Interpretação de Gênesis 29

Gênesis 29

Gênesis 29 cercaram a chegada de Jacó a Padã-Arã, seu encontro com Labão e o início de sua jornada rumo ao casamento. Este capítulo contém vários temas e interpretações importantes:

1. A Chegada de Jacó em Padã-aram: Depois de deixar sua casa em Berseba e viajar uma distância considerável, Jacó chega em Padã-aram. Isto marca o cumprimento do desejo de sua mãe Rebeca de enviá-lo para a casa de seu irmão Labão, aparentemente para sua segurança e para encontrar uma esposa entre seu próprio povo.

2. O Encontro de Jacó com Raquel: Ao chegar a um poço em Harã, Jacó encontra pastores que estão esperando para dar de beber aos seus rebanhos. Ele descobre que eles são da casa de Labão e pergunta sobre Labão e sua filha Raquel. Raquel chega com as ovelhas de seu pai e Jacó fica imediatamente impressionado com sua beleza. Este encontro prepara o terreno para o desenvolvimento do relacionamento de Jacó e Raquel.

3. A Força e a Coragem de Jacó: Neste capítulo, Jacó demonstra força e coragem quando, sozinho, remove uma grande pedra da boca do poço para ajudar a dar de beber às ovelhas de Raquel. Este ato físico simboliza sua determinação e desejo de ajudar Rachel, e isso a impressiona.

4. Boas-vindas de Labão: Labão recebe Jacó em sua casa, e Jacó passa um mês com Labão. Durante esse tempo, Labão percebe que Jacó é filho de sua irmã e lhe oferece um lugar em sua casa. A presença de Jacó é vista como uma bênção, pois Labão reconhece o favor de Deus.

5. Acordo de Casamento: Jacó expressa seu desejo de se casar com Raquel e se oferece para trabalhar para Labão por sete anos em troca de sua mão em casamento. Labão concorda com esse acordo, e o amor de Jacó por Raquel é tão forte que os sete anos parecem apenas alguns dias para ele.

6. Decepção e Substituição: O caráter de Labão é revelado quando ele substitui Raquel por Lia, sua filha mais velha, na noite do casamento. Jacó, sem saber da mudança devido à escuridão, consuma o casamento com Lea. Este ato de engano prepara o terreno para futuros conflitos nas relações de Jacó com Labão e suas esposas.

7. As Consequências do Engano: Este capítulo sublinha as consequências do engano e da trapaça dentro da família. Jacó, que antes havia enganado seu pai, agora é enganado por Labão, destacando a ideia de que tudo que vai, volta.

8. Poligamia e suas consequências: A prática da poligamia é evidente neste capítulo, quando Jacó se casa com Lia e Raquel. Isso leva à rivalidade e ao ciúme entre as irmãs, que continuarão nos capítulos subsequentes.

9. A Providência de Deus: Ao longo destes eventos, a providência de Deus está em ação. Embora o desejo de Jacó de Raquel e o engano de Labão desempenhem papéis significativos, em última análise, é Deus quem determina o resultado e orquestra o desenrolar do Seu plano através dos casamentos de Jacó e do nascimento dos seus filhos.

Em resumo, Gênesis 29 nos apresenta a jornada de Jacó até Padã-Arã, seu encontro com Labão e Raquel e as complexidades dos relacionamentos familiares. Também destaca as consequências do engano e o papel da providência de Deus na definição do curso dos acontecimentos. Este capítulo prepara o cenário para o desenrolar do drama da vida de Jacó e seu relacionamento com Labão e suas esposas.

Interpretação

29:1-12 Pôs-se Jacó a caminho (v. 1). A expressão idiomática hebraica, levantou os seus pés, fala da reação do jovem diante do estímulo divino. Estava a caminho de Padã-Arã, à procura da família de sua mãe perto de Harã. Era difícil fazer tão longa viagem, mas parece que Jacó não tinha outra alternativa. Finalmente se encontrou ao lado de um poço, no meio de rebanhos de ovelhas, com seus pastores aguardando que a grande pedra fosse removida da boca do poço para que suas ovelhas pudessem se dessedentar. Possivelmente foi o mesmo poço onde Eliézer encontrou Rebeca para o jovem Isaque. Embora muitos anos tivessem passado, Labão ainda estava vivo, conforme Jacó ficou sabendo dos pastores, e sua filha Raquel era a guardadora do seu rebanho (v. 6). Quando Raquel se aproximou com o rebanho de Labão, Jacó se aproximou para remover a grande pedra a fim de que as ovelhas pudessem matar a sua sede. Depois beijou sua prima e apresentou-se. Profundamente comovido com tudo o que lhe tinha acontecido e com este seu primeiro encontro com seus parentes, Jacó, erguendo a voz, chorou, enquanto Raquel corria para contar a Labão que seu sobrinho tinha chegado.

29:13, 14 Labão, irmão de Rebeca, neto de Naor, ficou felicíssimo em poder dar as boas-vindas a alguém que era de sua própria família. Já se passara tanto tempo desde que sua irmã partira como noiva de Isaque. Alegremente recebeu o filho de Rebeca no seio de sua família. Talvez ele se lembrasse da generosa demonstração de riqueza feita por Eliézer. Talvez ficasse impressionado pela robustez do jovem, que poderia dar um bom pastor. Quase com certeza ele considerou a possibilidade de um marido para suas filhas. Lia e Raquel, ambas eram moças casadouras. Labão nunca perdia a oportunidade de fazer um bom negócio. O jovem sobrinho vindo das montanhas logo aprenderia a lidar com ele cautelosamente. Na verdade, Jacó aprenderia a superar o principal trapaceiro de todos os “filhos do Oriente”.

29:15-20 Raquel era excepcionalmente linda e atraente e Jacó já estava impressionado com ela. As Escrituras dizem, Jacó amava Raquel (v. 18). Lia, a irmã mais velha, estava longe de ser bonita. Seus olhos não tinham o brilho, a vivacidade e atração que os homens admiram. Mas Lia ficou tão firmemente evidenciada na história sagrada que gerações sucessivas teriam de levá-la em conta. Seria um dos seus filhos que seria escolhido para tomar lugar na linhagem messiânica. Estes quatro – Labão, Jacó, Lia e Raquel – foram figuras significativas no procedimento divino com Seu povo escolhido.

29:21-30 Depois de trabalhar arduamente sete anos pela filha mais moça, Jacó foi enganado e induzido a se casar com Lia. Depois das festividades do casamento de Lia, Jacó casou-se com Raquel, sua irmã mais moça, mas teve de trabalhar mais sete anos em pagamento. Assim ele teve duas esposas de igual posição. Seu ardente amor por Raquel tornou o relacionamento com Lia mais ou menos estranho e frustrante. Lia devia sofrer muito sabendo que seu marido não a amava. Contudo tinha esperanças de que um dia o coração de Jacó se voltaria para ela.

29:31-35 No começo nem Raquel nem Lia deram filhos a Jacó. Naquele tempo, ser estéril era uma situação patética. Contudo, no devido tempo, Jeová veio em socorro de Lia e curou a sua esterilidade, e ela veio a ser mãe. Um após o outro seus filhos vieram, até que já tinha seis filhos. Uma filha, Diná, foi-lhe acrescentada. Com regularidade de partir o coração, Lia apresentava um filho com as palavras: Agora me amará meu marido. Mas nenhuma palavra de reconhecimento ou apreciação partia de Jacó. A palavra traduzida para preterida (seini) indica “menos afeição”, ou “menos devoção”. Não indica ódio positivo.

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