Interpretação de Gênesis 47

Gênesis 47

Gênesis 47 continua a narrativa de Jacó e sua família no Egito durante o período de fome. Também explora o papel de José como autoridade-chave no Egito. Aqui está uma interpretação de Gênesis 47:

1. O papel de José no Egito: O capítulo começa com José apresentando sua família ao Faraó. Ele traz cinco de seus irmãos perante o Faraó, e eles explicam sua ocupação como pastores e pedem permissão para morar na terra de Gósen. O Faraó atende ao pedido e até expressa o desejo de que a família de José se estabeleça na melhor parte do Egito.

2. Jacó abençoa Faraó: Jacó, agora um homem idoso, abençoa Faraó após seu encontro. Este ato demonstra o respeito e a gratidão do patriarca ao Faraó por permitir que sua família se estabelecesse no Egito.

3. Gestão da Fome: O capítulo prossegue descrevendo a severidade contínua da fome e como José administra a situação. Ele coleta todo o dinheiro, gado e terras dos egípcios em troca de grãos durante os anos de fome. Esta política transforma essencialmente a população egípcia em servos controlados pelo Estado, com exceção dos sacerdotes que mantêm as suas terras. As ações de José ajudaram o Faraó a acumular vasta riqueza e consolidar poder.

4. A Gratidão do Povo: Apesar das dificuldades impostas pelas medidas de José, o povo Egípcio expressa-lhe a sua gratidão por ter salvado as suas vidas durante a fome. Eles reconhecem que sem a visão e a gestão de José, teriam morrido de fome.

5. Bênçãos e Longevidade de Jacó: Jacó e sua família se estabelecem na terra de Gósen, uma região fértil adequada para seu estilo de vida pastoral. As bênçãos de Jacó continuam a desempenhar um papel central na narrativa enquanto ele abençoa o Faraó e sua família. O texto também enfatiza a longa vida de Jacó e o significado da promessa feita a Abraão de que seus descendentes herdariam a terra de Canaã.

6. As Políticas Económicas de José: As políticas económicas de José, que incluem a redistribuição da população, a recolha de recursos e a garantia do controlo do Faraó sobre a terra, revelam a sua sabedoria e eficiência na gestão de uma crise grave. No entanto, também levantam questões sobre as implicações éticas das suas ações.

7. Continuação da Aliança: Apesar da sua presença no Egito, a família de Jacó continua a adorar e servir a Deus. O capítulo menciona seus sacrifícios e ofertas ao Senhor, destacando sua fé e a importância de manter seu relacionamento de aliança com Deus mesmo em uma terra estrangeira.

Gênesis 47 retrata a dinâmica de poder, gratidão e gestão de recursos durante tempos de fome. Ilustra as consequências das políticas económicas de José, o seu papel na preservação do Egipto e da sua própria família, e o cumprimento contínuo das promessas de Deus aos patriarcas. O capítulo serve como ponte entre a chegada inicial da família ao Egito e a eventual continuação de sua jornada e cumprimento da aliança de Deus nos capítulos posteriores de Gênesis.

Interpretação

Jacó e Faraó. 47:1-12.
47:1-6. Então veio José, e disse a Faraó; Meu pai e meus irmãos... chegaram. O encontro com Faraó foi memorável. Cinco dentre os irmãos, escolhidos com tal propósito por José, fizeram ao monarca o pedido de que Gósen lhes fosse designada, uma vez que eram pastores. O rei concordou que se estabelecessem naquela região, onde ficavam os melhores pastos. Pediu também a José que escolhesse os melhores dentre eles, homens capazes (v. 6), para ocuparem cargos de responsabilidade entre seus vaqueiros. O Egito gastava muito dinheiro e dispendia grandes esforços na criação de excelente gado.

