Gênesis 28 — Comentário de Matthew Henry

Gênesis 28 — Comentário de Matthew Henry

Comentário de Gênesis 28



Gênesis 28

Versículos 1-5: Isaque envia Jacó a Padã-Arã; 6-9: Esaú se casa comi a filha de Ismael; 10-15: A visão de Jacó; 16-19: A pedra de Betel; 20-22: O voto de Jacó.

Vv. 1-5. Jacó tinha promessas de bênçãos para este mundo e o vindouro; porém, saiu para trabalhar arduamente. Isto o ajudou a corrigir-se pela fraude perpetrada contra seu pai. A bênção lhe seria dada, mas ele sofreria uma dor aguda por causa do curso indireto que tomou para obtê-la.

Jacó é despedido por seu pai com um solene encargo. Ele não deve tomar esposa dentre as filhas de Canaã. Os que professam a fé não devem se casar com os que não se preocupam com a fé. Além do mais, foi dada a Jacó uma bênção solene. Isaque o havia abençoado anteriormente sem querer; agora, o faz deliberadamente. Esta bênção é ainda mais completa do que a anterior; é uma bênção evangélica. Esta promessa aponta para o céu, do qual Canaã era um tipo. Esta era a pátria melhor, que tanto Jacó como os demais patriarcas tinham em vista.

Vv. 6-9. Os bons exemplos ainda impressionam ao profano e mau. Porém, Esaú pensou que agradaria a seus pais em algo que poderia fazer para expiar os males anteriormente cometidos. Os corações carnais são dados a crer serem tão bons como deveriam, porque sob algum aspecto não são tão maus como poderiam ter parecer.

Vv. 10-15. A conduta de Jacó até então, segundo o relato, não era a de alguém que simplesmente tem o temor de Deus e confia nEle. Porém, diante de tantos problemas, foi obrigado a fugir. Buscou o Senhor para que Ele o guardasse, e pudesse reclinar-se para dormir na intempérie, com a sua cabeça sobre uma pedra. Todo crente verdadeiro deve estar disposto a se compor com a almofada de Jacó, supondo que possa ter a mesma visão deste patriarca. Quando o povo de Deus está completamente privado de outros consolos e consoladores, é chegado o tempo de Deus para visitá-lo com as suas consolações.

Jacó viu uma escada que ia da terra até o céu, e por ela anjos subiam e desciam, e o próprio Deus estava no alto dela. Este fato representa:

Primeiro - A providência de Deus, pela qual se mantém um intercâmbio constante entre o céu e a terra. Este fato faz Jacó saber, de uma vez por todas, que tinha um bom guia e guardião;

Segundo - A mediação de Cristo. Jesus é esta escada; o pé da escada na terra representa a sua natureza humana; o topo da escada, no céu, representa a sua natureza divina. Cristo é o caminho; todos os favores de Deus vêm a nós, e todos os nossos cultos vão ao Pai por Ele fio 1.51). Por este caminho, os pecadores aproximam-se do trono da graça e são aceitos. Pela fé, contemplamos este caminho e, em oração, aproximamo-nos de Jesus. Como resposta da oração, recebemos todas as bênçãos necessárias de sua providência e graça.

Além de Cristo, não existe outro caminho para que possamos chegar ao céu. Quando a alma, pela fé, é capaz de enxergar estas coisas, então o lugar se torna agradável como um todo, e todas as perspectivas se tornarão em gozo. Cristo jamais nos deixará, até que a sua última promessa seja cumprida para a nossa felicidade eterna.

Deus falou agora de modo consolador a Jacó. Falou-lhe desde o topo da escada. Todas as felizes novas que recebemos do céu vêm por meio de Cristo. O Messias deveria vir da descendência de Jacó. Jesus é a grande bênção para o mundo. Todos os que são abençoados o são nEle, e ninguém, de qualquer família, fica fora da bênção divina, senão os que se excluem a si mesmos. Jacó precisava temer o perigo representado por seu irmão Esaú; porém, Deus promete guardá-lo. Ele tinha uma longa viagem pela frente, a um país desconhecido; no entanto, uma voz afirma-lhe: "Eis que estou contigo", e Deus promete trazê-lo de volta a esta terra. Parecia abandonado por todos os seus amigos; porém, Deus lhe deu esta segurança quando diz: "Não te deixarei". Deus nunca abandona aquele a quem ama.

Vv. 16-19. O próprio Deus se manifestou com o seu favor para com Jacó enquanto este dormia. O Espírito Santo, como um vento, sopra quando e onde quer, e a graça de Deus, como o orvalho, não se atrasa para os filhos dos homens. Jacó procurou superar-se após a visita que Deus lhe fez. Onde quer que estejamos, na cidade ou no deserto, em casa ou no campo, na loja ou na rua, podemos manter o nosso relacionamento com o céu, e, se não for assim, será por nossa própria falta. Quanto mais falamos com Deus, mais motivos teremos para sentirmos um santo temor diante dEle.

Vv. 20-22. Nesta ocasião, Jacó fez um voto solene. Observe o seguinte: Primeiro - A fé de Jacó. Ele confia que Deus o acompanhará e guardará; segundo - A moderação de Jacó em seus desejos. Não pede roupas suaves e nem manjares requintados. se Deus nos dá muito, devemos estar agradecidos e utilizá-lo para Ele. Se nos dá pouco, devemos estar contentes e desfrutar alegremente dEle no pouco; Terceiro - A piedade de Jacó e a sua consideração para com Deus, que podem ser vistas no que ele desejou: que Deus estivesse com ele e o guardasse. Não temos que desejar mais para que nos tornemos felizes e estejamos confortáveis.

Jacó também firmou-se no Senhor como o Deus de seu pacto. Quando recebemos mais do que a graça comum do Senhor, devemos abundar em gratidão para com Ele. O dízimo é uiva proporção adequada para consagrarmos a Deus, e empregá-la para Ele mesmo, podendo este valor variar de acordo com os nossos ganhos, segundo a prosperidade que Deus nos der li Co 16.2). Então, recordemo-nos de nossos Betéis, e de como estamos comprometidos por votos solenes a nos rendermos ao Senhor como nosso Deus, e consagrar tudo o que temos e somos para a sua glória!

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