Interpretação de Gênesis 11

Gênesis 11

Gênesis 11 contém a história da Torre de Babel. Este capítulo tem vários temas e interpretações principais:

1. A Torre de Babel: A narrativa central em Gênesis 11 é a construção da Torre de Babel pelos descendentes de Noé. O povo decide construir uma grande cidade com uma torre que chega aos céus, possivelmente como um ato de orgulho humano e desafio a Deus. A torre simboliza a ambição humana e o desejo de autossuficiência.

2. Punição e Confusão de Línguas: Em resposta à arrogância do povo, Deus confunde suas línguas, fazendo com que eles não se entendam mais. Esta confusão linguística espalha as pessoas por todo o planeta, levando à formação de diferentes nações e culturas. Este evento é frequentemente visto como a origem de diversas línguas e a dispersão da humanidade.

3. Temas Teológicos:
  • Orgulho e arrogância: A história da Torre de Babel é frequentemente interpretada como um conto de advertência sobre o orgulho e a arrogância humanos. A tentativa do povo de construir uma torre para alcançar os céus reflete um desejo de auto-glorificação e auto-suficiência, o que é visto como contrário a uma humilde dependência de Deus.
  • Desobediência e Intervenção Divina: A confusão de línguas e a dispersão do povo são vistas como intervenções divinas para conter a desobediência e a arrogância humanas. As ações de Deus ilustram Sua autoridade e soberania sobre os assuntos humanos.
  • Unidade e Diversidade: A história destaca a tensão entre o desejo humano de unidade e a realidade da diversidade. Enquanto o povo procurava construir uma cidade e uma torre unificadas, a intervenção de Deus levou à dispersão da humanidade, resultando em diversas línguas e culturas. Este tema é relevante para discussões sobre a condição humana e o papel da diversidade no plano de Deus.
4. Significado Cultural e Histórico: A narrativa da Torre de Babel tem significado cultural e histórico, pois oferece uma explicação bíblica para a diversidade de línguas e culturas no mundo antigo. Também reflecte a cosmovisão bíblica dos israelitas, que viam a sua própria identidade e história como distintas de outras nações.

5. Dispersão e Formação de Nações: Gênesis 11 está intimamente ligado a Gênesis 10, que é a Tabela das Nações. Juntos, esses capítulos explicam como os descendentes dos filhos de Noé se espalharam e formaram diversas nações com línguas e culturas distintas.

As interpretações de Gênesis 11 podem variar entre diferentes tradições religiosas e estudiosos. Alguns veem-no como um relato histórico literal, enquanto outros o interpretam de forma simbólica ou alegórica, enfatizando as suas lições teológicas e morais sobre o orgulho, a obediência e as consequências das ações humanas. Independentemente da interpretação, Gênesis 11 desempenha um papel na explicação da diversidade de línguas e culturas na narrativa bíblica e na abordagem de questões sobre as origens das civilizações humanas.

Interpretação

A Torre de Babel. 11:1-32.

11:1, 2. Ora em toda a terra havia apenas uma linguagem. Gênesis descreve Noé e seus filhos saindo da arca e falando uma só língua com um só vocabulário. Quando os descendentes de Noé se multiplicaram, naturalmente continuaram com essa mesma língua, uma vez que em suficiente. Viveram no vale do Eufrates e nas redondezas do mesmo, local comumente considerado como o berço da civilização. Sinear. Os hebreus usavam o nome Sinear, originalmente uma região ao norte da Mesopotâmia, para designar toda a região da Mesopotâmia. Nômades, vaguearam ao longo das montanhas do Ararate até as bem regadas planícies da Babilônia.

11:3, 4. Vinde, edifiquemos para nós uma cidade, e uma torre... e tornemos célebre o nosso nome. Quando os descendentes de Noé que se dirigiram para o leste encontraram um local onde acharam que poderiam se estabelecer definitivamente, decidiram construir uma cidade. Construiriam uma gigantesca torre, tão alta que o seu topo ferida a “abóbada” acima deles. Esta grandiosa estrutura lhes concederia a vantagem de se colocarem em posição de importância diante dos outros homens, e até mesmo diante de Deus.

