Antíoco — Estudo Bíblico

Antíoco — Estudo Bíblico

ANTÍOCO 

(Enciclopédia Bíblica Online)

A palavra “Antíoco” vem do grego e significa “opositor”. Foi nome de treze reis da dinastia selêucida, de 280 D.C. em diante. Após a morte de Alexandre o Grande, em 323 A.C., seu vasto império desmembrou-se. Seleuco, um dos menos importantes generais de Alexandre, assumiu o controle das satrapias do Ocidente. Após a batalha de Ipsus, em 301 A.C., ele fundou o porto de Selêucia, na Piéria (ver Atos 13:4), para servir sua própria capital ocidental, Antioquia. E o domínio dos seleucidas mais tarde ampliou-se por quase toda a Ásia Menor. Na dinastia, muitos dos monarcas tiveram o nome de Seleuco ou Antíoco; governaram seu império sediado na Síria durante dois séculos e meio, até serem destronados pelos romanos.

A região. Ásia Menor e Síria, o mais ocidental dos domínios orientais de Alexandre, um a dinastia helenista, tendo como capital Antioquia sobre o Orontes (ver o artigo a respeito). Selêucia (ver o artigo), à margem do Tigre, era uma segunda capital, que administrava as províncias orientais. Os reis:

1. Antíoco I (Soter), 324-261 A.C. Era filho de Seleuco I (ver sobre Seleuco). Foi co-govemante com seu pai de 293 a 292 A.C., mas tornou-se rei único em 281 A.C. Defendeu o império da invasão dos gauleses, de onde adquiriu o seu título de Soter (Salvador). Construiu um a grande quantidade de cidades, helenizando-as e fazendo Antioquia ser a sua capital. Perdeu, porém , os importantes distritos da Ásia Menor e da Síria a Ptolomeu II Filadelfo (ver sobre Ptolomeu). Mal começara a reinar quando quatro reis da Ásia Menor recuperaram sua independência, a saber, os reis do Ponto, da Bitínia, da Capadócia e de Pérgamo. Então os gauleses que devastavam a Grécia, a Macedônia e a Trácia também invadiram a Ásia Menor. Mataram Antíoco I. (216 A.C.) e se estabeleceram na região que veio a chamar-se Galácia.

2. Antíoco II (Theos), 286-246 A.C. Segundo filho de Antíoco I. Durante seu reinado, os partas, sob Arsaces (250 A.C.) revoltaram-se. Imediatamente após isso houve uma revolta em Báctria. Durante trinta anos, os partas continuaram a expandir-se às expensas da monarquia síria. Por outro lado, ele atacou Ptolomeu II Filadelfo, recuperando grande parte do que Antíoco I havia perdido. Essa batalha é chamada de Segunda Guerra Síria. Um brilhante golpe político ocorreu quando Ptolomeu convenceu Antíoco a casar-se com sua filha, Berenice (o que para tal divorciou-se de sua esposa Laodice), ficando entendido que o reino eventualmente ficaria na posse do filho de Berenice. Esse casamento resultou em paz. Antíoco e Ptolomeu faleceram ambos em 246 A.C., e os seus respectivos filhos não levaram avante a amizade que seus pais haviam mantido.

3. Antíoco III (o Grande), 242-187 A.C., segundo filho de Seleuco II e neto de Antíoco II e Laodice. Sucedeu a seu irmão mais velho, Seleuco III Soter, que foi assassinado em 223 A.C. O reino que ele recebeu estava fragmentado (a Báctria e a Pártia se separaram). Outras ameaças surgiram na Média-Pérsia e na Ásia Menor. Portanto, seu trabalho consistiu em consolidar-se e em expandir-se novamente. O rei atacou Ptolomeu IV, em 221 A.C., teve de retirar-se, mas fê-lo novamente, dessa vez com maior sucesso, empurrando os egípcios para o sul e capturando Seleucia (perto de Antioquia). Em 218 A .C., ele capturou Tiro e Ptolemaida, além de várias cidades no interior do continente. Porém, na Cele-Síria e na Fenícia, foi totalmente derrotado por Ptolomeu IV. Então dirigiu suas forças contra o Oriente (212-206 A.C.), adquirindo a Armênia e recuperando a Pártia e a Báctria. Foi por causa dessas muitas vitórias militares e aquisições de território que ele foi chamado de «o Grande». O império sírio ficou ao encargo de seu filho, Seleuco IV (Filopator), 187-176 A.C., acerca de quem sabe-se bem pouca coisa. Esse homem aparece no trecho de Dan. 11:20 como um «exator», isto é, cobrador de impostos.

