Adoração de Antepassados
3 min read
Um
fenômeno complexo, existente de uma maneira ou de outra entre muitos povos. Em
suas formas rudimentares, nas religiões primitivas, a crença de que os
espíritos dos mortos demoram-se em torno dos antigos lugares costumeiros
durante a vida física, inspirou os sacrifícios de alimentos e outras oferendas,
além das tentativas de comunicação. Essa crença usualmente é acompanhada pela
noção de que esses espíritos são ciumentos da atenção que presumivelmente
merecem, podendo punir àqueles que os negligenciam mediante o infortúnio, as doenças,
etc. Motivações comuns a essa doutrina.
1.
Desejo de servir aos mortos, ou por motivo de medo ou de afeto e respeito.
2.
Temor dos danos que as visitas dos fantasmas podem causar, resultando dai o
desejo de aplacar.
3.
Desejo de ser protegido e abençoado, o que seria conferido por tais espíritos.
4.
A ideia de que os mortos avançam para um nível mais alto da existência, e são
dignos de respeito, ou mesmo de veneração. Normalmente, é a família que cuida
dessa adoração, visto que cada família tem seus próprios espíritos para venerar
e aplacar. Algumas vezes, os heróis tribais ou nacionais são venerados em uma comunidade,
o que pode levar à deificação. A prática pode tornar-se mais elaborada com
ritos e santuários apropriados. Em nosso século, a prática continua comum na
China e no Japão. Nesse último país, isso tem sido importante não som ente p
ara a vida familiar, mas para a vida nacional, tendo adquirido consequências
políticas. Altares dedicados ao exército do céu e foi culpado dessa forma de
idolatria, chegando a instalá-la na própria casa do Senhor (ver 2 Reis 21:3-5). Alguns dos reis de Judá dedicaram cavalos e carruagens à adoração ao
sol, ao qual também queimaram incenso (ver II Reis 23:5,11).
Entre os povos
vizinhos a: Israel, os árabes do sul e os fenícios consideravam o sol como uma
divindade feminina, ao passo que os egípcios, sumários e acádios como uma
divindade masculina. Mas os heteus tanto tinham um deus-sol quanto uma
deusa-sol. Para os babilônios o deus-sol, considerado inferior à deusa lunar,
Sin, era a luz do mundo, do qual dependiam a vida e a boa ordem do universo. E,
como vencedor da noite e da morte, para eles essa divindade era o herói por
excelência. E, em face da penetração de sua luz por toda a parte, eles também o
consideravam o legislador supremo e o juiz onisciente, o qual aplicaria bênção
ou castigo aos homens, conforme suas ações. Na Babilônia, o santuário central
do deus-sol ficava em Sipar, onde era adorado juntamente com Aia, a “esposa”.
Alguns estudiosos pensam que é devido à influência dessas idéias, cultivadas
por povos com os quais os israelitas estavam tão ligados, que o autor de Salmos
19 comparou o sol nascente a um esposo que sai de seu aposento e, qual atleta,
percorre heroicamente o seu curso (vs. 6 e 7). E nos vs. 8-13 do mesmo Salmo,
onde a lei do Senhor é exaltada, o sol é lembrado como símbolo do direito e da
lei. O profeta Jeremias revela-nos que os reis de Judá amavam, serviam e
adoravam o sol, (ver Jer. 8:2). Ezequiel nos provê um quadro muito descritivo
dos adoradores do sol, na casa do Senhor, de rostos voltados para o oriente,
prostrados diante do sol (ver Eze. 8:16). Como é natural, houve em Israel
reações contra essa invasão idólatra. Assim, Asa (ver II Crô. 14:5) e Josias
(ver II Crô. 34:4,7) procuraram eliminar tal forma de adoração, derrubando os
altares dedicados ao sol nas cidades de todo o Israel. Contudo, por ocasião da
queda de Jerusalém, diante dos babilônios, tal prática prosseguia (ver Jer.
19:13; Eze. 6:4,6).