Atos 23 — Comentário de Matthew Henry

Atos 23 — Comentário de Matthew Henry

Atos 23 — Comentário de Matthew Henry





Atos 23

Versículos 1-5: A defesa de Paulo diante do concílio dos judeus; 6­ 11: Paulo recebe a garantia divina de que irá a Roma; 12-24: Os judeus conspiram para matá-lo - Lísias manda-o a Cesaréia; 25-35: A carta de Lísias a Félix.

Vv. 1-5. Observe aqui o caráter de um homem honesto. Ele coloca Deus diante de si, e vive como diante dos seus olhos. Toma consciência do que diz e faz, resguarda-se do mal conforme o melhor de seu discernimento, e se apega ao que é bom. É consciente de todas as suas palavras e também de sua conduta. Aqueles que assim vivem diante de Deus, podem, como Paulo, confiar em Deus e não temer o homem. Mesmo que a resposta de Paulo tivesse uma justa reprovação e um anúncio, ele parece ter estado muito aborrecido pelo tratamento que recebeu ao dá-la. Pode-se falar da faltas dos grandes homens, e pode-se efetuar queixas públicas de uma maneira apropriada, mas a lei de Deus requer respeito por aqueles que estão em autoridade.

Vv. 6-11. Os fariseus estavam corretos acerca da fé da igreja judaica. Os saduceus não eram amigos das Escrituras, nem da revelação divina; eles negavam o estado futuro; não tinham esperança da felicidade eterna, nem temor da miséria eterna. Quando Paulo foi questionado por ser cristão, pôde dizer verazmente que havia sido questionado pela esperança da ressurreição dos mortos. Nele foi justificável, por esta confissão de sua opinião sobre este ponto debatido, fazer que os fariseus parassem de perseguí-lo e levá-los a protegerem-no desta violência ilícita. Com quanta facilidade Deus pode defender a sua própria causa! Mesmo que os judeus parecessem estar perfeitamente de acordo em sua conspiração contra a religião, contudo, estavam influenciados por motivos muito diferentes. Não há verdadeira amizade entre os maus, e em algum momento Deus pode facilmente transformar a união deles em inimizade declarada. As consolações divinas sustentaram Paulo na maior paz, e o capitão o resgatou das mãos dos homens cruéis, mas não póde dizer porque. Não devemos temer aqueles que estejam contra nós, se o Senhor está conosco. A vontade de Cristo é que os seus servos fiéis estejam sempre jubilosos. Paulo poderia pensar que nunca mais veria Roma, porém, Deus lhe disse que até nisso ele terá satisfação, posto que deseja ir até lá somente pela honra de Cristo e para fazer o bem.

Vv. 12-24. Os falsos princípios religiosos, adotados pelos homens carnais, nos instam a uma tal maldade, da qual dificilmente poderia se supor que a natureza humana fosse capaz. Porém, o Senhor desbarata prontamente os planos de iniquidade mais bem elaborados. Paulo sabia que a providência divina atua por meios razoáveis e prudentes, e que se ele deixasse de lado o uso dos meios que possuía em seu poder, não poderia esperar que a providência de Deus operasse a seu favor. Aquele que não se ajuda a si mesmo conforme os meios e poder que possui, não tem razão nem revelação para assegurar-se de que receberá ajuda de Deus. Crendo no Senhor seremos resguardados de toda a má obra, nós e os nossos, e seremos guardados para o seu reino. Pai celestial, dá-nos esta fé preciosa por teu Espírito Santo, por amor a Cristo.

Vv. 25-35. Deus tem instrumentos para toda obra. As habilidades naturais e as virtudes morais do pagão têm sido frequentemente empregadas para proteger os seus servos perseguidos. Até os homens do mundo podem discernir entre a conduta consciente dos crentes retos e o zelo dos falsos professos, ainda que rejeitem ou não entendam os seus princípios doutrinários. Todos os corações estão nas mãos de Deus, e aqueles que colocam sua confiança nEle e lhe encomendam os seus caminhos, são abençoados.