Significado de Zacarias 9

Zacarias 9

Em Zacarias 9, o profeta entrega uma mensagem de julgamento e esperança, dirigindo-se a várias nações e regiões. O capítulo começa com uma profecia contra várias cidades, incluindo Tiro e Sidom, que oprimiram Israel. Deus declara que Ele intervirá e trará julgamento sobre essas nações por sua crueldade.

O foco então muda para o futuro Messias, que entrará em Jerusalém humildemente, montado em um jumento. Esta imagem é mais tarde reconhecida como uma profecia cumprida pela entrada triunfal de Jesus em Jerusalém no Domingo de Ramos. O reinado do Messias trará paz e domínio, estendendo-se até os confins da terra.

Zacarias 9 apresenta uma mensagem dupla de julgamento iminente e a promessa de um Messias vitorioso. O capítulo destaca a soberania de Deus sobre as nações e Seus planos para estabelecer Seu reino por meio do Messias. Serve como um lembrete do poder de Deus para trazer justiça e salvação, destacando o significado de abraçar a mensagem de paz e redenção do Messias vindouro.

Significado

9.1-14.21 Nesta seção, Zacarias descreve profecias do final dos tempos concernentes a Israel e demais nações. Alguns eruditos creem que estes capítulos não pertenciam originariamente ao livro, sendo profecias anônimas datadas de período posterior. Esses argumentos se baseiam em supostas diferenças de estilo e vocabulário. Todavia, essas diferenças podem ser devido ao deslocamento brusco, nesta seção, para o final dos tempos. Jamais foi encontrado um manuscrito hebraico do livro de Zacarias sem a presente seção.

9.1-8 O debate crítico sobre estes versículos diz respeito ao cumprimento histórico da profecia. Muitos comentaristas associam esta seção à campanha de Alexandre o Grande, na Palestina (332—331 a.C.), enquanto outros defendem que se trata de ação bélica ligada a Josias, ou Tiglate-Pileser III, ou Sargão ou aos macabeus. Não há evidência histórica, no entanto, que possa confirmar os acontecimentos descritos nestes versículos. Mais recentemente, tem-se cogitado que foram escritos sob a forma literária de um hino de guerra celestial, ou seja, um poema que descreve a batalha de um guerreiro divino e o estabelecimento da paz. Assim, segundo esse ponto de vista, o pano de fundo do poema não tem relação com nenhum evento histórico específico; o profeta prevê poeticamente a intervenção de Deus junto às nações com base tão-somente no cumprimento das bênçãos que prometeu a Israel. O uso de nomes e lugares não diz respeito propriamente ao desenvolvimento da batalha, mas sugere apenas batalhões que se formam para combate.

9.1 A palavra peso indica que um juízo pesado foi declarado. Hadraque ficava ao norte de Hamate, próxima ao rio Oronte, a sudoeste de Alepo. Damasco, que fica a cerca de 100 quilômetros a nordeste do mar da Galileia, era a capital de Aram, antiga Síria.

9.2 Hamate é mencionada em vários lugares como limite ao norte da Terra Prometida (Nm 13.21; Js 13.5). Tiro e Sidom eram cidades portuárias situadas ao norte de Israel, na costa fenícia.

9.3, 4 A total destruição de Tiro por Alexandre, o Grande, em 332 a.C. nos mostra como até mesmo uma cidade poderosa pode vir abaixo sob o juízo de Deus.

9.5, 6 Asquehm, Gaza, Ecrom e Asdode eram cidades filisteias localizadas na planície costeira de Israel, ao sul de Jope (1 Sm 6.17). A cidade de Gate completava as cinco principais cidades dos filisteus. Zacarias profetizou que o maior de todos os temores dos filisteus aconteceria mediante o juízo do Senhor, que varreria essas suas cidades do mapa.

9.7 O fato de Deus de sua boca tirar o seu sangue e dentre os seus dentes as suas abominações mostra o fim da impiedade e das práticas idólatras dos filisteus (Lv 17.14; Is 65.4; 66.17). Ecrom, como um jebuseu. Os jebuseus eram os antigos habitantes de Jebus, cidadela que mais tarde veio a tornar-se Jerusalém (2 Sm 5.6,7).

9.8 Deus retornará ao templo — minha casa — como um guerreiro vitorioso e ali montará guarda contra todo aquele que tentar entrar em território de Judá.

9.9, 10 A primeira vinda do Messias tem como pano de fundo a marcha vitoriosa de Deus

9.9 Esta profecia se cumpriu literalmente no dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, montando um jumentinho (Mt 21.2-7; Jo 12.12-15). O jumento era montaria dos príncipes (Jz 5.10; 10.4; 12.14) e dos reis (2 Sm 16.1,2).

9.10 Os carros [...] e o arco de guerra — instrumentos de batalha que serão destruídos e a paz mundial será estabelecida. Efraim se refere às tribos do norte de Israel. O rio diz respeito ao rio Eufrates, limite nordeste da Terra Prometida (Gn 15.18).

9.11, 12 A libertação de presos anunciada deve ter sido de grande motivação para o povo judeu que ainda estava no exílio. Embora os presos estivessem vivendo num lugar de águas abundantes na Pérsia (Ez 1.1), no que se refere ao alimento espiritual aquele lugar para eles era como uma com em que não havia água. Eles são exortados a voltar à fortaleza de Jerusalém.

9.13 O profeta usa de uma metáfora ousada, comparando Judá e Efraim a um arco e uma flecha, que seriam usados pelo Senhor contra a Grécia, literalmente Javã (Is 66.19).

9.14 Redemoinhos. Essa descrição, padronizada desde a aparição de Deus no Sinai (Ex 19), ilustra Sua soberania e Seu poder para proteger os Seus.

9.15 É descrito aqui o banquete de comemoração do povo de Deus por Sua vitória sobre as nações e segurança de Jerusalém. As pessoas encher-se-ão de bebidas como as bacias do altar do templo se enchem de sangue e se saciarão de carne como as abundantemente oferecidas em sacrifício no altar (SI 110).

9.16 Assim como um pastor cuida de suas ovelhas, o Senhor salvará o Seu povo e cuidará dele. Seu povo salvo será como joias brilhantes, como um estandarte de Sua nação. Vemos aqui a alegria do Senhor em prover salvação a Seu povo.

9.17 A abundância de trigo e mosto aponta para a prosperidade e a bênção dos dias futuros (Zc 3.10; 8.4,5; Am 9.13).

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