Obras da Lei — Estudo Bíblico

Obras da Lei — Estudo Bíblico

Obras da Lei — Estudo Bíblico


OBRAS DA LEI

Rom. 3:20: Porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado.
Uma outra função da lei mosaica é aqui especificada. Seu propósito jamais foi de servir de meio de justificação, mas antes, de meio que revela a verdadeira natureza do pecado.

No que Consiste a Lei Aqui Aludida?

1. Alguns dizem que se trata de lei cerimonial, e não da lei moral (os dez mandamentos). Vários intérpretes têm assumido essa posição, a fim de evitar a doutrina paulina da eliminação da lei como meio de salvação.
2. Outros supõem que esteja especificamente em foco a lei moral, o decálogo. Mas é óbvio que essa é uma limitação por demais restrita. A circuncisão, por exemplo, era tida como essencial à salvação pelos judeus, e, no entanto, não fazia parte do decálogo.
3. Provavelmente a lei judaica inteira está em pauta, a legislação mosaica, em seus aspectos moral e cerimonial. Os judeus não dividiam a lei nesses dois aspectos, conforme fazem os teólogos modernos. Para eles, a lei inteira envolvia obrigações morais e alguns dos estatutos cerimoniais eram reputados como os requisitos mais importantes (por exemplo a lavagem de mãos e copos, ou o uso das filactérias).
Veja também: Oblação e Onisciência
4. Alguns intérpretes emprestam um sentido lato ao versículo: qualquer lei, a mosaica ou a voz da consciência. Em face de Rom. 2:14, essa ideia parece estar correta.

Do que Consistem essas Obras?

1. Alguns afirmam que as obras humanas meritórias (aquelas produzidas pelo esforço humano) são as que de nada valem diante de Deus.
2. Não se pode duvidar, entretanto, que as obras aqui referidas são aquelas envolvidas na obediência à legislação mosaica. Tais obras não podem justificar.
3. O que dizer sobre as obras realizadas no poder do Espírito? Mesmo as obras espirituais não podem justificar o homem, apesar de seguirem-se obrigatoriamente à fé.

Relação entre as Obras e a Justificação e a Graça

1. É claro que as boas obras devem vir após a conversão. (Ver o artigo acerca disso). O princípio da fé é um princípio vivo que, naturalmente, produz boas obras, pois, do contrário, nem existiria fé.
2. Porém, as boas obras envolvem mais que esse fator. Se definirmos essas obras como “aquilo que o Espírito fez em nós e através de nós, então tais obras tornar-se-ão sinônimas da graça. (Isso e comentado em Efé. 2:8 no NTI). O Espírito opera em nós tanto o querer como o realizar, segundo a boa vontade de Deus (ver Fil. 2:13). Essa espécie de obras é um cultivo do Espírito (ver Gál. 5:22) e não é mero resultado da salvação, pois é a própria salvação em operação.
3. Além disso, as obras determinam o nível dos galardões ou posição na glória futura. Posto ser a glorificação o estágio final da salvação, então temos de afirmar que as obras espirituais fazem parte da salvação. Porém, isso nada tem a ver com o princípio legal mediante o qual os homens, através do esforço humano, adquirem algo É atuação do Espírito, mas nós a realizamos!
4. Visto que a justificação envolve mais em Paulo que a declaração forense da correta situação perante Deus, a fim de incluir tanto a santificação quanto a glorificação (vide), então as obras espirituais fazem parte da questão, embora no sentido acima explicado.