Interpretação de Levítico 13

Levítico 13

13:1–14:57 A condição designada por lepra (seira’at) neste capítulo e no próximo nem sempre se refere à doença conhecida por este nome na atualidade. Por outro lado, a verdadeira lepra certamente está incluída nas irregularidades físicas descritas. Com os diagnósticos limitados no tempo de Moisés, os regulamentos registrados tratavam com a maior eficiência possível dos problemas que surgiam com a verdadeira lepra e condições análogas. Hoje em dia não se dá menos importância do que naquele tempo ao isolamento e acurada observação das vitimas suspeitas de lepra.

Levítico 13 trata da identificação da lepra e condições análogas no homem e suas roupas. O capítulo 14 trata dos métodos de purificação a serem seguidos quando o seira’at era constatado no homem e nas paredes de sua casa.

13:1 E o Senhor falou a Moisés. Como a razão pela qual Deus graciosamente dirigiu o regulamento sobre os animais puros e impuros a Moisés e Arão conjuntamente (ver Lv 11:1), não mais opera aqui, o Senhor agora dirige as leis de purificação ao Legislador sozinho. As leis de impureza contraídas de fora por comer ou entrar em contato com objetos impuros são naturalmente seguidas por preceitos sobre impurezas que surgem de dentro do próprio corpo humano. Os guias espirituais do tempo de Cristo, entretanto, explicam a sequência dessas leis declarando que o arranjo segue a ordem da Criação. Assim como na Criação Deus fez primeiro os animais e depois formou o homem, assim também nas leis de pureza, os animais têm precedência sobre o homem e são tratados em primeiro lugar.

13:2. Será levado a Arão, o sacerdote. Arão ou um dos seus filhos foi designado para examinar o indivíduo suspeito de lepra. Se houvesse um inchaço, erupção ou mancha sobre a pele, seria designado como lepra se o cabelo crescendo sobre o local estivesse branco e se o local aparentasse uma depressão. Se o pelo não tivesse mudado de cor e a lesão fosse superficial, impunha-se uma quarentena para observação. Se a condição não piorasse no tempo designado, o individuo era considerado limpo; se, contudo, houvesse um progresso na erupção, a condição era declarada de lepra pelo sacerdote.

13:11. É lepra inveterada. Se o sacerdote fosse capaz de determinar, pela aparência do homem, que sofria de uma lepra antiga, este poderia ser declarado imundo sem quarentena ou qualquer observação adicional.

13:12. Se a lepra se espalhar de todo na pele. Se a doença da pele tiver se espalhado por todo o corpo, o homem deveria ser considerado limpo até que aparecesse carne viva. Então seria declarado imundo. Se a carne viva sarasse, seria declarado limpo novamente. Não sabemos se esta é uma referência à lepra verdadeira.

13:18. A carne, em cuja pele houver uma úlcera. O estado de lepra poderia aparecer no local de uma ferida recentemente curada. Se houvesse dúvida quanto ao diagnóstico, empregava-se a quarentena e a observação.

13:24. Queimadura de fogo. O local de uma queimadura também podia ser o ponto onde a lepra viesse a se manifestar. O sacerdote devia tomar medidas apropriadas para fazer o diagnóstico correto.

13:29. Praga na cabeça ou na barba. Se uma coceira ou sarna (neteq) aparecesse na cabeça ou na barba, devia ser observada pelo sacerdote. Se, após um certo período, não se espalhasse e não contivesse pelo amarelo, o individuo era declarado limpo. Empregava-se então uma lavagem.

13:35. Se tiver espalhado muito. Se, depois da lavagem, a sarna tivesse aparentemente avançado, o homem devia ser declarado imundo, quer houvesse nela pelos amarelos, quer não.

13:38. Manchas lustrosas. Se a pele (bohaq) apresentasse uma inflamação com manchas brancas opacas, a imundície não estava envolvida.

13:40. Quando os cabelos... caírem. A queda de cabelo propriamente dita não implicava em imundície. Se, contudo, a condição fosse acompanhada de inflamação, a pessoa devia ser declarada leprosa.

13:45. O leproso, em quem está a praga. A situação do leproso era angustiante. Ficava em completo exílio fora da cidade (Nm. 5:2-4), sendo considerado como morto (Nm. 12:10-12). Contudo, como nem todas as doenças de pele que obrigavam esse exílio fossem realmente lepra, havia ao que parece, aqueles que se restauravam, eram declarados limpos e tinham permissão de retomar ao seu lugar na sociedade.

