Biblioteca de Alexandria
Biblioteca de Alexandria
A
biblioteca de Alexandria foi a mais completa e mais famosa do mundo antigo. Foi
fundada por Ptolomeu I (c. 300 A.C.), em conjunção com o Museu e a
Universidade, com um corpo docente de eruditos sustentados pelo estado. O Museu
tinha diversas divisões: uma faculdade de aprendizagem semita e grega, um
centro de pesquisa internacional e a biblioteca. As instalações incluíram um
número de edifícios e jardins semelhantes aos das Universidades de Oxford e Cambridge.
Os
estudiosos mais brilhantes da época a frequentavam para ler os manuscritos e
para fazer pesquisa. Ptolomeu atraiu alguns dos homens mais brilhantes da época
para trabalhar e lecionar em Alexandria, oferecendo-lhes dinheiro e
privilégios. Assim foi, que Alexandria substituiu Atenas como o centro cultural
da época. Por cerca de um século, Alexandria não tinha rival. Mais tarde a
biblioteca de Pérgamo (A. Menor) ganhou uma reputação admirável como um centro
de erudição. O filho de Ptolomeu compartilhava a visão do pai e aumentou imensamente
o número dos manuscritos da biblioteca de Alexandria. Seu bibliotecário,
Demétrio de Falero, tentou adquirir cópias de todos os livros do mundo.
Quando
iniciou seu trabalho, a biblioteca tinha 200.000 manuscritos e ele acrescentou
300.000. Ptolomeu III (247-222 A .C.) estabeleceu um a biblioteca menor no
Serâpeo, o templo de Júpiter Serápis, no mesmo local. Sêneca nos informa que 400.000
livros foram queimados na biblioteca na campanha de guerra que César fez na
cidade. Mas a biblioteca foi reconstruída e Aulo Géüo, no século II D.C.
declarou que, no tempo dele, a biblioteca tinha 700.000 livros. Segundo a
tradição judaica, foi para esta biblioteca que a tradução do Antigo Testamento foi
feita, sendo chamada de Septuaginta, da tradição de 70 eruditos que produziram
a obra. Esta informação foi registrada na Carta de Arísteas. Os manuscritos
foram adquiridos de todas as partes do mundo conhecido na época, e em muitas linguagens.
Eruditos
e sacerdotes tinham livros e coleções particulares por séculos, mas foi em Alexandria
que a primeira grande biblioteca foi estabelecida. Além disso, a biblioteca
tomou-se um centro de traduções, fabricação e duplicação de manuscritos. A
filologia tomou-se uma ciência. A teoria gramática do grego clássico foi
desenvolvida e melhorada em Alexandria. Interpretações criticas sobre muitas
obras foram produzidas pelos eruditos da biblioteca. Entre as muitas obras
importantes lá produzidas está o tratado de Hipócrates sobre a medicina
(460-377 A.C.). A ciência da cartografia também foi lá desenvolvida em cerca de
300 A.C. Euclides, o pai da geometria científica, trabalhou na cidade em cerca
de 300 A.C., escrevendo seu livro “Os Elementos da Geometria”. Seus conceitos
têm sido ensinados por mais de 2000 anos, e este livro tem sido chamado “o
livro texto mais bem-sucedido de todos os tempos”.
Erastóstenes,
um dos bibliotecários da biblioteca, no terceiro século A.C. descreveu a forma globular
da terra, e falou de terras além do horizonte. Ele usou sombras lançadas pelo
sol para calcular a circunferência da terra, e errou em apenas 1100 milhas.
Strabo desenvolveu a ciência da geografia em Alexandria, e publicou seu livro “Geografia”
em 23 D .C. O grande erudito Ptolomeu de Alexandria (127-151 D.C.), escreveu
sobre diversas ciências, geografia, cartografia, matemática, e principalmente sobre
astronomia. Seu trabalho sobre a geografia tinha 8000 nomes geográficos e seus
livros tratavam sobre a astronomia de todos os planetas e 1022 estrelas. Mas
ele cometeu o grande erro de localizar a terra no centro do universo, e só
muitos séculos depois este erro foi corrigido.
A
leitura de todas as realizações dos eruditos de Alexandria se lê como um livro
de “Quem é Quem” do mundo antigo, e os nomes e livros citados aqui são somente
representativos da grande atividade daquele centro de erudição e literatura. Os
judeus nunca tiveram um homem mais erudito que Filo, nem os cristãos, alguém
mais erudito que Orígenes, e ambos foram nativos de Alexandria. Nesta cidade se
desenvolveu a célebre Escola de Teologia de Alexandria que tinha alguns
entendimentos mais sábios do que aqueles da Igreja Ocidental, sobre um número
de assuntos que têm influenciado a teologia cristã, especialmente na Igreja
Oriental e na Igreja Anglicana.
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