Significado de Marcos 4

Marcos 4

Marcos 4 começa com Jesus ensinando uma grande multidão à beira-mar, usando parábolas para explicar os mistérios do reino de Deus. Ele usa a parábola do semeador para explicar como diferentes tipos de pessoas respondem à palavra de Deus, enfatizando a importância de ser receptivo à Sua mensagem.

Em seguida, Jesus explica o propósito de Suas parábolas, dizendo que elas são destinadas a revelar a verdade para aqueles que são receptivos, mas para escondê-la daqueles que não são. Ele também adverte contra os perigos de ser desviado pelo engano das riquezas e pelos cuidados do mundo, que podem sufocar a palavra de Deus no coração das pessoas.

Jesus então demonstra Seu poder sobre a natureza acalmando uma tempestade no mar, o que surpreende Seus discípulos e os faz pensar quem Ele realmente é. Ele os repreende por sua falta de fé, enfatizando a importância de confiar em Deus mesmo em meio a provações e dificuldades.

Finalmente, Jesus cura um homem possuído por uma legião de demônios, demonstrando Seu poder sobre o reino espiritual. O homem recupera a saúde e a sanidade e se torna uma testemunha do poder de Deus.

No geral, Marcos 4 enfatiza a importância de ser receptivo à mensagem do reino de Deus e evitar as distrações e tentações do mundo. O capítulo também demonstra o poder de Jesus sobre a natureza e o reino espiritual, e enfatiza a importância da fé e confiança em Deus. Finalmente, Marcos 4 destaca o poder transformador do ministério de Jesus, conforme demonstrado pela cura do homem possuído por demônios.

Comentário de Marcos 4

Marcos 4.1-34 Marcos enfatiza em seu Evangelho tanto as obras como as palavras de Jesus. Ambas são importantes.

Marcos 4.2 As parábolas são muito mais do que uma história ilustrada ou com uma aplicação moral; elas ensinam verdades espirituais e essenciais do Reino de Deus.

Marcos 4.3-9 A história que Jesus conta aqui é muito fácil de entender. Na época do plantio, era comum ver pessoas lançando sementes em pequenos campos. Elas as lançavam nos tipos de solo descritos por Jesus — caminhos abertos ao longo do campo, terrenos com grandes rochas debaixo da superfície, campos repletos de ervas daninhas, e um solo excelente e rico. A ideia central da parábola é que a condição do solo determina como será o crescimento — e o princípio é o mesmo tanto para cristãos como para não cristãos. A Palavra não faz efeito algum na vida dos que são indolentes ou descompromissados (Tg 1.22-25).

Marcos 4.10 Aparentemente, o extensivo ensinamento de Jesus chegou ao fim, e a multidão que o seguia foi embora. Cristo deve ter ensinado por horas, contando muitas de Suas parábolas (v. 2) nessa ocasião. Ele estaria sozinho aqui, se não fosse pelos que sempre o acompanhavam e interrogaram- no acerca da parábola (do semeador).

Marcos 4.11 Os mistérios na Bíblia são as verdades que foram e ainda serão reveladas em tempo oportuno (Rm 16.15-26). Jesus aparentemente usou parábolas por várias razões: primeiro, elas eram interessantes e atraíam a atenção dos ouvintes; segundo, essas histórias eram fáceis de se lembrar; terceiro, elas revelavam a verdade àqueles que estavam prontos espiritualmente para recebê-las; e, quarto, elas ocultavam a verdade dos que se opunham à mensagem de Cristo. Os inimigos de Jesus, geralmente, não entendiam o que elas queriam ensinar por causa da sua cegueira espiritual (Mt 21.45,46).

Marcos 4.12 Nem todos entenderiam os ensinamentos do Reino de Deus. Compare essa afirmação de Jesus com Isaías 6.9,10 e 43.8.

Marcos 4.13, 14 Em resposta ao pedido dos discípulos, Jesus explica a parábola do semeador e os quatro tipos de solo (do coração; veja o versículo 15). O número quatro não é muito importante. Cristo poderia ter usado três, cinco ou seis tipos de solo para mostrar como as pessoas receberiam a palavra (v.14), a mensagem de Jesus sobre a vinda do Reino, de várias maneiras.

Marcos 4.15 O solo junto ao caminho é sempre pisado, duro e quase improdutivo. As aves (v.4) representam Satanás, que tira a palavra que foi semeada no coração deles. Outro texto diz que Satanás pode cegar a mente daqueles que não creem (2 Co 4.4). A explicação meticulosa de Jesus acerca desse mesmo texto em Mateus 13.19 diz que, quando alguém não entende, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração.

Marcos 4.16, 17 O solo superficial sobre pedregais representa os que parecem desejosos de receber a mensagem de Cristo, mas que não têm um firme compromisso.

