Interpretação de Miqueias 2

Miqueias 2

Miqueias 2 continua a mensagem do profeta, condenando as injustiças sociais, a ganância e a opressão predominantes entre o povo de Israel. O capítulo repreende aqueles que tramam planos malignos e se apoderam de terras e propriedades dos vulneráveis. Miqueias adverte sobre o julgamento iminente e o exílio que cairá sobre eles como consequência de suas ações. Ele desafia os falsos profetas que oferecem mensagens reconfortantes, mas enganosas, contrastando suas falsas garantias com sua própria mensagem de verdade. Apesar da escuridão predominante, o capítulo termina com uma promessa de restauração e redenção, enfatizando a restauração compassiva de Deus para Seu povo e seu retorno à sua terra.

A desgraça dos Monopolizadores da Terra. 2:1-5.
 
2:1. Ai daqueles que ficam acordados de noite imaginando métodos desonestos ou traiçoeiros para alcançar seus fins egoístas. Quando a manhã desponta eles põem seus esquemas em ação, pois têm o poder nas mãos. “Ao poderoso tudo é permitido”.
 
2:2. Arrebatam... tomam... fazem dolência. Tomam tudo o que cobiçam – campos, casas e heranças. Nada reduz mais um povo à impotência do que deixar o povo simples sem lar e reduzi-lo à servidão (cons. Goldsmith, The Deserted Village).
 
2:3. Portanto Jeová recompensará esses opressores de acordo com seus feitos. Em vez de andarem por aí com as cabeças orgulhosamente erguidas, serão levados para o cativeiro com os pescoços amarrados.
 
2:4. Naquele dia alguns pranteadores lamentarão amargamente a ruína (lit., lamentarão a lamentação de uma lamentação) quando virem os campos divididos entre os inimigos. Por isso não haverá prosperidade, nem terras, e para essa rica gente inescrupulosa não haverá também nenhuma parte na herança do Senhor. (v. 5).
 
A Falsa Pregação dos Profetas Mentirosos. 2:6-13.
1) Esforços para Interromper a Pregação do Verdadeiro Profeta. 2:6.

2:6. Não babujeis tais cousas. Os líderes corruptos usando os falsos profetas que atendem ao seu gosto, tentarão impedir o verdadeiro profeta em sua pregação. “Profetizar” foi usado com sentido duplo: “pregar” pelos profetas verdadeiros e “falar bobagens” pelos falsos profetas.
 
2) Pregação Falsa Dizendo que o Espírito de Jeová Está em Dificuldades. 2:7.

2:7. Está irritado (impaciente) o Espírito do Senhor? São estas as suas obras? Os opressores não podem atribuir as calamidades a um Deus que está acostumado apenas a punir. Não. Para os justos suas palavras são boas.
 
3) A Insegurança dos Cidadãos Deve-se ao Governo dos Opressores. 

2:8-13. Em vez de viver de maneira justa, o povo de Jeová está se rebelando como os seus inimigos. Espoliam sociedades desavisadas e desamparadas, não apenas files roubando as vestes e expulsando mulheres e crianças fraudulentamente de seus lares, mas também roubando às crianças (que logo serão levadas para o cativeiro) os direitos de cidadania e privando-as do privilégio de adorar no templo (vs. 8, 9). “Levantem-se”, proclama o profeta, “e vão para o cativeiro, pois a impureza destrói completamente” (v. 10). A acusação do profeta é severa. Se uma pessoa viesse pregando-lhes a favor do vinho e da bebida forte, esses opressores seriam bastante desprezíveis para fazerem dela o seu profeta (v. 11). Estudantes da Bíblia não concordam quanto ao retorno do exílio predito em 2:12, 13. Alguns acham que a mudança de rumo abrupta da mensagem relativa a uru futuro próximo para um futuro remoto geralmente faz parte das obras dos verdadeiros profetas, e é o que se poderia esperar de alguém que confiava em uma bênção final. Para esses o que abre caminho (v. 13) refere-se ao Messias, que conduzirá seu remanescente acossado na qualidade de rei, Jeová mesmo, na sua segunda vinda. Outros acham que esta profecia foi enunciada pelos falsos profetas que tinham falsas esperanças em uma volta imediata. No que se refere ao Reino de Israel do Norte, esta profecia jamais se cumpriu.