13:47. Em alguma veste houver praga de lepra. Ao que parece a referência aqui é a algum tipo de mofo ou a vestes que foram usadas por um leproso. O primeiro caso é o mais provável.

13:49. Se a praga for esverdinhada ou avermelhada. Se as manchas fossem verdes ou vermelhas, as vestes deviam ser deixadas de lado durante sete dias. Se elas aumentassem de tamanho, o tecido sobre o qual se apresentava devia ser destruído pelo fogo, porque era uma praga “corrosiva”, isto é, maligna.

13:54. E o encerrará por mais sete dias. Se a praga não se espalhasse durante os primeiros sete dias de observação, as vestes deviam ser lavadas e colocadas à parte por mais sete dias.

13:55. Com fogo a queimarás. Se a lavagem não fizesse desaparecer a praga, as vestes deviam ser queimadas. Lepra roedora se refere à tendência do bolor ou mofo de “comer” o couro ou o tecido, quer se espalhe por todo ele, quer não.

13:56. Então a rasgará da veste. Se a mancha tivesse diminuído de intensidade, o sacerdote devia remover aquela parte do tecido contaminado.

13:57. Com fogo queimará aquilo em que está a praga. Se a remoção da mancha não viesse a evitar que a praga se espalhasse, toda a veste contaminada devia ser queimada.

13:58... se lavará segunda vez. Se a lavagem removesse a praga, o item devia tornar a ser lavado e então considerado limpo.

Notas Adicionais:
13:1–46
Esta seção trata dos sintomas preliminares de doenças de pele (vv. 1–8) e depois dos sintomas de (1) carne crua (vv. 9–17), (2) furúnculos (vv. 18–23 ), (3) queimaduras (vv. 24–28), (4) feridas na cabeça ou no queixo (vv. 29–37), (5) manchas brancas (vv. 38–39) e (6) doenças de pele em a cabeça que causa calvície (vv. 40–44).

13:2 contaminando a doença de pele. Ocorre frequentemente nos caps. 13–14; veja também 22:4; Nm 5:2. Tais doenças mostram defeitos visíveis que podem funcionar apropriadamente como um símbolo de impureza - como mofo (cf. vv. 47-59). doença. Ver nota de texto da NVI; veja também 22:4–8; Nm 5:2–4; Dt 24:8–9. Os sintomas descritos e o fato de que podem mudar rapidamente (vv. 6,26-27,32-37) mostram que a doença não era necessariamente uma lepra verdadeira (hanseníase). Eles também se aplicam a várias outras doenças, bem como a erupções cutâneas bastante inofensivas. A palavra hebraica traduzida como “doença de pele contaminada” também pode significar “mofo” (v. 47; 14:34; e especialmente 14:57).

13:45–46 Os cerimonialmente impuros eram excluídos do acampamento (a área ao redor do tabernáculo e do pátio), onde os israelitas viviam em tendas. Mais tarde, nenhuma pessoa impura era permitida na área do templo, onde podiam se misturar com outras pessoas. Deus estava presente de modo especial não só no tabernáculo, mas também no acampamento (Nm 5,3; Dt 23,14). Portanto, pessoas impuras não deveriam estar no acampamento (ver Nm 5:1–4; 12:14–15, Miriã; 31:19–24; ver também Lv 10:4–5; Núm 15:35–36; 2 Reis 7:3–4; 2Cr 26:21, Uzias). Como resultado de sua separação de Deus, eles deveriam exibir sua dor rasgando suas roupas, tendo cabelos despenteados e cobrindo parcialmente seus rostos (v. 45).

13:47 mofo profanador. Durante a estação chuvosa de Israel (outubro a março), isso é um problema ao longo da costa e do Mar da Galileia, onde é muito úmido.

Índice: Levítico 1 Levítico 2 Levítico 3 Levítico 4 Levítico 5 Levítico 6 Levítico 7 Levítico 8 Levítico 9 Levítico 10 Levítico 11 Levítico 12 Levítico 13 Levítico 14 Levítico 15 Levítico 16 Levítico 17 Levítico 18 Levítico 19 Levítico 20 Levítico 21 Levítico 22 Levítico 23 Levítico 24 Levítico 25 Levítico 26 Levítico 27