Interpretação de Cânticos 3

Interpretação de Cânticos

Interpretação de Cânticos 3

(Interpretação da Bíblia)



B. O Sonho da Esposa Sobre o Seu Esposo. 3:1-5.
1. De noite . . . busquei. A seção que começa com este versículo registra um sonho da esposa. O verdadeiro amor não desaparece durante o sono mas manifesta-se em sonhos sobre a pessoa amada. No sonho aqui descrito – uma consequência da constante preocupação da esposa com o seu amado durante as horas do dia – ela o busca por toda parte mas não pode encontrá-lo.
2. Pelas ruas . . . buscarei. A esposa sonha que se levanta e vai pela cidade à busca do seu esposo.
3. Os guardas, que rondavam. Um detalhe do sonho. As palavras, então lhes perguntei, não se encontrara no texto massorético. Em um sonho, as cenas passam rapidamente; eis porque a aparente desconexão da pergunta.
4. Encontrei. A cena muda novamente. Não se registrou nenhuma resposta dos guardas; em um sonho isto não se torna necessário. O sonho da jovem e a saudade que sente do seu ornado culminam no seu encontro com ele quando o traz para casa e para o quarto de sua própria mãe. Este quarto, que fala da intimidade, devia ser algo quase sagrado para a jovem. Levá-lo até lá dá a ideia da ternura e afeição que sente por ele.
5. Que não acordeis, nem o desperteis . . . até que este o queira. O amor pode ser uma força poderosa na vida dos homens e mulheres. Não recebendo resposta ou não sendo satisfeito pode causar dor indizível e grande sofrimento ao coração humano. Mas o amor retribuído proporciona alegria inefável. A sulamita em seu sonho experimenta ambos em certo grau – o amor insatisfeito e o amor retribuído. Portanto este refrão (cons. 2: 7) não é um anticlímax da reunião dos dois amantes no sonho. Antes, indica reconhecimento do fato que, sendo esses os efeitos que o amor pode proporcionar, deve ser tratado com o máximo cuidado e não deve ser despertado antes do momento apropriado.
III. O Cortejo Nupcial. O Segundo Sonho da Esposa. Sua Conversa com as Filhas de Jerusalém. 3:6 - 6:3.
A. O Cortejo Nupcial. 3:6-11 .
6. Que é isso. A seção que começa aqui fala do cortejo nupcial (veja versículo 11). A palavra deserto (lugar despovoado) talvez aqui não signifique mais que campo aberto que se distingue das vilas e cidades habitadas. As colunas de fumo indicam que durante o cortejo muito incenso foi queimado, indicando a rota do cortejo. De mirra e de incenso, e de toda sorte de pós aromáticos do mercador. Acrescentavam dignidade e importância a que se via subir do deserto.
7. É a liteira. A chegada do cortejo nupcial foi apresentado em forma de pergunta; este versículo dá a resposta. De acordo com a dignidade real, sua liteira está rodeada de fortes soldados escolhidos dentre os melhores homens de Israel.
8. Destros na guerra. São todos soldados experimentados, capazes de proteger o rei e sua esposa de qualquer perigo a que possam estar expostos, especialmente dos perigos noturnos.
9,10. Um palanquim. Ou uma cama, ou um trono. Uma descrição mais detalhada da liteira ou palanquim que Salomão mandou fazer para si. O conjunto dá uma ideia de esplendor e dignidade real magnificente. Tudo interiormente ornado . . . Possivelmente, feito o seu interior de ofertas de amor. As filhas de Jerusalém, ao que parece, forneceram o material para o interior do palanquim real, em prova do seu amor pelo rei.
11. Contemplai ao rei Salomão com a coroa. A esposa não foi mencionada separadamente neste versículo; mas a partir do fato de Salomão estar usando a coroa que lhe deu sua mie, pode-se deduzir que ela está assentada ao seu lado no assento real. Por causa das muitas esposas de Salomão (I Reis 11:3), torna-se impossível dizer-se que isto que ficou registrado nesta seção se refira a um acontecimento específico na vida do rei. Esta passagem, contudo, fala de um casamento e da grande alegria que tal acontecimento proporciona ao casal de noivos, uma alegria que é testemunhada e partilhada por outros.