Efésios 1 — Comentário Devocional

Efésios 1 — Comentário Devocional


Efésios 1 — Comentário Devocional



1.1 — Paulo escreveu esta carta aos crentes de Éfeso e aos outros crentes de todos os lugares para lhes transmitir um abrangente ensino sobre como deveriam alimentar e manter a unidade da igreja. Desejava deixar por escrito essa importante recomendação, porque estava na prisão por ter pregado as Boas Novas e por não poder visitar as igrejas pessoalmente. As palavras “em Éfeso” não estão presentes em alguns dos primeiros manuscritos, portanto, provavelmente essa era uma carta circular. Foi primeiramente enviada a Éfeso e, em segui da, às demais igrejas vizinhas. Paulo não faz menção a nenhum problema em particular ou a circunstâncias locais. Também não deixa nenhuma saudação especial. Nessa ocasião, já fazia 30 anos que Paulo havia se convertido ao cristianismo. Ele havia feito três viagens missionárias, nas quais estabelecera várias igrejas ao redor do mar Mediterrâneo. Quando escreveu aos efésios, Paulo estava preso em Roma (ver At 28.16ss). Apesar de estar prisioneiro, tinha a liberdade de receber visitas e escrever cartas. Para mais informações sobre Paulo, veja seu perfil em Atos.
Éfeso era uma das cinco maiores cidades do Império Romano, ao lado de Roma, Corinto, Antioquia e Alexandria. Paulo visitou Éfeso pela primeira vez em sua segunda viagem missionária (At 18.19-21). Na terceira viagem, ele permaneceu nossa cidade por quase três anos (At 19). Mais tarde encontrou-se novamente com os anciãos da Igreja em Éfeso na cidade de Mileto (At 20.16 38). Éfeso era um importante centro comercial, político e religioso de ioda a Ásia Menor. E nesta cidade estava situa do o templo à deusa grega Ártemis (Diana para os romanos).
1.1a — “Fiéis em Cristo Jesus” — que excelente reputação! Esse título seria uma honra para qualquer crente. O que seria necessário para que os outros lhe caracterizassem como um fiel segui dor de Cristo Jesus? Mantenha-se firme em sua fé, dia após dia. obedeça fielmente a Deus até nos detalhes da vida. Agindo as sim, você ficará conhecido como um fiel seguidor do Senhor Jesus Cristo, como os efésios.
1.3 — A frase “o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” significa que. através de Cristo, recebemos todos os benefícios de conhecer a Deus — fomos escolhidos para receber a salvação, perdoados e depois adotados como seus filhos, recebemos os dons do Espírito Santo, o poder de fazer a vontade divina e a esperança da vida eterna com Cristo. Como temos um íntimo relacionamento com Ele, podemos gozar agora dessas bênçãos. Os “lugares celestiais” mostram que essas bênçãos são eternas e atemporais, elas vêm do Reino espiritual de Cristo, e não do reino terreno da deusa Ártemis. Outras referências ao Reino celestial contidas nesta carta estão em 1.20; 2.6; 3.10. Essas passagens revelam Cristo em seu vitorioso papel de Senhor de tudo.
1.4 — Paulo menciona que Deus “nos elegeu” para intencional mente enfatizar que a salvação depende totalmente dEle. Não somos salvos porque mereçamos, mas porque Deus é bondoso e graciosamente nos oferece a salvação. Não podemos influenciar sua decisão de nos salvar; Ele nos salva de acordo com o sem plano. Portanto, não existe nenhuma maneira de recebermos crédito pela nossa salvação ou de nos orgulharmos dela. Esse plano se originou da mente atemporal de Deus, muito antes de existirmos. E difícil compreender como Deus poderia nos aceitar, mas. por causa de Cristo, tornamo-nos sãos e irrepreensíveis aos olhos divinos. Deus nos escolheu. Por pertencermos a Ele por intermédio de Jesus Cristo, somos considerados como se nunca houvéssemos pecado. Tudo que podemos fazer é expressar nosso agradecimento por esse maravilhoso amor.
1.5 — O plano imutável de Deus ou a frase “segundo o beneplácito de sua vontade” são outra forma de dizer que a salvação é uma obra divina, e não o resultado de nossas obras. Em seu infinito amor, Deus nos adotou como seus filhos. Através do sacrifí­cio de Jesus, fomos conduzidos à sua família e, juntamente com Cristo, tornamo-nos seus herdeiros (Rm 8.17). De acordo com a lei romana, os filhos adotados têm os mesmos direitos e privilé­gios dos filhos biológicos, mesmo que anteriormente tivessem sido escravos. Paulo emprega esse termo para mostrar como nosso relacionamento com Deus e forte. Será que você já faz par te desse amoroso relacionamento com Deus? Para saber mais a respeito do significado de nossa adoção, veja Gálatas 4.5-7.
