Interpretação de Ageu 1

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Ageu 1
I. Censura à Indiferença. 1:1-4.
1. No segundo ano. Cons. Introdução. O profeta data todas as suas profecias, como se mantivesse um compenetrado diário de todos os acontecimentos importantes na reconstrução do Templo. No primeiro dia do mês. A lua nova era o período quando o povo se reunia para adoração (como o fazem atualmente os judeus ortodoxos); portanto era urna ocasião apropriada para a pregação da divina mensagem de Ageu. No sexto mês. Chamado Elul, este mês caía em Setembro mais ou menos. A data da profecia no reinado de um monarca gentio é testemunho eloquente de que “o tempo dos gentios” já tinha começado (cons. Lc. 21:24; Esdras 4:24). Conforme as datas se sucedem através de toda a profecia, o progresso da obra se torna claro. Zorobabel. Seu nome significa “nascido ou gerado na Babilônia”. Nos registros históricos ele é chamado de Sesbazar (veja Esdras 1:8; 5:14, 16). Ele era um descendente da dinastia davídica, o bisavô de Jeoaquim (Jeconias; I Cr. 3:17, 19), e foi feito governador de Judá por Ciro (Esdras 5:14). Josué. Era filho de Jeozadaque, sumo sacerdote no tempo da invasão babilônica (I cr. 6: IS). Assim a profecia de Ageu se dirige aos chefes civis e religiosos da nação.
2. Este povo. Não o “Meu” povo, mas “Este” povo, a fim de demonstrar o desagrado do Senhor. Não veio ainda o tempo. Esta era a desculpa que o povo oferecia para não reconstruir o Templo. De acordo com o seu modo de pensar, o tempo não era apropriado. Na realidade, a raiz da dificuldade se encontrava neles mesmos, não em alguma circunstância externa ou fator de tempo. O subterfúgio está claro ; eles não diziam que a obra não deveria prosseguir, mas que não era o momento apropriado de fazê-lo. Alguém poderia achar que um lapso de dezesseis anos teria demonstrado a necessidade de um esforço de sua parte. Mas o coração que não está pronto sempre encontra desculpas. Dificilmente podemos aceitar que eles tivessem calculado meticulosamente os setenta anosa partir de 586 A.C. A impressão é, antes, de que eles achavam que uma renovação da atividade da construção despertada a hostilidade latente dos persas e os colocaria em dificuldades.
4. Acaso é tempo . . . ? A ASV traduz o pronome adicional no original, vós mesmos. Ageu perguntou aos líderes se a hora não era auspiciosa apenas para os assuntos relacionados com Deus. Sua atividade nas questões pessoais (tais como a construção de casas) dava uma impressão totalmente diferente. Que contraste – o Templo do Senhor desolado e devastado ao lado das habitações particulares acabadas e enfeitadas dos exilados que tinham retornado! A pergunta do profeta, com um golpe magistral, desmascarou a indiferença, o egoísmo e a desobediência da nação. Casas apaineladas. Eram casas meticulosamente adornadas. Lambrisamento com cedros se encontravam em palácios de reis (veja I Reis 7:7; Jr. 22:14). Considerando que essa madeira era cara e não comum na Judeia, o seu uso era sinal de luxo. Em ruínas. Onde estavam os seus corações, aí também se encontrava o Seu tesouro. Compare sua indiferença para com a casa de Deus coma elogiável preocupação de Davi (II Sm. 7:2).
II. Convocação à Séria Reflexão. 1:5, 6.
5. Considerar o vosso passado. A necessidade da hora era considerar (lit., colocai o vosso coração em) suas ações. No vi, o coração geralmente representa a sede dos pensamentos. Para uma pessoa se sentir grata ela deve refletir nas causas de sua gratidão. Convocação à reflexão. Convocação à reflexão é um assunto favorito deste profeta. Ele fala nisso no versículo 7 e então duas vezes em 2:18. É um desafio para o auto-exame e o auto-julgamento. O povo judeu podia facilmente avaliar a natureza dos seus atos pelos resultados obtidos deles.
6. Tendes semeado muito. Eles se consumiam por ocasião da semeadura. Eles não poupavam esforços para assegurar a prosperidade. Mas suas colheitas eram totalmente desapontadoras. Eles deviam ter percebido que não podiam se enriquecer à custa de Deus (cons. Lv. 26:26; Os. 4:10; Mq. 6:14). Vestis-vos. Nada parecia ser o suficiente, nem o alimento, nem a bebida, nem as roupas. Saquitel furado. Os salários eram tão pequenos que desapareciam diante das necessidades diárias; os ganhos dos trabalhadores logo eram gastos. Não há nenhuma contradição entre a descrição da pobreza aqui e a descrição das casas apaineladas e caras do versículo 4. Como em outras sociedades, os ricos coexistem com os pobres. Aquela época, como toda época na história da humanidade, comprovou a verdade de Mt. 6:33. Quando Deus é esquecido, todo o trabalho é sem lucro. As civilizações materialistas da atualidade precisam pensar nesta verdade mais do que em qualquer outra coisa.
