Obadias 1 — Explicação das Escrituras
(Explicação das Escrituras)
1 Obadias.
Quer dizer “servo do Senhor”, nome comum na Bíblia. Assim diz o
Senhor Deus. Esta é uma expressão que indica a autoridade divina da
profecia inteira. Edom. Esta nação, composta dos descendentes de
Esaú, irmão de Jacó (que veio a ser chamado Israel), repetidas vezes
estava em guerra contra a nação irmã, Israel. O caso mais terrível desta
inimizade, entretanto, revelou-se quando os babilônios destruíram a cidade
de Jerusalém juntamente com o templo em 586 a.C., oportunidade aproveitada pelos
edomitas para depredar o que restava da cidade e das fazendas abandonadas.
2 A mensagem
para Edom começa neste versículo, depois da introdução que descreve
o assunto e a situação.
3 Habitas
nas fendas das rochas. Refere-se à capital de Edom, a grande cidade de
pedra esculpida, na rocha sólida e por isso mesmo chamada Sela (“rocha” em
hebraico) e Petra (“rocha” em latim). Alta morada. A maior parte de
Edom era rochosa e alta; o que resta de Sela mostra quão seguros os
edomitas podiam se sentir. Aliás, os vv. 6 e 7 dão a entender que só uma
traição podia abrir o caminho àquela fortaleza.
6 Esaú.
Pai de todos os edomitas, e irmão gêmeo de Jacó, ao qual odiava por causa
da profecia de que Esaú serviria a Jacó (Gn 25.23, 30). Esta rivalidade
contra Israel foi herdada pelos edomitas (2 Cr 21.8-17; Nm 20.14-22). Esquadrinhados.
Talvez haja aqui uma dupla referência: 1) Obra de um espião a revelar os
segredos da fortaleza; e 2) Obra dos soldados invasores, nada deixando de
valor na cidade assaltada.
7 Na época de
Obadias, a infiltração dos árabes na direção de Edom já havia
começado, mas foi apenas no século V a.C. que a capital caiu em suas mãos,
da maneira aqui profetizada. Por outro lado, porém, parece que o mesmo
Nabucodonosor que destruiu a Jerusalém, invadiu a Edom alguns anos mais
tarde, isto é, no ano 581 a.C.
11-14 Este trecho relembra o que os edomitas tinham feito depois da
destruição de Jerusalém, fazendo por merecer, assim, posteriormente, um fim
semelhante.
15 O Dia do
Senhor. Heb yôm yehõwâh, o dia no qual Deus julga
abertamente, publicamente, sem haver escape (Sf 1.14-18). Todos os “dias
do Senhor” são apenas prelúdios do grande período final do julgamento,
preeminentemente o Dia do Senhor descrito em Apocalipse, caps. 6 até 20,
que começa com o derramamento dos julgamentos sobre a terra, e tem por
clímax a volta pessoal de Cristo, a destruição dos inimigos de Deus (Ap
19.11-21) e o estabelecimento do Seu reino (Ap 20.1-6).
16 Bebestes.
Refere-se à ira de Deus.
17 Livramento.
Um meio de escape. É possível que aqui se profetize a vinda do
Salvador que, no monte Sião, em Jerusalém, viria a oferecer-se como
libertação do pecado e das suas conseqüências eternas.
18 Ninguém
mais restará. Não existe mais nenhum edomita no mundo de hoje.
20 Sefarade.
Uma cidade que ficava, entre Tiro e Sidom, mencionada em 1 Rs 17.9 e Lc 4.26 sob o nome
de Sarepta.
21 Salvadores.
Os próprios judeus aplicam esta palavra ao Messias e aos Seus servos.