4. Antíoco IV (Epifânio). Seleuco IV foi assassinado por um de seus cortesãos e, assim, seu irmão, Antíoco Epifânio apressou-se a ocupar o trono vago, em bora o herdeiro natural, Demétrio, filho de Seleuco, estivesse vivo e estivesse hospedado em Roma. O trecho de Daniel 11:21 indica que ele obteve o reino com lisonjas e intrigas. Foi um bòm político. Esse foi o rei selêucida que obteve tão má reputação por causa de sua interferência no estado e na adoração dos judeus, ao ponto de tornar-se um antigo tipo do futuro anticristo.  Era o filho menor de Antíoco III e Laodice. Subiu ao trono em 175 A.C. Até 170 ou 169 A .C ., reinou juntam ente com seu sobrinho, Antíoco, o filho infante de Seleuco, que na ausência de Antíoco Epifânio foi assassinado por Andronico. Este, por sua vez também tirou a vida de Onias III, o sumo sacerdote judeu ilegalmente deposto (ver II Macabeus 4:32-38). Antíoco Epifânio tentou incorporar os judeus em seu programa de helenização, proibindo a adoração e os costumes religiosos deles, sob pena de morte. 

Contaminou o templo de Jerusalém com um holocausto idólatra, chegando ao extremo de oferecer uma porca como oferta sobre o altar, o insulto final aos judeus. Sua opressão contra o judaísmo reflete-se em Dan. 7:8,25; 8:11-14,24-26; 9:27; 11:31-36. Seguiu-se a isso a revolta dos judeus, e Antíoco foi militarmente derrotado pelos Macabeus. Antíoco Epifânio foi morto em uma campanha militar na Média, em 164 A.C. O templo de Jerusalém foi purificado e redecorado, em dezembro de 165 A.C., um evento comemorado pelos judeus na festa de Hanukkah (ver o artigo a respeito). Ver também sobre Judas Macabeu e sobre Macabeus, Livros dos.

5. Antíoco V (Eupator), 173-162 A.C. Substituiu seu pai, Antíoco Epifânio, com nove anos de idade (A piano, As Guerras Sírias 66). Em seu leito de morte, Antíoco nomeou Filipe como guardião de seu filho, bem como regente até que o menino pudesse reinar. O título dado ao menino, Eupator,  e que significa nascido de pai nobre, não é algo com o que os judeus pudessem concordar facilmente. Judas Macabeu atacou Acra; e Lísias, com o rei menino, retirou-se para o sul, e finalmente derrotou Judas em Bete-Zacarias, a sudoeste de Jerusalém. Então Lísias cercou Jerusalém. 

Mas, ouvindo que Filipe marchava da Pérsia para Síria, a fim de reivindicar o trono para si mesmo, Lísias procurou entrar em uma aliança com Judas. Garantia a liberdade religiosa dos judeus e não derrubava as muralhas de Jerusalém (ver I Macabeus 6:55-63). Lísias partiu para Antioquia e derrotou Filipe. Porém, em 162 A.C., Demétrio I Soter, filho de Seleuco IV e sobrinho de Antíoco IV, primo de Antíoco V, escapou de Roma, onde era conservado, como hóspede, e m atou tanto Lísias quanto o rei menino (ver I Macabeus 7:1-4; II Macabeus 14:1; Josefo, Anti.  xii. 10:1; Políbio  xxxi.ll; Apiano, As Guerras Sírias 46,47,67 e Lívio, Epítome 46).

6. Antíoco VI (Epifânio Dionísio), 148-142 A.C. Era filho de Alexandre Balas e Cleópatra Téia, filha de Ptolomeu VI. Ver sobre Cleópatra. Demétrio II Nicator assassinou Alexandre Balas em 145 A.C. e tomou a Síria. Era jovem e inexperiente e fez muitas concessões a Jônatas, o sumo sacerdote dos judeus. Suas muitas falhas fizeram um general de seu exército, Diódoto Trifo, apossar-se do trono, que então foi dado por esse general a Antíoco VI, em 145 A.C. Jônatas pôs-se ao lado de T rifo. Por causa disso, obteve muitos favores. No entanto, tinha ciúmes dos sucessos militares de Jônatas e, mediante ludibrio, fê-lo prisioneiro e, finalmente, executou-o (ver I Macabeus 11:1-13:31; Josefo, Anti.  xiii. 4.4-7.1, partes 109­ 219).

