Isaías 1 — Explicação das Escrituras

Isaías 1

Isaías 1 contém uma mensagem do profeta Isaías que se dirige ao povo de Judá e de Jerusalém, exortando-os ao arrependimento e ao retorno a Deus. 

Versículos 1-9: Introdução e Repreensão
Isaías apresenta a visão que recebeu de Deus a respeito de Judá e Jerusalém. Ele compara a nação a crianças rebeldes que se desviaram dos caminhos de Deus. Isaías repreende o povo pela sua infidelidade, descrevendo o seu estado como doente e ferido.

Versículos 10-15: Sacrifícios sem sentido
Isaías condena as práticas de adoração insinceras do povo. Ele critica os seus sacrifícios e rituais frequentes como gestos vazios, exortando-os a aprender a fazer o bem e a procurar a justiça.

Versículos 16-20: Chamado ao Arrependimento
Isaías implora ao povo que se lave de seus pecados e más ações. Ele os incentiva a se arrependerem e se voltarem para a justiça. O profeta contrasta o seu atual estado pecaminoso com as bênçãos que advirão do arrependimento genuíno.

Versículos 21-23: Cidade da Corrupção
Isaías descreve Jerusalém como uma cidade que se tornou corrupta e cheia de injustiça. Ele condena os seus líderes e governantes por participarem na opressão e na violência.

Versículos 24-31: Promessa de Restauração e Julgamento
Isaías fala do julgamento de Deus que cairá sobre os ímpios. Ele promete restauração para aqueles que se arrependem e se voltam para Deus, mas alerta sobre as consequências para aqueles que continuam em seus caminhos rebeldes. O capítulo termina com uma imagem do julgamento sobre os impenitentes.

Em essência, Isaías 1 serve como um chamado ao arrependimento, denunciando rituais vazios e adoração insincera. O capítulo enfatiza a importância de se afastar da maldade e retornar aos caminhos de Deus, com a promessa de restauração e bênçãos para aqueles que derem ouvidos à mensagem.

Explicação

1:1 O primeiro versículo de Isaías é muito parecido com um título; suas referências históricas são tratadas em nossa Introdução.

1:2, 3 Todo o universo é convocado para assistir a um julgamento com Deus como o Juíz, e com Judá e Jerusalém como réus. A acusação acusa as pessoas de serem filhos intratáveis que se rebelaram contra Deus e falharam em mostrar a gratidão natural e a devoção que se poderia esperar de um animal doméstico!

1:4–6 O povo é culpado de iniquidade agravada ao virar as costas para o Santo. Os castigos de Deus não foram bem-sucedidos, embora o corpo esteja coberto de feridas, contusões e feridas putrefatas.

1:7–9 A partir do versículo 7, o profeta descreve o futuro como se já tivesse ocorrido. Invasores inimigos desolaram Judá. Jerusalém, a filha de Sião, é como uma tosca cabana temporária, esquálida em meio aos destroços. Se não fosse pela graça de Deus em poupar um remanescente muito pequeno, a destruição teria sido tão completa quanto a de Sodoma e Gomorra.

1:10–15 Os governantes e o povo de Jerusalém (Sodoma e Gomorra) devem perceber que Deus despreza rituais sem realidade, sacrifícios sem obediência, presentes sem os doadores. Enquanto as pessoas estiverem vivendo em pecado, sua frequência aos serviços do templo é um insulto pisoteando Seus tribunais. A mistura de iniquidade e assembleia solene é odiosa para Ele. Ele não prestará atenção às suas mãos estendidas ou às suas muitas orações.

W. E. Vine adverte os crentes sobre o mesmo perigo hoje:
A mera religião externa é sempre um manto para cobrir a iniquidade. O Senhor expôs tudo isso em Suas fortes denúncias em Mateus 23. A combinação culposa no judaísmo desenvolveu-se amplamente na cristandade. A consciência de um crente pode ficar tão cauterizada que uma pessoa pode praticar religião enquanto ainda vive em pecado
(W. E. Vine, Isaiah: Prophecies, Promises, Warnings, p. 14.)
1:16, 17 O que eles devem fazer é lavar -se através do arrependimento e abandono do mal, então praticar a retidão e a justiça social.

1:18–20 Se seguirem essa linha de raciocínio divino, serão purificados dos pecados mais profundos e desfrutarão das coisas boas que Deus providenciou para eles. É significativo que o primeiro capítulo do profeta evangélico, cujo nome significa “a salvação de Jeová”, contenha o convite vencedor do evangelho:

“Venha agora, e raciocinemos juntos”, diz o SENHOR, “Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam vermelhos como o carmesim, serão como a lã”.

