Gênesis 18 — Interpretação Bíblica

Gênesis 18

17:1 Abrão tinha noventa e nove anos. Vinte e quatro anos se passaram desde que Deus lhe prometeu pela primeira vez um filho, uma promessa que parecia cada vez mais impossível se Sarai fosse a mãe. Mas Deus garantiu a Abrão, eu sou o Deus Todo-Poderoso. Ele é cheio de poder. Abrão, então, não precisou se preocupar com o cumprimento da promessa. Tudo o que ele precisava fazer era cumprir sua obrigação para com Deus: viva em minha presença e seja irrepreensível.

17:2-3 Deus repetiu sua aliança com Abrão novamente, prometendo multiplicá-lo grandemente (17:2). Abrão respondeu da única maneira apropriada: prostrou-se diante de Deus (17:3). Isso representava medo e fé, uma combinação que Deus honrou ao revelar mais de seu plano.

17:4-8 Mudanças de nomes na Bíblia são sempre importantes, porque nomes carregam significado e identidade. Deus mudou o nome de Abrão, mesmo antes do cumprimento da promessa, de Abrão para Abraão (17:5). Abrão significa “pai exaltado”, mas Abraão significa “pai de uma multidão” porque ele se tornaria o pai de muitas nações (17:5). A promessa havia crescido.

Observe, porém, que nada mudou na vida de Abrão, exceto que ele envelheceu, vacilando em sua fé ao longo do caminho. O que era improvável aos setenta e cinco anos agora era absolutamente impensável aos noventa e nove. E Deus não fez nada para mudar as circunstâncias. Em vez disso, ele mudou o nome de Abrão para se adequar à sua própria promessa. Alguns de nós caminhamos pela vida pensando que precisamos de uma nova circunstância, quando o que precisamos é de um novo nome. Deus pode não fazer nada para consertar nossa situação, mas sempre pode mudar nosso nome para atender aos seus propósitos.

17:9-14 O sinal da aliança renovada de Deus com Abraão era que todo homem deveria circuncidar a carne de [seu] prepúcio (17:11). Esse procedimento doloroso ressalta o compromisso que Deus esperava daqueles que estavam em aliança com ele. Embora Deus fosse o principal agente da aliança, seu povo era responsável por sacrificar-se para entrar nesse acordo.

A circuncisão tinha duas áreas únicas de significado. Primeiro, era um sinal de que os homens levariam a aliança, pois vemos essa promessa passar de Abraão para seu filho Isaque, para seu filho Jacó e assim por diante. Em segundo lugar, a circuncisão deveria ser um lembrete perpétuo para o povo de que Deus pretendia remover a impureza do meio deles. Remover o prepúcio masculino ajudava a prevenir doenças, e Deus usou a prática para prefigurar como seu reino operaria: seria expurgado de impurezas e buscaria a santidade.

17:15-16 Assim como Abrão recebeu um novo nome de Deus (Abraão), Sarai também recebeu. Por ordem de Deus, Sarai tornou-se Sara, que significa “princesa” (17:15). Com este novo nome vem uma promessa renovada, de que ela produzirá nações; reis de povos sairão dela (17:16).

17:17-22 Abraão achou isso tão difícil de acreditar quanto nós, já que ele estava chegando aos cento e Sara tinha noventa. Ele riu (17:17) porque não conseguia levar Deus a sério, então Deus decidiu se divertir um pouco com Abraão. Ele repetiu a promessa de Sara ter um filho, mas acrescentou: você o chamará de Isaque (17:19) — o nome Isaque significa “ele ri”. Pelo resto de sua vida, toda vez que Abraão dizia o nome de seu filho, ele se lembrava de que havia rido do milagre que Deus havia prometido. Deus sempre ri por último. 17:23-27 Abraão imediatamente obedeceu à ordem de circuncidar a si mesmo e a seus homens, naquele mesmo dia (17:23). Considerando o que o procedimento envolveu, acho que isso foi nada menos que um ato milagroso de fé. Para os crentes de hoje, a circuncisão não funciona mais como sinal do reino de Deus. Foi substituído pelo batismo, o sinal da nova aliança. O batismo serve como um sinal de que estamos operando de acordo com a aliança de Deus e permitindo que seu reino governe nossas vidas.

Notas Adicionais:

18.1-15
Deus repete a promessa de dar um filho a Abraão (Gn 17.15-16). Desta vez, quem riu foi Sara (vs. 12-15); antes, tinha sido Abraão (Gn 17.17).

18.2 três homens: Um deles é o Senhor (vs. 13-14); os outros dois são anjos (v. 22; 19.1).
17:4 aliança. Embora os povos descendentes diretos de Abrão (a nação de Israel, os midianitas, ismaelitas e edomitas) certamente fossem numerosos, Abrão era “pai de muitos” em um sentido muito mais amplo ainda. A mensagem do Novo Testamento revela que a promessa de Deus a Abrão será cumprida na comunidade de fé em todas as nações. A promessa era tão certa que seu nome foi mudado para Abraão, como uma lembrança eterna da graciosa aliança de Deus. Além disso, o enfático “quanto a mim” ressalta a identidade do Deus todo-suficiente que toma a iniciativa de estabelecer o relacionamento pactual. Esse relacionamento é espiritual e pessoal, antecipando a promessa divina, “e eu serei o Deus deles”. A maravilha de tudo isso é que nós, que cremos em Jesus Cristo, fazemos parte daquela “multidão de nações” que compartilha da fé de Abraão “que é o pai de todos nós”.

18.5 deixem que eu os sirva: Abraão não sabia quem eram aqueles três homens (Hb 13.2).

17:5 Abrão... Abraão. Essa mudança de nome é significativa. Abrão significa “pai exaltado”. Abraão significa “pai de muitos” — um reflexo direto de seu novo papel.

17:8 toda a terra... uma possessão eterna. A promessa incluía claramente o povo israelita e a terra de Canaã. Os dois estão ligados na linguagem da aliança no capítulo 15 . Embora Deus tenha removido Israel mais de uma vez da terra, ele prometeu a eles a posse final de Canaã.

17:13 circuncidado. A circuncisão em si não tornava as pessoas aceitáveis a Deus. Foi concebido como um símbolo tangível da aliança de Deus em suas vidas, como um sinal externo representando a realidade interior de um compromisso completo com Deus. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo fala de ter um “coração circuncidado”, apontando para o fato de que um corpo circuncidado não significa nada se o coração não estiver de acordo (Rm 2:25-29).

17:15 Sarai... Sara. Ambos os nomes vêm da mesma raiz, que significa “princesa”. Nenhuma explicação é dada para a mudança no nome de Sara, mas como a mudança de nome de Abrão para Abraão (vv. 4-5), o novo nome acompanhou um novo relacionamento com Deus.

18.16-33 Este acontecimento mostra a justiça e a compaixão de Deus. Ele não destruiria Sodoma se ali estivessem morando pelo menos dez pessoas direitas (v. 32; Jr 5.1). Deus quer que todos sejam salvos (1Tm 2.4).

17:19 Isaque. O nome Isaque significa “riso” (ver 21:1–6).

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