Interpretação de Deuteronômio 8

Interpretação de Números 1

Interpretação de Deuteronômio 8

Índice: Deuteronômio 1 Deuteronômio 2 Deuteronômio 3 Deuteronômio 4 Deuteronômio 5 Deuteronômio 6 Deuteronômio 7 Deuteronômio 8 Deuteronômio 9 Deuteronômio 10 Deuteronômio 11 Deuteronômio 12 Deuteronômio 13 Deuteronômio 14 Deuteronômio 15 Deuteronômio 16 Deuteronômio 17 Deuteronômio 18 Deuteronômio 19 Deuteronômio 20 Deuteronômio 21 Deuteronômio 22 Deuteronômio 23 Deuteronômio 24 Deuteronômio 25 Deuteronômio 26 Deuteronômio 27 Deuteronômio 28 Deuteronômio 29 Deuteronômio 30 Deuteronômio 31 Deuteronômio 32 Deuteronômio 33 Deuteronômio 34

4) A Lei do Maná. 8:1-20.
O ponto focal deste capítulo é o versículo 17, com o seu quadro de um Israel futuro repousando em Canaã, e congratulando-se consigo mesmo. A lembrança da orientação providencial de Deus durante os quarenta anos no deserto (v. 2 e segs.) forneceria o corretivo para tal vaidade.
1-6. O versículo 1 é outro resumo introdutório das intimações e sanções da aliança (veja também 4:1; 5:1; 6:1).
2. No que se referia à geração sobrevivente, a peregrinação do deserto fora planejada como um período de exame para te provar – (v. 2b; cons. 13:3) e de instrução necessária (v. 3c). Fora uma disciplina paternal e contribuíra para suas bênçãos definitivas (v. 5 ; cons. 16c).
3. E te sustentou com o maná. O significado da humilhação de Israel, por Deus (v. 2), é ilustrado pela referência à Sua extraordinária provisão de cada necessidade durante os quarenta anos (vs. 3:4; cons. 29: 5,6), particularmente enviando o maná (veja Êx. 16, esp. v.4). A humilhação consistiu da privação e então da provisão do “o que é isto?”, o desconhecido, o sobrenatural pão do céu, que compeliu o povo a reconhecer sua dependência de Deus (cons. Dt. 8:16a,b).
A moderna exegese naturalista identifica o maná bíblico com excreções de cochonilhas semelhantes ao mel encontradas em moitas de tamargueiras na região do Sinai. Seja qual for o papel explícito que foi ou não foi representado por essas excreções, o pão do céu era, nada mais nada menos que um produto claramente miraculoso em sua natureza e maneira de provisão. Mais ainda, uma simples mudança de um gênero de alimento normal e apetitoso para outro, por mais exótico que fosse, jamais teria humilhado Israel nem lhe teria ensinado a verdade que o maná ensinou: não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem.
Deus conduziu Israel a uma situação na qual a vida derivava e tinha de ser diariamente buscada no pão celestial, o fruto de um exercício criativo diário da palavra de Deus. Este era um lembrete eficiente de que a criatura não existe como um ser auto-suficiente, sustentada pelos frutos de uma terra que também não existe e produz independentemente de Deus. Ele depende sempre e basicamente da palavra divina que deu vida a ele e ao seu mundo. Além disso, Deus propôs a ensinar a Israel que a vida do homem, diferentemente da vida animal, não consiste em apenas uma vitalidade física que o pão, quer terreno ou celestial, possa sustentar. Por isso ele providenciou o pão do céu de tal maneira que fosse necessária uma resposta ético-religiosa diante de Sua palavra preceptiva. Esta resposta foi apropriadamente focalizada sobre a guarda do sábado, o sinal da fidelidade do homem à aliança como também o lembrete do papel de Deus como Criador. Assim, o maná ensinou Israel que só quando o homem permanece obediente sob a palavra soberana do Senhor, a fonte máxima da vida, é que ele encontra vida verdadeira e duradoura (cons. 30: 20).
7a. Boa terra. A lembrança da lição do deserto foi necessária a esta altura, pois Deus estava conduzindo Israel para dentro de uma terra onde os produtos normais da natureza proporcionariam um padrão de vida comparavelmente exuberante (vs. 7-10a).
9b. Cujas pedras são ferro. No substrato de arenito da Palestina existem veios de cobre e ferro, e descobriram-se antigas minas onde esse arenito emerge à superfície no Arabá.
11. Guarda-te não te esqueças. Embora todos esses produtos naturais deviam ser gratamente aceitos como presentes de Deus, exatamente como o maná sobrenatural (v.10b), a fartura e tranqüilidade embotaria a percepção que Israel tinha de Deus (v. 12: 13).
14. ... e eleve o teu coração. O orgulho suprimiria as lembranças de dias mais humildes de escravidão, escorpiões e sede; dias quando o livramento e a sobrevivência exigiram a intervenção divina através de meios desconhecidos até então (vs. 15, 16). Eles deviam se precaver de negar assim o Senhor por causa da auto-bajulação. A mesma verdade que tivera de ser aprendida antigamente quando os estômagos estavam vazios, seria relevante no futuro quando os estômagos estariam cheios: a fonte da vida do homem é a palavra de Deus – é ele o que te dá força (17,18a). A beatitude de Israel devia-se somente à fidelidade divina ao seu juramento convencional (v.18b; cons. Gn. 15). Ao mesmo tempo o Senhor interviria na vida daqueles que violassem a aliança com as maldições que eles invocassem.

20. Assim perecereis. Repudiar a eleição de ser propriedade peculiar do Senhor e identificar-se com os cananitas anatematizados em sua iniqüidade idólatra, resultaria na identificação de Israel com os pagãos e o seu destino.