Interpretação de Josué 3

Em Josué 3, os israelitas, liderados por Josué, estão prestes a cruzar o rio Jordão para a Terra Prometida. Seguindo as instruções de Deus, eles testemunham um evento milagroso quando as águas do Jordão se abrem, permitindo que a nação passe por terra seca. Este capítulo destaca a importância da fé, obediência e intervenção divina à medida que os israelitas fazem sua transição simbólica da peregrinação pelo deserto para a conquista de Canaã, enfatizando a fidelidade de Deus e o cumprimento de Sua promessa de guiá-los à terra que mana leite e mel.

Josué 3
Atravessando o Jordão. 3:1 – 5:1.


Atravessar o Jordão para entrar em Canaã foi unta importante crise de fé. Cerca de quarenta anos antes, Israel enfrentou a mesma crise, mas fracassou. Fugir para o Sinai via o Mar Vermelho exigiu uma medida de fé ; mas invadir Canaã via o Jordão, ficando assim obrigados, sem possibilidade de retroceder, a lutar contra exércitos e carros e cidades fortificadas, exigia fé suprema no Deus vivo (3:10). Aqui toda uma nação correu o risco de vida (cons. Atos 15:26) em total compromisso com o Senhor.

3:1. Vieram até ao Jordão. Tão logo os espias deram o seu relatório, Josué recebeu a confirmação de que Deus estava operando. Embora ainda não soubesse como atravessar o rio, pela fé fez o acampamento se transferir para a orla do Zor, a estreita depressão de 45,72ms de profundidade na qual se acumulavam as águas que vinham da “floresta do Jordão” (Jr. 12:5 ; 49:19).

Preparativos Finais para Atravessar o Rio. 3:2-13.
No fim do terceiro dia, o nono de Nisã (cons. 4:19), o povo recebeu instruções (3:2-4) para marchar de outro jeito, uma vez que a coluna de nuvem não iria mais guiá-los. Os levitas sacerdotes, os levitas que eram sacerdotes, não coatitas (Nm. 4:15), levariam a arca, pois seria uma ocasião solene e extraordinária (cons. Is. 6:6; 1 Reis 8:3-6). O povo devia ficar espalhado à volta da arca num raio de 914rns, para que todos pudessem ver o símbolo-guia da promessa de Jeová mais facilmente, “visto que por tal caminho nunca passastes antes” (Js. 3:4b).

3:5. Santificai-vos. Deviam se consagrar com purificação externa e devoção interna a Deus, porque ele ia realizar milagres entre eles, dando a primeira evidência pública de Sua promessa com Josué (3:7) e porque iam dar inicio a uma guerra santa (Nm. 31:24).

3:7. Hoje. Naquela noite, depois de começar o novo dia hebreu, ao pôr-do-sol, o Senhor recompensaria a fé de Josué revelando-lhe como atravessariam o rio. Então ele poderia anunciar à nação exatamente como o fariam (3:9-13). Isto servia para garantir que depois do acontecimento eles saberiam que a sua travessia não fora uma coincidência, mas que um Ser de vida, poder e atividade estava a defendê-los e a trabalhar pára eles.

3:11. Este versículo, tomado literalmente, indica que a arca contendo a Lei escrita representava definidamente para os israelitas a Pessoa Divina: Eis a arca da aliança! O Senhor (‘adon) de toda a terra está para seguir na tua frente através do Jordão.

A Passagem de Todo o Povo. 3:14-17.
No dia seguinte de manhã cedo toda a nação atravessou, todos em um só dia, apressadamente (4:10), sem dúvida centenas de milhares, ombro a ombro. Não há necessidade que procuremos duas diferentes narrativas da travessia, quando diversas declarações do capítulo 4 são devidamente interpretadas. Pararam-se as águas que vinham de cima (v. 16). Este difícil versículo pode ser explicado melhor traduzindo-o literalmente: As águas que vinham de cima pararam; amontoaram-se muito longe em Adão, a cidade que fica ao lado de (isto é, do lado do Jordão onde se localiza) Zaretã. E aquelas que desciam (para o Jordão de outras correntes ao sul de Adão) para o mar de Arabá, que é o Mar Salgado, foram de todo cortadas. Adão pode ser identificada como Tell ed-Damiê bem ao sul da junção do Jaboque com o Jordão, cerca de 24 quilômetros rio acima do ponto onde se deu a travessia. As águas poderiam ter tido represadas até bretã (Tell es-Saidiê), 19 quilômetros mais para o norte. Um deslizamento de terra calcária, misturada com argila, existente no Zor pode ter formado uma barreira de 45,72ms de altura nas vizinhanças de Adão, bloqueando o rio (o que já aconteceu em cerca de 1266 A.D., e mais recentemente; de acordo com Garstang, em 1927, o rio ficou assim bloqueado por mais de vinte e uma horas). De qualquer forma, Deus operou um grande milagre: outras correntes de água também tiveram de ser bloqueadas; as águas pararam e depois voltaram (4:18) quase imediatamente,- e o macio leito do rio secou no mesmo instante; mais ainda, a interrupção das águas se deu no período das enchentes.

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