Marcos 4.18, 19 O solo com espinhos representa os que ouvem a palavra, mas são inconstantes e, por isso, tornam-se improdutivos. A preocupação (geralmente com os cuidados deste mundo) e a busca pelo prazer (os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas) são o que causa uma apatia espiritual que leva à morte.

Marcos 4.20 Apenas um solo é produtivo. Cristo enfatiza a necessidade de ouvir a Palavra, recebê-la e dar fruto. Desse modo, a fé se torna realidade, começa a operar e a transformar vidas. O verbo receber é o mesmo que crer. Alguém só recebe algo de acordo com o que crê, e o valor de sua fé também só depende daquilo em que ele crê. As pessoas creem em muitas coisas, mas, no fim, a verdade é a única coisa em que vale a pena crer (Jo 8.31,32).

Marcos 4.21-23 A lição de Jesus sobre a candeia — um pequeno vaso de barro com um pavio na ponta que acende com óleo — é que a luz revela o que está oculto. Como a candeia, os ensinamentos de Cristo revelam as intenções do coração do homem. O tempo acabaria provando a veracidade de Seus ensinamentos e revelando os segredos ocultos do homem.

Marcos 4.23 Ouça [gr. akouo] é usado quatro vezes em dois versículos. Ouvir o que é certo e responder corretamente é algo essencial à prosperidade espiritual. Como é importante sermos seletivos naquilo que ouvimos e buscamos! Nós sempre tomamos decisões pelo que vemos e ouvimos (Tg 1.19).

Marcos 4.24 Àquele que ouve — que recebe as boas-novas — mais bênçãos espirituais ser-lhe-ão dadas. Um cristão que deseja crescer deve ter um coração aberto e estar disposto a aprender.

Marcos 4.25 Ao que tem, referindo-se àqueles que têm uma vida espiritual no altar, continuarão aprendendo e crescendo. O que não tem uma vida espiritual abençoada perderá até o pouco interesse que tem por Deus.

Marcos 4.26-29 O crescimento das plantas é algo muito complexo, um processo complicado que o homem ainda não entende por completo, mesmo dois mil anos depois de Jesus ter dito tais palavras. As plantas crescem e dão frutos ao mesmo tempo. O Reino de Deus, do mesmo modo, está crescendo, embora não entendamos como isso acontece. Essa parábola, que se encontra somente no Evangelho de Marcos, fala do Reino do Senhor de uma forma breve, da semeadura à colheita final. Na verdade, nós trabalhamos com o Altíssimo, mas dependemos totalmente dele para crescer.

Marcos 4.30-32 A semente de mostarda é muito menor do que o grão de milho ou de trigo, mas cresce de um modo espetacular, chegando a uma altura de três a seis metros. A questão aqui é o grande crescimento de uma semente que, no início, é tão pequena e insignificante. O Reino que Jesus veio anunciar teve pouco apoio ao longo da história, mas cumprirá totalmente Seu propósito quando o Messias voltar. As aves que constroem seus ninhos debaixo da sua sombra (v.32) não devem ser confundidas com as da parábola do semeador (Mc 4-4). Na verdade, essas aves demonstram como a plantação de mostarda pode crescer.

Marcos 4.33, 34 As parábolas eram uma ferramenta básica usada por Jesus em Seus ensinamentos.

Marcos 4.35 Passar para a outra margem do mar da Galileia, que é um lago, significava velejar por oito milhas, o que, à primeira vista, podia parecer fácil. Entretanto, sua localização geográfica é capaz de surpreender com variações climáticas das mais diversas. O lago se encontra 700 pés abaixo do nível do mar e é cercado por montanhas de três a quatro mil pés de altura pelo leste, oeste e norte. Nessa região, o clima predominante é o tropical. Tanto é que bananas são ali plantadas hoje em dia. Contudo, as noites podem ser bem frias, devido ao ar frio advindo das montanhas.

Marcos 4.36, 37 Até hoje, não é algo incomum um grande temporal de vento acontecer durante a noite no mar da Galileia. O ar quente tropical que surge da superfície do lago se junta ao ar frio das colinas ao redor, e o resultado turbulento disso faz com que se levantem grandes ondas, que tornam a navegação extremamente perigosa.

Marcos 4.38 O fato de Jesus estar dormindo sobre uma almofada demonstra Sua verdadeira humanidade. Ele era totalmente humano e precisava comer e descansar como qualquer pessoa.

Marcos 4.39 As ordens que Jesus deu ao vento e ao mar expressam como Sua deidade era completa. Somente o Deus Criador pode acalmar o vento e o mar.

Marcos 4.40, 41 Marcos usa a pergunta dos discípulos — Quem é este? — para que seus leitores formulassem a mesma pergunta em sua mente. Ele relata as palavras e as obras daquele a quem chama de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1.1).

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