7. Antíoco VII (chamado Sidetes). Filho de Demétrio I Soter. Depôs Trifo em 138 A.C. e governou até 129 A.C. Por decreto, permitiu que os judeus cunhassem suas próprias moedas, para que assim evitassem a idolatria que as mesmas fomentavam (ver I Macabeus 15:1-9); mas invadiu e subjugou a Judéia, em 134 A.C., embora concedendo liberdade religiosa aos judeus.

8. Antíoco V III (Gripo, nariz de gancho).  Era sobrinho de Sidetes, tendo governado de 123 a 113 A.C. Foi derrubado por Antíoco IX Filopater, filho da mãe de Gripo, Cleópatra Téia e de Sidetes. Mas Gripo retornou em 111 A.C. e recuperou tudo quanto havia perdido, excetuando a C ele-Síria. Morreu em 96 A.C., assassinado por Harâclio, um ministro do rei (ver Josefo, Anti.  xiii. 13,4, par. 365). Sucedeu-o seu irmão mais velho, Seleuco VI Epifânio Nicator..

9. Antíoco IX (Ciziceno), embora recebesse o título de Filopater nas moedas. Reinou de 113 a 95 A.C. Era o segundo filho de Antíoco VII e Cleópatra, filha de Ptolomeu Filemetor. Foi criado em Cizico, na Asia Menor, o que explica seu sobrenome. Em 116 A.C. derrotou seu meio-irmão e primo, Antíoco VIII, e tornou-se o único monarca (113-111 A .C .). Mas Antíoco VIII posteriormente obteve uma vitória, pelo que Antíoco IX reteve consigo apenas a Cele-Síria. Antíoco VIII foi capturado e morto, sendo substituído no trono por seu sobrinho, Seleuco VI E pifantes Nicator (ver Josefo, Anti.  xiii. 13:4, par. 366).

10. Antíoco X (Eusebes = piedoso). Reinou entre 94 e 83 A.C. Os quatro filhos de Antíoco VIII (Gripo) tentaram derrubá-lo do trono, mas sem sucesso. Após conquistar a Mesopotâmia, Tigranes, rei da Armênia, obteve o controle sobre a Síria, em 83 A .C ., e governou mediante um vice-rei até que foi derrotado pelos romanos, em 69 A.C. (ver Josefo, Anti.  xiii.13.4 p artes 366-371; A piano, A s Guerras Sírias 48). Conflitos internos debilitaram a dinastia selêucida, beneficiando os rom anos. Isso também tornou possível a Alexandre Janeu (ver os Hasmoneanos) a conquistar quase toda a terra de Israel. Antíoco X morreu em 83 A.C., embora os relatos a esse respeito em muito variem. (Ver Apiano, As Guerras Sírias 49 e 69; Josefo, Anti. xiii. 13:4, parte 371).

11. Antíoco XIII (Asiático). Reinou de 69 a 65 A.C. Era filho de Antíoco X e Selene, filha de Ptolomeu Fiscom . Quando Lúculo, de Roma, derrotou Tigranes, da Armênia, em 69 A.C., entregou a Síria a Antíoco XIII. Em 65 A.C., Filipe, neto de-Antíoco VIII tentou derrubá-lo, mas sem êxito. Antíoco XIII apelou para os romanos. — Em vez de ajudá-lo, Pompeu fez da Síria uma província romana, o que assinalou o fim da dinastia selêucida. (Ver Apiano, As Guerras Sírias 49 , 70; Plutarco, Pom peu,  39; Estrabão xl.I).

12. Pai de Numênio (ver o artigo a seu respeito), mencionado em I Macabeus 12:16; 14:22; Josefo, Anti.  xiii.5,8, parte 169; xiv. 8,5, parte 146).

13. Filho de Antíoco IV de Comagena. Estava noivo de Drusila, filha mais jovem de Agripa I (ver o artigo a seu respeito), mas o casamento nunca foi realizado, embora tivesse prometido a Agripa que abraçaria o judaísmo, que era uma das condições estipuladas. Entretanto, mais tarde mudou de plano, o que deu fim à possibilidade de tal casamento. (Ver Josefo. A nti. xix.9.1, parte 355; xx.7.1 parte 139).  



 Mais estudos bíblicos...