III. Os Castigos de Deus para Israel. 1:7-11.
8. Subi ao monte. Após outra convocação para um sério exame de sua condição, apresenta-se o remédio. O povo devia subir às terras altas e às áreas cobertas de matas para buscar madeira para o Templo. Dela me agradarei. Deus prometeu desde o início que a obediência resultaria em sua aprovação. Resumidamente Ageu dedara: “Obedecei a Deus e tereis as suas bênçãos e a sua aprovação”. Serei glorificado. Aqui está a prova de que Deus se preocupava, com Ageu, com os aspectos espirituais da reconstrução. Salomão tinha orado (I Rs. 8:30) que Deus fosse magnificado através da adoração do Seu povo. Quando essa atividade da vida espiritual foi negligenciada, resultou em esterilidade. O Talmude Babilônico declara que cinco das coisas que havia no primeiro Templo faltavam no Templo de Zorobabel: 1) a glória do Shequiná, 2) o fogo Santo, 3) a arca da aliança, 4) o Urim e o Tumim, e 5) o espírito de profecia (provavelmente o Espírito Santo). Apesar de qualquer coisa que possa ter faltado na restauração do Templo, Deus inequivocamente prometera que Suas bênçãos lá estariam.
9. Esperastes o muito. Ageu retorna ao tema das consequências desastrosas da indiferença do povo pelas coisas espirituais. Tal negligência tinha um efeito direto em seus assuntos temporais. Embora tivessem grandes esperanças em colheitas abundantes, tais expectativas foram frustrantes. Pouco havia para exibirem pelo seu grande dispêndio de energias. Eu com um assopro o dissipei. Até o pouco que foi colhido de nada lhes adiantou. Deus providenciou que fosse impróprio para o consumo ou que fosse disperso. O povo foi assina informado que não devia atribuir a pequena produção do solo a nenhuma outra causa, como por exemplo à terra há tanto negligenciada durante o período do cativeiro, mas ao castigo direto de Deus. Por quê? Como a providência divina podia ser explicada? O castigo divino tinha de ser declarado segundo seus atos. Em que eles falharam? Cada um de vós corre. A resposta é clara. Em buscar a sua própria sorte, exibiram considerável grau de zelo, correram para se dizer a verdade, na busca de seus interesses egoístas, ignorando os interesses do Senhor. Um contraste notável entre a minha casa e a sua própria casa.
10. Retêm o seu orvalho. O Senhor reteve o orvalho que substituía a chuva durante os meses secos do verão, de modo que a terra não produzia. Assim Deus manifestou claramente que Ele era o administrador supremo do alimento de Israel.
11. Fiz vir a seca. Mais de uma vez na história de Israel Deus viu que havia necessidade de fazer a nação perceber sua total dependência dEle para todas as necessidades da vida. Repetidas vezes os mestres e profetas do V.T. enfatizaram que no caminho da obediência Israel encontraria o equilíbrio das forças da natureza para o seu benefício e recebimento de bênçãos. Deus advertira o povo de que se fosse desobediente, os próprios céus se tornariam como bronze (Dt. 28:23). A seca que ele enviou à terra e às montanhas afetou o cereal, o vinho, o azeite, todos os produtos da terra e todo o trabalho do homem e do gado. A fome sempre fora um flagelo terrível na mão de Deus. Veja II Rs. 8:1; Sl. 105:16; cons. Dt. 11:14; 18:4. A criação inferior sempre fica envolvida na sorte do homem (Rm. 8:19-21).
IV. Obediência da Nação. 1:12-15.
12. Atenderam à voz do SENHOR. Aqui se encontra a indicação de que houve uma cooperação sincera entre os líderes e o povo. A mensagem do profeta tivera o efeito pretendido. O povo prontamente avaliou a mensagem de Ageu, aceitando-a como a vontade de Deus expressa através do seu servo. Seu Deus. Duas vezes Deus foi assim chamado. Parece que há uma implicação aqui de que a nação agora se inclino u a uma conformação mais achegada com o relacionamento que tinha com Deus na qualidade de Seu povo escolhido e participante da aliança.
13. O enviado do SENHOR . . . a mensagem do SENHOR. Com nova visão espiritual, o povo reconheceu Ageu como o porta-voz do senhor, investido de autoridade divina Eu sou convosco. A mensagem era curta, mas não poderia ser mais confortadora ou mais fortalecedora. No passado esta mensagem fora usada por Deus para incitar os homens a grandes realizações (como, por exemplo, em Êx. 3:12; Jr. 1:8) e continua sendo a mais tranquilizadora de todas as promessas feitas aos servos do Senhor Jesus Cristo em todo o mundo (cons. Mt. 28:20). O retorno ao Senhor foi sincero; caso contrário esta forte palavra de tranquilização não lhes teria sido dada.
14. O Senhor despertou. Todas as boas intenções e propósitos do povo de Deus emanam do Senhor. Ele é que dá energia aos homens para querer e fazer a Sua vontade (Fp. 2:13). Espírito. O uso triplo do termo indica que a batalha estava ganha ou perdida no reino espiritual, não em qualquer condição externa favorável ou desfavorável. Eles vieram e se puseram ao trabalho. O povo começou a trabalhar reunindo o material necessário para a estrutura; os fundamentos não foram, contudo, colocados até três meses mais tarde.
15. Vigésimo quarto dia. Ageu toma o cuidado de dar uma outra data precisa, tão importante é o assunto no qual tem colocado o seu coração. Houve um intervalo de vinte e três dias entre esta data e a que foi dada no versículo 1. Deus sempre toma nota de qualquer aspecto da obediência dos seus filhos.