Atos 3 — Comentário de Matthew Henry

Atos 3 — Comentário de Matthew Henry

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Atos 3

Versículos 1-11: Um coxo é curado por meio de Pedro e João; 12­ 26: O discurso de Pedro aos judeus.

Vv. 1-11. Os apóstolos e os primeiros crentes participavam de cultos de adoração a Deus, na hora da oração no templo. Parece que Pedro e João foram levados por direção divina a realizar um milagre em um homem de mais de quarenta anos, inválido desde o seu nascimento. No nome de Jesus de Nazaré, Pedro ordena que o homem se levante e caminhe. Assim, se intentamos com bom propósito a cura das almas dos homens, devemos em nome e no poder de Jesus Cristo chamar os pecadores incapacitados a se levantarem e andarem no caminho da santidade, pela fé nEle. Quão doce para a nossa alma é pensar que o nome de Jesus Cristo de Nazaré pode nos tornar íntegros, em relação a todas as faculdades paralisadas de nossa natureza caída! Com quanto gozo e santo entusiasmo andaremos nos santos átrios, quando o Espírito de Deus nos fizer entrar por eles através de seu poder!

Vv. 12-18. Observe a diferença na maneira de fazer os milagres. Nosso Senhor sempre fala como tendo poder onipotente, sem jamais vacilar para receber a maior honra que lhe foi conferida por seus milagres divinos. Porém, os apóstolos atribuíam tudo ao Senhor e se negavam a receber honras, exceto como instrumentos dEle, sem méritos. Isto mostra que Jesus era um com o Pai, e igual a Ele; enquanto os apóstolos tinham consciência de que eram homens frágeis e pecadores, e em tudo dependentes de Jesus, cujo poder era o que curava. Os homens úteis devem ser muito humildes. Nosso nome não deve ser glorificado, e sim o do Senhor. Toda coroa deve ser colocada aos pés de Cristo. O apóstolo mostra aos judeus a enormidade de seus delitos, mas sem a intenção de aborrecê-los ou levá-los a perderem a esperança. Com toda certeza aqueles que desprezam, rejeitam ou negam a Cristo o fazem por ignorância, e isso não será apresentado como desculpa em nenhum caso.

Vv. 19-21. A absoluta necessidade de arrependimento deve pesar solenemente na consciência de todos aqueles que desejam que seus pecados sejam apagados e que possam ter parte no refrigério que nada pode dar, senão o sentimento do amor perdoador de Cristo. Bem-aventurados são aqueles que têm sentido isto. Não era necessário que o Espírito Santo desse a conhecer os tempos e as estações desta dispensação. Estes temas ainda estão obscuros, e quando os pecadores tiverem convicção de seus pecados, clamarão ao Senhor por perdão; o penitente convertido e crente terá tempos de refrigério na presença do Senhor. Em um estado de tribulação e prova, o glorioso Redentor estará fora do alcance da vista, porque devemos viver por fé nEle.

Vv. 22-26. Aqui há um forte discurso para advertir os judeus sobre as temíveis consequências de sua incredulidade, com as mesmas palavras de Moisés, seu profeta preferido, devido ao zelo fingido daqueles que estavam prontos para rejeitar o cristianismo e procurar destruí-lo. Cristo veio ao mundo para trazer uma bênção consigo, e enviou o seu Espírito para que fosse a grande bênção. Cristo veio abençoar-nos, convertendo-nos de nossas iniquidades e salvando-nos de nossos pecados. Por causa de nossa própria natureza nos apegamos fortemente ao pecado; o desígnio da graça divina é nos converter disto para que possamos não somente abandoná-lo, mas odiá-lo. Que ninguém pense que pode ser feliz continuando em pecado quando Deus declara que a bênção está em apartar-se de toda iniquidade. Que ninguém pense que entende ou crê no Evangelho se somente busca ser livre do castigo do pecado, mas não espera felicidade ao ser livre do próprio pecado. Ninguém espere ser livre de seu pecado a não ser que creia em Cristo, o Filho de Deus, e o receba como sabedoria, justiça, santificação e redenção.