O propósito do empreendimento era duplo. Primeiro, queriam se assegurar da força que vem da unidade. A cidade e a torre os manteriam unidos em um grupo sólido, de modo que seriam poderosos –até mesmo sem a ajuda de Deus. Diziam: Para que não sejamos espalhados. Por outro lado, estavam determinados a se tomarem conhecidos – tornemos célebre o nosso nome. Estes pecados de auto-suficiência e orgulho predominavam em seus pensamentos. Queriam se assegurar de que não seriam esquecidos. A torre os manteria unidos e asseguraria que seus nomes não caíssem no esquecimento. Desafiaram a Deus e resolveram provar a sua auto-suficiência. Sua estrutura elevada seria um monumento à sua energia, coragem, gênio e recursos. Muitas cidades grandes, tais como a Babilônia, Sodoma, Gomorra, Sidom, Tiro e Roma experimentaram de tudo, menos uma estrutura piedosa. Quando os homens desprezam a lei e a graça de Deus, e exaltam a si mesmo, a catástrofe é inevitável.

11:7-9. Confundamos ali a sua linguagem. Jeová entendeu o espírito, a motivação e os planos egoístas do povo rebelde. Imediatamente resolveu atrapalhar seus tolos esquemas. Aquela coisa que eles tentavam afastar caiu subitamente sobre eles. Deus interveio providenciando que ninguém entendesse mais a ninguém. O hebraico beilal, “confundir”, indica que houve uma perturbação específica que deixou o povo grandemente confuso. A palavra Babel está traduzida para Babilônia. Os melhores lexicógrafos hebraicos declaram que não poderia ter vindo do hebraico beilal, “confundir” ou “misturar”, mas que significa “portão de Deus”. Por meio de um jogo de palavras passou a significar “confusão”. A palavra aramaica bailel significa “confusão”. Alan Richardson nos lembra que a concessão do dom de línguas no Pentecostes (Atos 2:5-11) pode ser aceito como o reverso da confusão de línguas em Babel. Ele diz: “Quando os homens se vangloriavam de suas próprias realizações, o resultado só podia ser a divisão, confusão e falta de compreensão; mas quando as maravilhosas operações de Deus são proclamadas, então cada homem pode ouvir o evangelho apostólico em sua própria língua” (Gênesis 1-11, pág. 126).

11:27. Terá. Filho de Naor (um descendente de Sete) e pai de Abrão, Harã e Naor. Seu primeiro lar foi em Ur dos Caldeus, mas passou seus últimos anos de vida em Harã, onde morreu.

11:28. Ur dos Caldeus. Uma antiga cidade do antigo reino sumeriano, localizada cerca de 125 milhas da anual foz do Eufrates, 100 milhas a sudeste da Babilônia, 830 milhas de Damasco e 550 milhas de Harã. Era a capital da Suméria. Nos dias de Abrão era uma florescente cidade comercial, com padrões culturais incomumente desenvolvidos. Os edifícios da área do templo eram os mais elaborados. Seus habitantes adoravam Sin, a deusa lua. Arqueólogos têm escavado fabulosos tesouros desta antiga cidade. O cemitério real tem revelado tesouros artísticos datados de 2900 A.C. O Instituto Oriental de Chicago tem uma placa de Ur que está datada de 3000 A.C. Foi nesse antigo mundo que Abraão nasceu e atingiu a idade adulta. Tinha uma rica herança.

11:31. Harã (ou Harrã). Uma importante cidade na antiga Mesopotâmia. Estava situada cerca de 550 milhas ao nordeste de Ur e 280 milhas ao norte de Damasco. As principais rotas convergiam aí. Estradas para Nínive, Babilônia e Damasco partiam daí. Ficava a apenas 60 milhas da fortaleza de Carquemis, a capital do império hitita. Harã era um dos principais centros de adoração de Sin, a deusa lua. Terá e sua família mudou-se para Harã, e o registro diz que morreu ali. Rebeca, a esposa de Isaque, e Raquel, a esposa de Jacó, cresceram em Harã. Ainda existe aí como pequeno vilarejo árabe.

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