Alberto Magno (Santo)
Filósofo e teólogo escolástico
(1193-1280); famoso pela extensão de sua sabedoria. Foi intitulado, com justiça,
Doutor Universal. Foi um dominicano alemão, educado em Paris, Pádua e Bolonha,
tendo lecionado em Paris e em Colônia. Escreveu comentários sobre Aristóteles e
transmitiu à Idade Média o conhecimento grego e islâmico acerca das ciências naturais.
Promoveu o método empírico e as ciências naturais, sendo o precursor de Roger
Bacon (ver o artigo). Foi o intelecto organizador da Idade Média e teria maior
renome, se o seu discípulo, Tomás de Aquino, não tivesse obtido estatura
intelectual maior ainda. Trouxe à atenção de muitos eruditos europeus a
filosofia e a ciência de Aristóteles, as quais doutra sorte teriam permanecido
na ignorância.
Foi também expositor das ideias e das obras de Pedro Lombardo (ver
o artigo). Suas obras abrangem o conhecimento inteiro de sua época, tendo sido
o único erudito medieval a comentar sobre todas as obras de Aristóteles,
autênticas e pseudas. Em 1651, foram impressos 21 volumes de suas obras, cujo
editor foi P. Jammy. A obra foi reimpressa em 1890-1899. O Instituto Alberto
Magno de Colônia dedicou-se a publicar suas obras. Foram impressos quarenta
volumes, os quais não eram disponíveis ao público antes disso. Oh, o poder de uma única vida, embora tenha
estado na Terra há setecentos anos! Escritos: Comentário sobre as Sentenças de
Pedro Lombardo, 1240-1249; Manual Sobre as Criaturas, 1240-1243; Comentário sobre o Pseudo-Dionísio, 1248-1254;
Sobre a Unidade do Intelecto e Manual de Teologia
(incompleto), 1270-1280.
Idéias e
realizações: 1. Expôs Aristóteles à mente européia; fundiu o
anstotelianismo e o neoplatonismo. 2. Deus é o ser necessário, idêntico em Seu
ser e existência. Provas de Deus: com base no movimento e na impossibilidade de
um regresso infinito nos princípios. Deus é um ser inteligente, onipotente, vivo,
livre e unitário em Sua natureza. 3. Porém , sabem os principalmente o que Deus
não é, e não aquilo que Ele é. 4. Deus emana a realidade, tal como o
neoplatonismo. 5. Alberto distinguiu claramente a teologia da filosofia, visto
que a lógica não podia demonstrar os grandes temas teológicos. Porém, ele sentia
que a alma podia ser demonstrada pela filosofia. A filosofia vê Deus como o
Primeiro Ser; a teologia vê Deus como um Ser revelado, alvo da fé. A filosofia
usa a razão como o seu grande princípio. A teologia depende da revelação, da
iluminação e da fé. 6. Alberto estudou as ciências empíricas, principalmente a
botânica e a zoologia, respaldando-se sobre o empirismo. 7. Sua maior
contribuição foi a exposição das ideias aristotélicas aos europeus, através de traduções
latinas, além de ter reconhecido e ressaltado os talentos de Tomás de Aquino à
atenção dos eruditos da Europa.