Interpretação de Josué 9

Em Josué 9, os gibeonitas enganam os israelitas fingindo ser viajantes de uma terra distante em busca de um tratado. Os israelitas, sem saber, fazem uma aliança com eles e, ao descobrirem o engano, percebem que os gibeonitas são cananeus que vivem nas proximidades. Apesar da aliança, Josué honra o acordo, poupando a vida dos gibeonitas, mas tornando-os servos do tabernáculo. Este capítulo destaca os temas do engano e a importância de buscar a orientação de Deus, revelando as complexidades das alianças e as consequências das decisões tomadas sem a devida investigação. Ele mostra o compromisso dos israelitas em honrar os acordos mesmo diante de desafios inesperados enquanto navegam pelas complexidades da posse da Terra Prometida.

A Campanha do Sul. 9:1-10:43.
Depois de voltar ao quartel-general dos israelitas em Gilgal no Vale do Jordão, Josué logo foi convocado para lutar contra as cidades-estados dos amorreus que controlavam o sul de Canaã. Embora os reis de 9:1,2 possam unanimemente terem planejado se unir, nunca chegaram a realizar o seu propósito de se juntarem para enfrentarem os israelitas invasores. A deserção dos gibeonitas pode explicar o colapso de um esforço unido, de modo que só cinco cidades no sul e uma grande confederação no norte lutaram contra Josué.

Josué 9
l) Tratado com a Tetrápolis Gibeonita. 9:1-27.


A fé está em perigo quando o povo de Deus deixa de Lhe submeter todas as decisões (cons. 9:14). Hoje, os cristãos devem estar alertas aos estratagemas do nosso arqui-impostor (II Co. 2:11).

9:3. Gibeom. Provavelmente a moderna el-Jib (9, 65krns a noroeste de Jerusalém, 10,46kms a sudoeste de Ai); esta grande cidade era a capital de uma república independente governada por anciãos e não por um rei (9:11; 10:2). Em 9:7 seus habitantes do chamados “heveus”, aqui e em Gn. 34: 2, a LXX diz, “horreus”, que podem ser identificados com os hurrianos. Eram um elemento étnico dominante no Oriente Próximo (cerca de 2300.1200), que se espalhou tão rapidamente em Canaã nos séculos décimo sexto e décimo quinto que um dos nomes egípcios para a Palestina era Huru.

a) A Fraude dos Gibeonitas (vs. 4 -15).
Astutamente fazendo-se passar por embaixadores de um país distante, do outro lado do Jordão (pois eles diziam-se saber o que tinha acontecido a Seom e Ogue, mas não mencionaram Jericó e Ai. Veja 9:10), um grupo de gibeonitas pregaram uma peça a Josué por meio de sacos velhos e odres remendados, sandálias gastas e roupas rotas, e pão seco e bolorento. Deus permitiu que os israelitas recebessem o tributo de povos a uma certa distância, mas ordenou-lhes que destruíssem completamente as cidades pertencentes aos povos de Canaã (Dt. 20:10-18). Convencidos quando provaram as parcas provisões dos gibeonitas (pois o próprio ato de comer, segundo o costume do antigo Oriente, estabelecia um relacionamento amistoso mais ou menos durável), os líderes da congregação fizeram um formal tratado convencional (berit) com eles. “Os israelitas foram culpados de excessiva credulidade e negligência culposa, pois não indagaram a vontade de Deus mediante o Urim e o Tumim, antes de fazer a aliança” (Jamieson em JFB; cons. Nm. 27 : 21).

b) Descoberta do Estratagema (vs. 162l ).
Três dias mais tarde, quando os israelitas de algum modo ficaram sabendo que seus novos vassalos moravam nas vizinhanças, eles planejaram de maneira normal o que fazer com os trapaceiros. Além de Gibeom, suas cidades eram Quefira (Tell Kefire, 7, 24kms a oeste-sudoeste de el-Jib, menos de 3,2kms ao norte de Abu Gosh), Beerote (provavelmente el-Bire, hoje uma cidade sobre a estrada Jerusalém-Nablus, 7,24kms a noroeste de el-Jib) e Quiriate-Jearim (Tell el-Azar, com cacos de cerâmica do período final da Idade do Bronze, imediatamente a oeste de Abu Gosh, uma cidade a 8,05 kms a sudoeste de el-Jib). Beerote ficava a apenas 4,83kms a oeste de Ai, à vista dos israelitas quando passaram por Betel. Sendo a aliança ratificada no santo nome de Jeová, era sagrada; por isso os lideres não se atreveram a violar o juramento feito no acordo para não provocar a ira de Deus (cons. Ez. 17:12-19). Deus julgou Israel nos dias de Davi porque Saul desrespeitou este juramento (II Sm. 21:1-6).

9:22-27. A razão para a decisão dos príncipes em 9:21 dá-se aqui detalhadamente: Chamou-os Josué...

9:23. Dentre vós nunca deixará de haver escravos. Vocês nunca deixarão de ser ou de fornecer escravos, trabalhando como cortadores de lenha e carregadores de água para o Tabernáculo (Dt. 29:11). Josué chamou não impropriamente esta estrutura de a casa do meu Deus; foi denominada “templo” (hekal) no tempo de Eli (I Sm. 1:9). Na verdade, foi a maldição de Josué, não de Deus. Sendo destacados para o serviço perpétuo na casa de Deus, Ele os abençoou. Para proteção de Gibeão, o Senhor realizou um grande milagre (Jos. 10:10-14), e anos mais tarde o Tabernáculo foi armado ali (II Cr, 1: 3). Durante sessenta e sete anos ou mais, Deus deixou que a arca ficasse em Quiriate-Jearim (I Sm. 7:1, 2 ; II Sm. 6:23, 3). Tendo Josué feito (de natan, “dar”) deles rachadores de lenha, etc. (Js. 9:27), foram mais tarde chamados de netinim (dados para o serviço do Templo; I Cr. 9:2; Ed. 2:43, 58; 8:20; e pela providência de Deus voltaram do Exílio junto com os sacerdotes e levitas.

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