O raciocínio divino, aceito pela fé, ensina que há purificação do pecado, que essa purificação é totalmente independente do mérito ou esforço humano, e que é somente por meio da redenção que o Senhor Jesus realizou pelo derramamento de Seu sangue na cruz. Quem pode conhecer as multidões que responderam ao convite de Isaías 1:18? E ainda está soando!

Mas se o povo recusar e se rebelar, então a guerra e a destruição os aguardam.

1:21–23 Jerusalém não é mais uma cidade de fidelidade, justiça e retidão. Agora é uma cidade prostituta, um refúgio de assassinos. Suas melhores coisas foram corrompidas e seus príncipes são canalhas. O suborno e a injustiça estão por toda parte.

1:24–31 Portanto, Deus descarregará Sua ira sobre todos aqueles que mostram por seus pecados que são Seus inimigos. Seus julgamentos expurgarão toda a impureza e restaurarão Jerusalém à sua antiga glória. Sua justiça garantirá a libertação daqueles que se arrependerem.

O nome combinado do Senhor, o SENHOR DOS EXÉRCITOS, garante a inevitabilidade dos julgamentos descritos. Mas os pecadores serão destruídos. Os idólatras terão vergonha de seus santuários (terebintos e jardins). Eles mesmos serão como um terebinto cujas folhas murcham e um jardim ressequido que não tem água. Líderes que confiam em sua própria força (os fortes) serão como iscas altamente inflamáveis, inflamadas pela centelha de suas próprias obras perversas.

Devocional de Isaías 1


Isaías 1:1-9
A INGRATIDÃO DE UMA NAÇÃO FAVORITA

Este capítulo forma o prefácio das profecias de Isaías. É uma declaração clara e concisa dos pontos em questão entre Jeová e Seu povo. Urgência especial foi dada a esses apelos, quando proferidos pela primeira vez, pelo fato que era bem conhecido dos políticos e do povo hebreus, de que a Assíria estava se preparando para uma grande guerra de conquista, que seria dirigida especialmente contra Jerusalém e seus aliados. Este capítulo é este na forma de um assize, um caso de coroa no qual Deus é tanto o reclamante quanto o juiz. A convicção de pecaminosidade que o profeta desejava assegurar foi buscada, não apelando para um código de leis que havia sido transgredido, mas mostrando a ingratidão com que Israel havia retribuído o amor paterno de Deus. É o elemento pessoal do pecado que mais rapidamente convence os homens. “Saulo, Saulo, por que me persegues?” “Tu és o homem!” “Ele fez mal ao Espírito da graça!”

Isaías 1:10-20
VÃO A RELIGIÃO SEM JUSTIÇA

O profeta aponta, primeiro, a miséria que tomou conta do país, Isaías 1:4-9; e então os pecados das classes dominantes, Isaías 1:10; 17; 21-23. O que pode ser chamado de pecados pessoais e privados, como embriaguez, vaidade, suborno e opressão dos pobres, são vistos em sua audição pública, como trazendo ira e desastre para toda a nação. Nenhum homem pode pecar por si mesmo. Seus pecados mais íntimos reagem sobre toda a comunidade. Em resposta, a nação apontou para o esplêndido ritual e inúmeros sacrifícios do serviço do Templo. Mas essas observâncias apenas aumentavam a história de seus pecados, porque eram formais e superficiais. O sacrifício de Deus é um coração quebrantado e contrito. O exterior é absolutamente inútil, a menos que seja a expressão do interior e do espiritual. Mas onde está presente um espírito puro e santo, as formas mais simples são magníficas em seu significado e valor. Expiar se torna a base de uma escada para o céu, e o espinheiro arde com a Deidade. Mas o perdão é oferecido livremente ao culpado. Carmesim e escarlate são as mais duradouras de todas as cores, e sua remoção impressiona a plenitude do amor perdoador de Deus.

Isaías 1:21-31
UMA NAÇÃO PURGADA DA ESCÓRIA POR DESASTRE

O grande amante de nossas almas não abandona Seu povo, mesmo quando eles rejeitam as primeiras aberturas de Sua piedade atraente. Embora eles se recusem a ceder a eles, Ele se recusa a rejeitá-los; e se propõe pelos julgamentos purificadores de Sua providência para afastá-los dos maus caminhos que escolheram e reconquistá-los para Si mesmo. Se Jerusalém tivesse escutado agora as súplicas sinceras de Isaías, ela nunca teria sido levada para o cativeiro de setenta anos em uma terra de estranhos. Este é o fogo purificador mencionado em Isaías 1:25. Sua base de confiança, seja em si mesmos ou em seus aliados, seria destruída, Isaías 1:29-30; os líderes do mal que os levaram à desolação seriam exterminados; e surgiria um povo novo e purificado como nos dias de Esdras e Neemias. Agradeçamos a Deus pelos fogos purificadores na experiência nacional e pessoal. Não os temamos quando manipulados pela mão do amor. Veja Mal 3:3 e Jo 15:2-3.

