Interpretação de Gênesis 35

Gênesis 35

Gênesis 35 retrata um momento crucial na vida de Jacó e sua família. Este capítulo é marcado por temas de renovação, adoração e orientação divina. Aqui estão as principais interpretações e temas de Gênesis 35:

1. O Retorno de Jacó a Betel: Gênesis 35 começa com Deus instruindo Jacó a retornar a Betel, um lugar onde Jacó já havia encontrado Deus (Gênesis 28:10-22). Jacó recebe a ordem de ir a Betel e morar lá, enfatizando a importância da adoração e da busca pela presença de Deus.

2. Renovação da Aliança: Ao chegar em Betel, Jacó instrui sua família a abandonar seus deuses estrangeiros e se purificar. Este ato reflete uma renovação da aliança entre Deus e a família de Jacó. A decisão de Jacó de purificar a sua casa dos ídolos simboliza um retorno à adoração do único Deus verdadeiro.

3. Temor do Senhor: O capítulo destaca o temor do Senhor como princípio orientador na vida de Jacó. Ele constrói um altar e o chama de “El-Betel”, que significa “Deus de Betel”. Este ato demonstra sua reverência e reconhecimento da presença e soberania de Deus.

4. Morte de Débora: Em Gênesis 35:8, Débora, a enfermeira de Rebeca, morre e é enterrada sob um carvalho perto de Betel. Sua morte serve como um lembrete da passagem de uma geração e da mudança na dinâmica da casa de Jacó.

5. Renomeação de Jacó: Durante a jornada de Jacó, Deus fala com ele novamente e reafirma seu nome como “Israel”. Esta mudança de nome é uma confirmação da mudança no caráter e no status de Jacó, bem como um lembrete de seu papel como pai das doze tribos de Israel.

6. Os Doze Filhos de Jacó: O capítulo lista os doze filhos de Jacó e suas mães, reafirmando a fundação das doze tribos de Israel. O nascimento de Benjamim para Raquel é particularmente digno de nota, pois ocorre durante a viagem a Belém e é acompanhado pela trágica morte de Raquel.

7. Morte de Raquel: Raquel, a amada esposa de Jacó, morre ao dar à luz Benjamim. A morte dela é uma perda significativa para Jacó, já que Raquel era sua esposa favorita. Seu enterro perto de Belém e o nome do lugar como “Túmulo de Raquel” destacam o amor e a dor duradouros que Jacó sente por ela.

8. Reiteração da Promessa de Deus: Deus reitera Sua promessa a Jacó, enfatizando que ele se tornará uma grande nação com muitos descendentes. Esta reafirmação sublinha a continuação da aliança de Deus com os patriarcas e a importância do papel de Jacó no seu cumprimento.

9. Betel como Lugar Sagrado: O capítulo enfatiza a santidade de Betel como local de adoração e encontros divinos. O retorno de Jacó a Betel simboliza seu compromisso com uma vida de fé e devoção a Deus.

Em resumo, Gênesis 35 retrata um momento significativo na jornada espiritual de Jacó e na renovação do seu compromisso com Deus. Destaca temas de adoração, renovação de aliança e temor do Senhor. O capítulo também marca a passagem de uma geração com a morte de Débora e Raquel e ressalta a importância de Betel como lugar sagrado na narrativa bíblica.

Interpretação

35:1. Jeová enunciou uma ordem severa para Jacó prosseguir no seu alvo: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; faze ali um altar. Betel ficava 310 ms acima de Siquém e estava situada junto à estrada que levava a Jerusalém, Belém e Hebrom. Jacó já se demorara demais em alcançar este santo lugar. Devia agora edificar ali um altar, como Abraão o fizera na sua memorável viagem à Palestina. Jacó edificara um massiba, isto é, uma coluna de pedras, depois de sua inesquecível experiência com Jeová, ao fugir para Harã. Esta volta ao lugar santo envolveria uma entrega total de sua vida ao Senhor. Ele negligenciara o altar de Deus. A ênfase espiritual estivera ausente do seu pensamento e vida.

35:2-7. Imediata e obedientemente, Jacó aprontou-se para a viagem a Betel. Primeiro, convocou sua família semi-pagã e ordenou que todos se purificassem (v. 2), abandonando todos os tereipim e representações visíveis de deuses estranhos. Então a família de Jacó prosseguiu em sua santa peregrinação a Betel. O povo dos lugares pelos quais eles passaram estavam tão pasmados com o terror de Deus que não molestaram os peregrinos (v. 5). Quando Jacó chegou a Luz, sabia que estava para pisar em terreno santo. Levantou um altar a Jeová e chamou aquele lugar de El-Betel, o Deus da casa de Deus.

35:9-15. Novamente Deus apareceu a Jacó e assegurou-lhe que seu novo nome, Israel, seria um lembrete constante de seu novo caráter, seu novo relacionamento com Jeová, e sua caminhada real no divino caminho da vida. Ele era o herdeiro das promessas feitas a Abraão. A aliança continuava em pleno vigor, e continuariam a agir sobre ele e seus descendentes. Ao falar com Jacó, Deus usou o Seu nome, Deus Todo-poderoso, 'El Shadday, “o Todo-suficiente” (v. 11). Jacó podia contar com 'El Shadday para suprir qualquer necessidade e para lhe dar graça para enfrentar qualquer emergência.

35:16-20. Agora Raquel, que fornecera a Jacó a inspiração e o amor necessários, chegava ao fim de sua vida. Morreu dando à luz o seu segundo filho, o qual chamou de Benoni, filho da minha tristeza. Mas Jacó escolheu o nome Benjamim, filho da minha destra. Raquel deve ter sido sepultada em algum lugar ao sul de Betel, na estrada que vai para o Hebrom (cons. 35:16, 19). Betel ficava 16kms ao norte de Jerusalém, e Belém ficava cerca de 9,6 kms ao sul de Jerusalém. Conclui-se que Raquel foi sepultada nas imediações de Belém. O lugar tradicional costuma ainda ser apontado para os visitantes da cidade.

35:27-29 Isaque viveu até a volta de Jacó, de Harã. De Berseba mudou-se para Mamre, pertinho da cidade de Hebrom. Ali Abraão comprou a Caverna de Macpela para o sepultamento de Sara. Agora com 189 anos de idade, expirou Isaque e morreu. A palavra hebraica geiwei significa “decair” ou “enfraquecer-se”. Na hora do sepultamento, Esaú e Jacó estiveram juntos ao lado da sepultura, em homenagem ao seu pai. Os irmãos estavam unidos por uma dor comum, como Ismael e Isaque estiveram junto à sepultura de Abraão.

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