47:7-10. O ponto alto da ocasião foi o momento quando José apresentou seu idoso pai ao rei. Jacó abençoou a Faraó (v. 7). A palavra beirak, que aparece duas vezes, pode ser traduzida para saudou, mas o significado normal e quase sempre preferido é abençoou. Naquele momento o poderoso homem de Deus colocou-se com dignidade diante do grande monarca e tomou consciência de que era o representante do Todo-poderoso ('El Shadday). o que poderia ser mais natural para ele do que transmitir uma bênção enviada pelo céu ao rei do Egito? Ele sabia que ocupava sublime posição no programa de Deus. Com sossegada dignidade invocou uma santa bênção sobre Faraó. Jacó era um canal especial de bênçãos divinas, e Faraó era o recipiente.

Quando foi interrogado sobre a sua idade, o patriarca respondeu: Os dias dos anos das minhas peregrinações (gur) são cento e trinta anos (v. 9). Sua vida fora marcada por uma série de peregrinações. Parecia-lhe curta comparada com as vidas mais longas de Abraão e Isaque.

47:11, 12. A terra de Ramessés era a mesma terra de Gósen. A parte oriental do delta do Nilo compreendia uma área que incluía o local da famosa cidade construída por Ramessés em uma geração posterior. José sustentou (yekalkil)... a seu pai. A forma particular do verbo kul usada aqui (o pilpel) pode significar “nutrir”, “sustentar” ou “proteger”. Está claro que José fez todas estas coisas quando cuidou e amou a Jacó com prodigalidade.

O Administrador do Sustento. 47:13-27.
Conforme as condições da fome foram piorando, os egípcios começaram a passar reais necessidades. As Escrituras dizem: Não havia pão em toda a terra. As pessoas vinham ter com José à procura de alimento para suas famílias. Quando o dinheiro se acabou, trocaram seu gado por cereais (v.17). Finalmente, tiveram de empenhar suas terras e seus corpos a Faraó a fim de obter alimento (v.19). Assim, todas as terras do reino, com exceção das que pertenciam aos sacerdotes, passaram às mãos de Faraó. Um sistema feudal em pleno desenvolvimento foi o que resultou. O governo fornecia sementes ao povo e o povo pagava 20 por cento de sua produção ao estado (vs. 23b, 24). Era uma situação desesperadora, mas o povo concordou a fim de ter o que comer. Disseram a José: A vida nos tens dado!... seremos escravos de Faraó (v. 25). A extrema conjuntura tornou necessária tais medidas drásticas. E assim o povo do Egito veio a ser servo de Faraó e suas terras se tomaram propriedades do estado.

Jacó e os Filhos de José. 47:28-48:22.
47:29, 30. Aproximando-se, pois, o tempo da morte de Israel. Jacó viveu seus últimos anos em paz, fartura e felicidade. Antes do fim da vida, fez José prometer que levaria o seu corpo de volta a Canaã para o sepultamento. Sua vida foi muito tumultuada; suas peregrinações foram longas. Mas ele queria que seus ossos fossem sepultados ao lado de Abraão, Isaque, Sara, Rebeca e Lia. O lugar da sepultura mencionado por Jacó era a Caverna de Macpela, comprada por Abraão, na ocasião da morte de Sara (cons. Gn. 23). O corpo do representante de Jeová seria colocado a repousar ao lado dos outros patriarcas. De acordo com a narrativa (v. 31), Jacó virou-se sobre o seu rosto e estendeu-se na cama de modo que a sua cabeça tocou na cabeceira. Assim humilde e reverentemente ele se prostrou. A outra tradução, Israel se inclinou sobre o seu cajado, nada tem a recomendá-lo dentro do texto massorético.

Antes da morte de Jacó, ele adotou os dois filhos de José, Manassés e Efraim, elevando-os à categoria de seus próprios filhos. Portanto, quando a terra prometida foi distribuída às tribos, muitos anos mais tarde, José recebeu dois quinhões inteiros. Assim Raquel tornou-se a mãe de três tribos no reino de Israel.

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