Notas Adicionais:
1.1 Visão.
Heb hazôn, conteúdo de uma revelação ou comunicação divina endereçada aos homens. A palavra era usada em outra forma para significar “vidente”, nome antigamente dado aos profetas. De Isaías. O próprio livro define o nome do seu autor. Uzias... Judá. Estes quatro reis governaram sucessivamente sobre Judá em Jerusalém, na última parte do oitavo século antes de Cristo. Seus reinados se descrevem nos trechos bíblicos citados no rodapé.

1.2 O Senhor é quem fala. Um testemunho da inspiração da Bíblia.

1.8 Choça... no pepinal. Estas choças e palhoças construíam-se nas vinhas e nas hortas para serem ocupadas temporariamente pelos colhedores durante a colheita, sendo abandonadas durante o resto do ano. Da mesma forma, Jerusalém seria abandonada, depois de deixar de tomar parte no propósito divino, o de ser uma cidade missionária.

1.9 Sobreviventes. Já aqui aparece a doutrina de um remanescente fiel que, séculos mais tarde, sobreviveria aos castigos e ao Cativeiro, assunto que se desenvolve mais amplamente na segunda metade do livro. Sodoma... Gomorra. Cf. Gn 18.16-19.28; Jr 23.14; Ez 16.46-58.

1.10 A Palavra do Senhor. Estas profecias são palavras do próprio Deus, e só se entendem quando são reconhecidas como tais.

1.14 Lua Nova. A festa religiosa do princípio de cada mês.

1.18 Arrazoemos. É um convite aberto para um judicioso ajustamento de contas, aquilo que Jó havia pedido (Jó 23.7). Perante a justiça divina, ninguém sairia impune (Sl 130.3), mas o próprio Deus se oferece a nos revestir da brancura da santidade, ao invés da cor de carmesim que representa nossa vida de pecados.

1.21 Prostituta. Uma cidade cujos habitantes são infiéis a Deus, infiéis à sua vocação, apóstatas e idólatras, é prostituta perante Deus. Descrições semelhantes se leem em Jr 36-1 0; Ez 16 e 23.

1.21-25 O metal não purificado pouco valor tem; o caráter humano, não liberto dos vícios, não supera o caráter do irracional.

1.26 Restituir-te-ei os teus juízes. Na época da teocracia, Deus colocou juízes sobre a seu povo, para guiá-lo segundo a vontade divina, impondo à verdadeira justiça. Na igreja de Cristo, no NT, Jesus é o Senhor soberano (Mt 19.28), e os apóstolos, os guias do povo de Deus. Possivelmente, pois, isto se refere ao NT, escrito pelos apóstolos, e que agora, juntamente com o AT, se constitui em nossa única norma de doutrina e de vida, de fé e de conduta.

1.29 Carvalhos... jardins. Trata-se dos lugares onde se praticavam os ritos do culto pagão, uma mistura de idolatria com pecados sensuais. São os “altos”, tantas vezes mencionados na Bíblia (cf. 1 Rs 14.23; Jz 3.7); nestes altas havia postes-ídolos que os israelitas deveriam cortar (Êx 34.13), senão, eles mesmos seriam derrubados (vv. 30 e 31 deste mesmo capítulo de Isaías).

1.31 Estopa. Parte mais grossa do linho, que se separa por meio do sedeiro; depois elimina-se a mesma como um detrito.

Mais: Isaías 1 Isaías 2 Isaías 3 Isaías 4 Isaías 5 Isaías 6 Isaías 7 Isaías 8 Isaías 9 Isaías 10 Isaías 11 Isaías 12 Isaías 13 Isaías 14 Isaías 15 Isaías 16 Isaías 17 Isaías 18 Isaías 19 Isaías 20 Isaías 21 Isaías 22 Isaías 23 Isaías 24 Isaías 25 Isaías 26 Isaías 27 Isaías 28 Isaías 29 Isaías 30 Isaías 31 Isaías 32 Isaías 33 Isaías 34 Isaías 35 Isaías 36 Isaías 37 Isaías 38 Isaías 39 Isaías 40 Isaías 41 Isaías 42 Isaías 43 Isaías 44 Isaías 45 Isaías 46 Isaías 47 Isaías 48 Isaías 49 Isaías 50 Isaías 51 Isaías 52 Isaías 53 Isaías 54 Isaías 55 Isaías 56 Isaías 57 Isaías 58 Isaías 59 Isaías 60 Isaías 61 Isaías 62 Isaías 63 Isaías 64 Isaías 65 Isaías 66