Interpretação de Miqueias 4

Miqueias 4

Miqueias 4 apresenta uma visão de futuras bênçãos e restauração tanto para Israel quanto para as nações. O capítulo enfatiza o estabelecimento do reino pacífico de Deus e a instrução no "monte do Senhor". Miquéias profetiza uma época em que pessoas de várias nações buscarão os caminhos de Deus e as armas de guerra serão transformadas em ferramentas de cultivo. Esta visão retrata uma era futura de paz e harmonia global. O capítulo também prevê a restauração, prosperidade e triunfo de Israel sobre seus inimigos. Miquéias fala de reajuntamento e libertação para o remanescente do povo de Deus, ilustrando a fidelidade de Deus e Seu compromisso de cumprir Suas promessas. Em última análise, o capítulo transmite esperança e segurança da soberania de Deus sobre a história e Seu plano para a redenção final de Seu povo e criação.

O Reavivamento da Verdadeira Religião e o Retorno a Jeová. 4:1, 2.
4:1. Nos últimos (lit., depois) dias. Após os dias do juízo, descritos no capitulo anterior. Esta frase é comumente usada pelos profetas para indicar o período messiânico (cons. Os. 3:5). C.F. Keil declara: “A predita exaltação do monte do templo é atribuída ao período da conclusão do reino de Deus” (The Twelve Minor Prophets, II, 456). O monte da casa do SENHOR será espiritualmente exaltada acima de todos os montes. As nações afluirão (como um rio) para ele, espontaneamente, pois Deus estará ali.

4:2. Elas convidarão e insistirão com outras e Jeová será o mestre. A palavra hebraica para ensinar vem de uma palavra que significa “jogar um dardo” ou “atirar uma flecha”. Veio a significar “ocasionar o destaque”, de onde “ensinar ou instruir”. A coisa destacada veio a ser conhecida como ''tora” ou lei. Esta palavra não é usada apenas para com a lei mosaica mas para com todo o V.T.; portanto os ensinamentos relacionados com o Messias estão incluídos. Todas as nações afluirão para a habitação de Jeová, pois desejarão seus caminhos e suas veredas. Jeová ensinará seus propósitos e exigências, e será possível andar assim porque esta lei (heb. tôrâ) sairá de Sião.

Retornar a Jeová Trará Paz e Prosperidade. 4:3-5.
4:3. Ele julgará... e corrigirá (lit. arbitrará). Jeová agirá como árbitro entre povos litigantes, corrigindo nações poderosas e longínquas. Elas deixarão de fazer guerra e mudarão os instrumentos de guerra em ferramentas pacíficas. Isto aponta novamente para a determinação dos povos de andar nos caminhos de Jeová e para a Tora fluindo de Jerusalém (v. 2). Em Jerusalém, a habitação dos reis, encontra-se o conceito da realeza e da autoridade como também do julgamento. A paz é a frutificação do ensinamento da Palavra de Deus.

4:4, 5. Não mais se preocupando com a guerra, assentar-se-á cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante (cons. Zc. 3:10). Isto é possível porque Jeová, o Deus de Israel, é o eterno, o auto-existente. Contrastando com Ele, os deuses pagãos são sem vida, e a adoração deles desaparecerá. Aqueles que andam em o nome do Senhor nosso Deus (v. 5) terão paz eterna.

Promessa do Retorno Daqueles que Estão no Cativeiro. 
4:6, 7. O oráculo de Jeová é que aqueles que estão no cativeiro retornarão, mas nos dias “depois” (v. 1), depois de sofrer e serem julgados. Jeová reunirá os coxos e os abandonados, aqueles que sofreram crueldades no cativeiro, os afligidos por Deus por causa dos seus pecados. Esses constituirão a parte restante (v. 7) mencionada pelos profetas (cons. Is. 37:32; 46:3; Jr. 23:3; Amós 5:15). Os rejeitados virão a constituir a poderosa nação do próprio Jeová. E Ele reinará sobre ela no Monte São desde o seu retorno até a eternidade. (Veja conclusão do cap. 5 para cumprimento desta profecia.)

Jerusalém Será Restaurada a um Esplendor e Poder Ainda Maiores. 
4:8. O primeiro domínio. Os reinos de Davi e Salomão representam Jerusalém em sua glória. Aqui está implícito um esplendor ainda maior que virá a Sião, a torre, uma porção do palácio davídico, da qual o bom pastor vigia, figuradamente, o seu rebanho.

A Redenção Será Precedida pelo Sofrimento como Castigo por causa do Pecado. 
4:9, 10. Não há rei em Israel. Como da que está para dar à luz (v. 10) a casa de Jacó deverá sofrer o cativeiro na Babilônia. Ali ela será libertada.

Os Inimigos Verão Jeová Vingando o Seu Povo. 
4:11, 12. O desprezo virá das cruéis nações pagãs que desejam a poluição de Israel. Mas elas não terão percebido os planos de Jeová, que pretende reuni-las em Jerusalém como feixes m eira. Alguns acham que os inimigos são os assírios (“Micah”, The Cambridge Bible, pág. 40), ou o exército de Antíoco Epifânio, conforme descrito em Daniel e em I e II Macabeus (Cowles, The Minor Prophets, pág. 200), ou as nações reunidas na grande batalha final de Joel 3; Ez. 38; 39; Zc. 12; e Ap. 20:8 e segs.

A Vitória Final é Predita, com Exortação a que se Preparem para o Cerco Iminente. 4:13 – 5:1.
4:13. Levanta-te, e debulha. Sião castigará com chifre de ferro e cascos de bronze. Seus inimigos serão destruídos como o grão é pisado pelos bois na eira. Os inimigos de Sião pensarão estar obtendo algum lucro para seus fins egoístas, mas pelo contrário, o lucro deverá ser dedicado, ou devotado, a Jeová.