1.7 — Falar sobre o sangue de Jesus era. também no primeiro século, um modo importante de se falar sobre a morte de Cristo. Sua morte indica duas importantes verdades — a redenção e o perdão. Redenção era o preço pago para obter a libertação de um escravo (Lv 25.47-54). Por meio de sua morte, Jesus pagou o preço necessário para nos libertar da escravidão do pecado. O perdão, garantido na época do AT. estava baseado no derrama mento do sangue dos animais (Lv 17.11). Agora fomos perdoa dos por causa do derramamento do sangue de Jesus Ele morreu como o mais perfeito e consumado sacrifício (ver também Rm 5.9; Ef 2.13; Cl 1.20; Hb9.22e 1 Pe1.19).
1.7,8 — Deus derramou sua bondade sobre nós — e esta atitude recebe também o nome de graça. Ela representa o favor voluntário e amoroso concedido aos sai-vos. Não podemos receber a salvação como um pagamento, nem a merecemos. Nenhum es forço religioso, intelectual ou moral pode alcançá-la, porque resulta apenas do amor de Deus e sua misericórdia Sem a graça do Senhor, ninguém pode ser salvo. Para recebê-la, devemos reconhecer que não podemos nos salvar sozinhos, que somente Deus pode nos salvar e que a única maneira de receber esse favor tão amável é pela fé em Cristo.
1.9,10 — Deus não tinha a intenção de manter em segredo seu plano para o mundo. Além disso, esse piano não poderia ser total mente compreendido até que Cristo ressuscitasse dos mortos. Seu propósito ao enviar Cristo era unir judeus e gentios em um único corpo cuja cabeça é Cristo. Muitas pessoas ainda não entendem o plano de Deus. Mas, em seu devido tempo. Ele nos reunirá junto a si por toda a eternidade. Então, todos entenderão. Nesse dia, todas as pessoas se curvarão perante Jesus Cristo nosso Senhor por amá-lo ou por temer o seu poder (ver Fp ? 10.11).
1.11 — O propósito de Deus é oferecer salvação ao mundo, exatamente como havia planejado há muito tempo Deus é soberano; Ele está no comando de tudo. Quando sua vida parecer um caos. apoie-se nessa verdade: Jesus é Senhor, e Deus tudo go verna. Seu propósito de salvá-lo não pode ser contrariado, não importa o mal que Satanás possa causar.
1.13,14 — O Espírito Santo é a garantia divina de que pertencemos a Deus e de que Ele cumprirá o que prometeu. O Espírito Santo é como um pagamento inicial, um depósito ou penhor, uma assinatura que valida um contrato. Sua presença em nós demonstra a veracidade de nossa fé. prova que somos filhos de Deus e nos garante a vida eterna. Seu poder opera em nós para nos transformar. e o que estamos experimentando agora é apenas uma amostra da mudança total que experimentaremos na eternidade.
1.16,17 — Paulo orou para que os efésios conhecessem melhor a Cristo. Jesus é o nosso modelo. E quanto mais soubermos a seu respeito mais nos tornaremos semelhantes a Ele. Estude sobre a vida de Jesus através dos Evangelhos para saber como Ele era em sua vida terrena há quase dois mil anos. Conhecer pessoal mente a Cristo mudará a sua vida.
1.19,20 — O mundo teme o poder do átomo. No entanto, pertencemos ao Deus do universo, que não só criou esse poder atômico como também ressuscitou Jesus Cristo dente os mortos. O poder incomparavelmente maior de Deus está à nossa disposição para nos ajudar. Nada é demasiadamente difícil para Ele.
1.20-22 — Tendo ressuscitado dos mortos. Cristo agora é a Cabeça. o Líder da Igreja, a Suprema Autoridade sobre o mundo. Ele é o Messias, consagrado por Deus, tão esperado por Israel para consertar seu mundo perturbado. Como cristãos, podemos confiar que Deus venceu a batalha final e tem o controle de tudo. Não precisamos temer nenhum ditador ou nação, nem mesmo a morte ou o próprio Satanás. O contrato foi assinado e selado, estamos apenas esperando um pouco pela entrega. Em Romanos 8.37-39, Paulo diz que nada pode nos separar de Deus e de seu amor.
1.22,23 — Cristo cobre a Igreja de dons e bênçãos. Lia deve ser a plena expressão de Cristo, pois Ele é a plenitude absoluta (ver 3.19). Ao ler Efésios, será importante lembrar que esse livro foi destinado principalmente a toda a Igreja, e não apenas a uma pessoa. Cristo é a cabeça, e nós somos o seu corpo (Paulo usa essa metáfora em Rm 12.4,5; 1 Co 12.12-27; e Cl 3.15 e também em toda a epístola aos Efésios). A imagem de um corpo mostra a unidade da Igreja. Cada membro está envolvido com os demais ao executar a obra de Cristo na terra. Não devemos tentar trabalhar, servir ou adorar por nossa própria conta. Precisamos do corpo inteiro.