícios de bezerros costumeiros? (v. 6).

2) Com uma quantidade extraordinária de sacrifícios, “milhares de carneiros” ou “dez mil ribeiros de azeite?” (v. 7).

3) Com sacrifícios tão extraordinários como a violação da lei de Moisés mediante o oferecimento dos primogênitos? (v. 7b; cons. Dt. 12:29-31; II Reis 3:27; Jz. 11:30-40).

Se a salvação pudesse ser assim comprada, por meio do oferecimento de bens materiais em propiciação pelo pecado, toda a humanidade estaria lutando pela salvação. Mas a verdadeira salvação é uma submissão de espírito. Israel se esquecera da lei da redenção dos primogênitos (Êx. 13:12,13) e da experiência de Abraão (Gn. 22).

6:8. O que Jeová exige aplica-se a todos os homens em todos os tempos, perpétua e imutavelmente.

1) Que pratiques a justiça. Isto é, que vivas corretamente em relação ao seu próximo na sociedade, na política e nos negócios.

2) Que ames a misericórdia. Isto é, que exibas aquela qualidade de benevolência incessante que se observa em Jeová e vem dEle.

3) Que andes humildemente com o teu Deus. Isto é, que tenhas humildade e devoção para com Deus através da fé. Tais sacrifícios – de atitudes corretas e caráter honesto – são aceitáveis a Jeová.

A Segunda Reclamação de Jeová. 6:9-16.
6:9.
Jeová repreende e adverte a cidade de Jerusalém. A verdadeira sabedoria teme-lhe o nome (isto é, Jeová) e por isso aceita a advertência, pois a vara do juízo a Assíria – designada por Jeová está prestes a descer.

6:10-13. Anda há... tesouros de impiedade? A resposta se encontra nas acusações de desonestidade nos negócios, medidas insuficientes, falsas balanças (v. 11), opressão dos pobres pelos ricos, mentiras e enganos (v. 12; cons. Tg. 4:1-12). Esta é a velha história das deploráveis condições sociais, financeiras e morais apesar das advertências de Jeová.

6:14-16. Jeová não é arbitrário em seus juízos. São os resultados naturais do pecado, isto é: 1) fome (lit., depressão... etc., significando “uma sensação depressiva no estômago devido a falta de alimento”, v. 14); 2) labuta; sem a possibilidade de acumular propriedades, as quais, se acumuladas, seriam tomadas pela espada; e 3) desolação. Antes o povo de Israel tivesse obedecido cuidadosamente às exigências de Jeová como seguiu à perversidade de Onri e Acabe! (v. 16; I Rs. 16-22). Em sua persistente perversidade, eles se encaixavam nos propósitos dos juízos de Jeová. Ele faz que até o pecado se preste aos Seus próprios rins para a Sua glória.