Ezequiel 11 — Comentário de Matthew Henry

Comentário do Livro de Ezequiel 11
por Matthew Henry


Ezequiel 11

Versículos 1-13: Os juízos divinos contra o ímpio de Jerusalém; 14­ 21: O favor divino para os do cativeiro; 22-25: A presença divina abandona a cidade.

Vv. 1-13. Onde Satanás não pode convencer os homens a considerarem os juízos vindouros como incertos, ganha o seu argumento persuadindo-os para que os considerem distantes. Estes reis perversos ousam dizer: Estamos tão seguros nesta cidade como a carne em uma panela que ferve; os muros da cidade serão para nós como muros de bronze, não receberemos mais danos dos sitiadores do que o caldeirão do fogo.

Quando os pecadores se afagam para a sua própria destruição, é hora de dizer-lhes que não terão paz se continuarem agindo assim.

Ninguém terá posse da cidade, a não ser os que estão enterrados nela. Aqueles que se sentem mais seguros são os que menos estão a salvo.

Deus costuma se comprazer em apartar alguns pecadores para advertência de outros. Não se sabe ao certo se Pelatias morreu nessa época em Jerusalém, ou quando se aproximava o cumprimento da profecia. Como Ezequiel, também devemos nos sentir afetados pela morte súbita do próximo a ponto de implorar ao Senhor que tenha misericórdia daqueles que ficam.

Vv. 14-21. Os cativos piedosos da Babilônia foram insultados pelos judeus que continuavam em Jerusalém; porém, Deus lhes fez promessas de graça. É prometido a eles que Deus lhes dará um coração firmemente estabelecido nEle, e não inconstante. Todos os que são feitos santos têm um espírito novo, um temperamento novo e uma nova disposição; eles agem a partir de novos princípios, andam de acordo com novas regras e apontam para novos objetivos. Um novo homem, ou um novo semblante, para nada servem sem um espírito novo.

Se um homem está em Cristo, nova criatura é. Não se pode tornar sensível um coração carnal, duro como pedra. os homens vivem entre os mortos, e aqueles que estão morrendo nunca se preocupam nem se humilham. Ele fará que os seus corações sejam ternos e aptos para receberem novas impressões: esta é a obra de Deus, seu dom pela promessa; e uma mudança feliz e maravilhosa acontece devido a ela, da morte para a vida, os seus costumes serão coerentes com estes princípios. os dois devem estar e estarão de acordo. Quando o pecador sente a necessidade destas bênçãos, deve apresentar estas promessas em oração no nome de Cristo, e elas se cumprirão.

Vv. 22-25. Aqui está a partida da presença de Deus da cidade e do templo. A visão subiu do Monte das Oliveiras, tipificando a ascensão de Cristo ao céu deste mesmo monte. Ainda que o Senhor não abandone o seu povo, pode, contudo, se afastar de qualquer parte da sua igreja pelos pecados dela, e o "ai" cairá sobre eles quando retirar a sua presença, glória e proteção.