Gênesis 42 — Comentário de Matthew Henry

Gênesis 42 — Comentário de Matthew Henry

Comentário de Gênesis 42



Gênesis 42

Versículos 1-6. Jacó manda dez de seus filhos comprar trigo; 7-20: O tratamento que José dá a seus irmãos; 21-24: O remorso deles; Simeão é detido; 25-28: Os outros regressam com o trigo; 29- 38: Jacó não permite a ida de Benjamim ao Egito.

Vv. 1-6. Jacó viu o trigo que os seus vizinhos haviam comprado no Egito. Por ver que outros encontraram o seu sustento, o patriarca foi estimulado a agir. Os demais terão alimento para as suas almas e nós passaremos fome tendo onde consegui-lo? Após descobrirmos onde há ajuda, devemos pedi-la sem demora, sem diminuir o nosso esforço, nem queixar-nos do gasto, especialmente no que se refere à nossa alma, que é imortal. Existe provisão em Cristo; porém, devemos ir a Ele para pedi-la.

Vv. 7-20. José foi ríspido com os seus irmãos, não por ter o espírito vingativo, mas para levá-los ao arrependimento. Por não ver Benjamim, suspeitou que o haviam eliminado, e deu-lhes ocasião para que falassem de seu pai e de seu irmão. Em sua providência, às vezes Deus parece ser ríspido com aqueles a quem ama, e fala com dureza àqueles para os quais reserva grande misericórdia. José acertou, por fim, que um deles ficaria, e os demais retornariam e trariam Benjamim. Foi muito animador que José lhes dissera: "Eu temo a Deus"; como se estivesse dizendo que poderiam estar seguros de que ele não lhes faria mal algum e nem se atreveria, por saber que existe um que é mais elevado do que ele. Podemos esperar um tratamento justo por parte daqueles que temem a Deus.

Vv. 21-24. o trabalho da consciência é relembrar coisas que há muito tempo foram ditas e feitas. Quando a culpa do pecado dos irmãos de José era recente, eles não a levaram em conta, e sentaram-se para comer pão. Porém, agora, muito tempo mais tarde, a consciência de cada um os acusa. veja o lado bom das aflições; por vezes, resulta ser um meio feliz que desperta a consciência e traz o pecado à nossa memória, além da culpa que possamos ter em relação aos nossos irmãos. Agora a consciência os reprovava por causa disto. Cada vez que pensamos que alguém nos causou algum dano, devemos nos lembrar do mal que nós mesmos podemos ter feito ao nosso próximo.

Somente Rúben pôde lembrar-se, como consolo, que fez todo o possível para impedir a maldade. Quando compartilhamos com os demais os seus sofrimentos, será um consolo ter o testemunho de nossas consciências de que não participamos de suas obras más, e que, em nossa vez de falar, demos testemunho contra elas. José retirou-se para chorar. Mesmo que a sua razão lhe dissesse que ainda deveria comportar-se como estranho por eles não estarem suficientemente humilhados, o afeto natural, contudo, não podia deixar de trabalhar.

Vv. 25-28. Os irmãos vieram buscar o sustento, e conseguiram o trigo. Não somente isso, pois cada homem recebeu o seu dinheiro de volta. Assim Cristo, como José, concede-nos provisões sem dinheiro e sem preço. Os mais pobres são convidados a comprar. Porém, as consciências culpáveis são propensas a tomar em um mal sentido as boas providências, e a dar uma interpretação de maldade até mesmo àquilo que é feito em seu favor.

Vv. 29-38. Nesta passagem temos o relato que os filhos de Jacó deram a seu pai. Este fato perturbou ao bom homem, e todos se assustaram até com as bolsas contendo o dinheiro que José devolveu bondosamente a seu pai. Jacó atribuiu a culpa a seus filhos. Conhecendo-os, temeu que tivessem provocado os egípcios, e que tivessem trazido o dinheiro na mala, de volta para casa. Jacó desconfiava simplesmente de seus filhos, lembrando-se que nunca mais viu José desde que estivera com eles. É muito mau para uma família quando os filhos se comportam de uma tal maneira que os seus pais não sabem se podem confiar neles.

Jacó dá como perdidos José e Simeão, vê Benjamim em perigo e conclui que todas estas coisas estão contrárias a ele. Entretanto, todas estas coisas estavam a seu favor, trabalhando juntas para o seu bem, e para o bem de toda a sua família. Às vezes pensamos que algumas coisas estão contra nós, mas, na realidade, encontram-se a nosso favor. somos afligidos em nosso corpo, em nosso património, em nosso nome e em nossos relacionamentos, e pensamos que todas estas coisas estão contra nós quando, na realidade, trabalham em nós para que tenhamos um peso em glória.

Assim, é como se o Senhor Jesus se disfarçasse, tanto Ele como o seu favor, e desta forma repreendesse e disciplinasse as pessoas para as quais tem um propósito de amor. Mediante agudas correções e humilhantes convicções do pecado, Ele desfará a porfia e quebrará o orgulho do coração, levando a pessoa ao verdadeiro arrependimento. Porém, antes que os pecadores o conheçam plenamente, ou experimentem a bondade dEle, Ele planeja o que é melhor para eles e sustenta as suas almas para que esperem nEle. Então nós jamais zombamos do descontentamento, quando determinamos não buscar outro refúgio além dEle, e nos humilhamos mais e mais sob a sua poderosa mão. Em seu devido momento, Ele responderá as nossas petições e fará por nós mais do que aquilo que podemos esperar.

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