Interpretação de Miqueias 5

Miqueias 5

Miqueias 5 contém profecias sobre o nascimento do Messias em Belém, enfatizando Suas origens humildes e natureza eterna. O capítulo prediz o governo e a libertação do Messias, descrevendo Seu impacto sobre Israel e as nações. Fala de um tempo de purificação e restauração para o remanescente de Deus, destacando sua reunião e vitória sobre seus inimigos. A mensagem de Miquéias se concentra na fidelidade de Deus, apesar da infidelidade do povo. O capítulo enfatiza a soberania de Deus e o cumprimento de Suas promessas. Conclui com uma mensagem de fé e confiança na salvação de Deus, transmitindo esperança e certeza em meio a tempos incertos.

5:1 (4:14 na Bíblia Hebraica). Miqueias abruptamente se volta para uma experiência iminente. Israel, aqui representando Judá, deverá dirigir suas tropas para um cerco, no qual o rei no poder, que é um juiz, será humilhado. Isto foi cumprido em parte pelo cerco de Senaqueribe em 701 A.C., quando da tomada de Jerusalém por Nabucodonosor em 587 A.C. e seu golpe contra o Rei Zedequias e por todos os cercos subsequentes até a destruição de Jerusalém em 70 d.C.

O Futuro Poderoso Líder Nascerá em Belém e Restaurará o Remanescente de Jacó 5:2-15.

O Messias Nascerá em Belém. 5:2, 3.
5:2. Belém (Heb. Casa do Pão), no distrito de Efrata, era pequena demais para ter um lugar entre os milhares (ou famílias) de Judá, mas destinava-se a ser exaltada por todo o mundo; pois o Messias nasceria neste humilde lugar, na cidadezinha de seu grande ancestral Davi. De ti me sairá aquele que existe desde os dias da eternidade, pois este que há de reinar em Israel é o eterno “Anjo-Jeová”, coigual de Jeová através de todo o V.T.

5:3. A que está em dores refere-se à Israel em aflição, ou a mãe pessoal daquele que virá; esta última interpretação é a preferida. Então haverá um retorno do restante (ou remanescente) de seus irmãos (companheiros judeus) para Jeová e para o lar.

O Reinado Beneficente do Messias. 5:4-7.
5:4. Apascentará o povo. O Messias virá a ser o pastor que opera no poder e majestade de Jeová (cons. João 10:11; Hb. 13:20; I Pedro 5:4). Os inimigos não serão capazes de molestar, porque o seu nome... será... engrandecido até aos confins da terra.

5:5, 6. Este será a nossa paz (cons. Ef. 2:14) nas almas dos homens, entre os homens e entre as nações. Quando a Assíria vier. A Assíria era o inimigo mais temido no tempo de Miqueias e foi usado aqui para tipificar os inimigos de Israel. Aquele em quem há paz tem poder para levantar líderes que protegerão Israel e vencerão os inimigos. Miqueias aponta para a vitória dAquele que virá se impor sobre os poderes mundiais.

5:7. O restante de Jacó (Israel espiritual) estará no meio de muitos povos, como orvalho. O verdadeiro povo de Jeová é restaurador e bendito como o orvalho de Deus – não feito ou removido pelo homem.

O Israel Espiritual Virá a Ser um Grande Conquistador. 
5:8, 9. Israel será como um leão do qual não há quem as livre, como um guerreiro poderoso que exterminará os seus adversários (v. 9). Esta guerra será completada quando “Aquele” tiver colocado todos os inimigos sob os seus pés (I Co. 15:25-28).

O Israel Espiritual Ficará Destituído de Poder e Ajuda Material. 
5:10-15. Jeová proclama que virá o tempo quando todo equipamento de guerra do qual o Seu povo depende, será eliminado (vs. 10, 11). Todas as religiões feitas pelo homem – com suas bruxarias, adivinhações, ídolos, santuários e cidades dedicadas à idolatria – pelas quais Israel tem sido desviada, Jeová as eliminará (vs. 12-14). Israel então confiará no poder e na misericórdia de Deus conforme revelados nAquele que virá de Belém. Israel e o mundo terão de reconhecer que sua dependência está sobre Ele. Para as nações que rejeitarem a mensagem de Jeová (v. 15) só haverá ira (o profeta dá a entender que alguns aceitariam a mensagem; veja ASV, os que não derem atenção).

Nos capítulos 4 e 5 Miqueias desenvolveu claramente os ensinamentos da promessa abraâmica conforme dada a Abraão (Gn. 12:1-3; 13:14-18; 15:1-21) e conforme elaborada na Aliança Patriarcal (Dt. 30:1-20).

1) Israel devia ser castigada por causa de seu pecado: a) Imediatamente – isto é, as pestes, a seca, etc.; b) Futuramente – o cativeiro mesmo.

2) Israel deverá ser salva e prestará um serviço de alcance mundial: a) Haverá um retorno mesmo, ele diz (e houve realmente), embora apenas para um remanescente. Este remanescente será a semente do Reino e virá a ser grande e mundial. Tal semente será produzida não por nascimento natural apenas (o Israel natural foi apenas o veículo para a realização do Reino espiritual), mas pela conversão espiritual, como no Pentecostes, etc. Para Miqueias o reino espiritual é a adoração universal de Jeová, e o Rei Davídico ideal é o Messias.

b) Durante o período dos Macabeus Israel existiu realmente como nação, com um rei araônico por monarca. O espírito de nacionalismo era forte, e muita ênfase foi colocada sobre a futura restauração literal do monarca davídico. Contrariando o propósito missionário de Deus (Gn. 12:3), a nação nessa ocasião era altamente isolacionista na sua atitude. Miqueias predisse que o reino a ser estabelecido seria universal, eterno e essencialmente espiritual.

3) O capítulo 5 prediz o nascimento e as características do futuro Rei. Esta profecia foi cumprida em Jesus Cristo, que proclamou um reino espiritual, para o desapontamento dos fariseus, saduceus e outros. Os judeus rejeitaram a Jesus porque mantinham um conceito materialista do reino prometido.

4) Paulo em suas cartas aos romanos e gálatas ensinou que não existem judeus nem gregos... no reino; todos são um e em Cristo todos são da semente de Abraão e herdeiros da Promessa.

O Litígio de Jeová. 6:1–7:20.
Os capítulos 4 e 5 do livro de Miqueias predizem a vinda e a obra do Messias. A profecia se estende à consumação de todas as coisas, que Miqueias viu realizadas através do pecado, juízo e salvação. Nestes dois últimos capítulos o profeta descreve o pecado do povo, como também a luta de Jeová com eles e o Seu juízo sobre eles; ele também prediz que o povo confessará os seus pecados e receberá as bênçãos prometidas. Tudo isto está exposto na forma de um processo judicial. O profeta é o promotor público de Jeová, tendo as montanhas e as colinas (talvez símbolos de justiça imutável) por tribunal e juízes. Jeová argui através do profeta; o povo replica; as montanhas e as colinas ficam em silencioso julgamento.