Significado de Zacarias 7

Zacarias 7

Em Zacarias 7, o profeta se dirige a uma delegação de Betel que vem indagar sobre a continuação da prática de jejum e luto que observaram durante o exílio. Deus responde à pergunta deles apontando que o jejum deles era mais sobre desempenho ritualístico do que devoção genuína. Ele os lembra que deseja atos de justiça, bondade e compaixão, em vez de meras demonstrações externas de piedade.

Deus reflete sobre como seus ancestrais ignoraram Seus mandamentos e as advertências dos profetas, resultando em seu exílio. Ele enfatiza a importância de dar ouvidos à Sua palavra e viver em obediência aos Seus caminhos. O capítulo termina com um chamado para ouvir a mensagem de Deus por meio dos profetas e priorizar a retidão e a compaixão.

Zacarias 7 destaca o significado da obediência genuína e a condição do coração na adoração. O capítulo destaca o desejo de Deus por um relacionamento construído na autenticidade e no amor, ao invés de práticas religiosas superficiais. Serve como um lembrete para as pessoas de que suas ações e atitudes importam mais do que rituais religiosos, e que a verdadeira devoção envolve alinhar suas vidas com os valores de Deus.

Notas de Estudo

7.1-8.23 Esta seção trata de uma questão de suma importância para os judeus que viviam na Babilônia — a observância dos jejuns religiosos. Este assunto é tratado com prioridade em Zacarias 7.1-7 e 8.18,19. O texto nos traz muitas respostas sobre a natureza da verdadeira religião.

7.1 O ano quarto do rei Dario, ou seja, de seu reinado, foi 518 a.C. Quanto ao nono mês, chamado quisleu em idioma babilônico, corresponde a um período mensal entre os atuais novembro e dezembro.

7.2 Betel dista uns 20 quilômetros de Jerusalém. Mais de 200 judeus dessa cidade voltaram da Babilônia em 538 a.C. (Ed 2.28; Ne 7.32), sendo a cidade repovoada durante o período da reconstrução de Judá e Jerusalém (Ne 11.31). Ao que parece, os habitantes de Betei enviaram uma delegação para inquirir os sacerdotes em Jerusalém sobre algo do seu maior interesse quanto ao jejum.

7.3, 4 Casa do SENHOR dos Exércitos se refere ao templo de Jerusalém. O jejum (chorar) no quinto mês (julho-agosto) era uma prática de relembrança da destruição do templo em 586 a.C. (2 Rs 25.8). A delegação de Betei queria saber se era preciso manter esse jejum anual, que tinha sido observado durante o cativeiro babilónico.

7.5, 6 Jejuastes vós para mim, mesmo para mim? Esta pergunta enfática foi feita por Deus para confrontar o povo e os sacerdotes, que jejuavam por motivos egoísticos. O jejum bíblico significa suspendermos por algum tempo nossas rotinas diárias abstendo-nos de alimento, para demonstrarmos nossa humildade e dependência de Deus, durante determinado período de oração. Só havia, na verdade, um jejum que a Lei de Moisés requeria: o jejum no Dia da Expiação (Lv 16.29). O jejum no sétimo mês era para rememorar e prantear o assassinato de Gedalias (2 Rs 25.25). Os setenta anos (Zc 1.12; Jr 25.11; 29.10) se referem ao tempo em que o povo viveu no exílio e o templo de Jerusalém permaneceu em ruínas. Para vós mesmos. Povo e sacerdotes jejuavam e celebravam buscando seus próprios interesses, não honrando a Deus.

7.7 Profetas precedentes tinham sido aqueles que haviam exercido seu ministério antes do exílio (Zc 1.4; 2 Cr 36.15,16). Sul é o Neguebe, região árida de Judá ao redor de Berseba. “Campina” refere-se à região de transição geográfica entre a parte montanhosa de Judá e a planície costeira.

7.8-10 As quatro advertências de Zacarias demonstram a mesma preocupação que outros profetas também tiveram com a obra social (Is 1.11-17; Os 6.6; Mq 6.6-8). Executai juízo verdadeiro. As decisões judiciais tinham de ser tomadas com imparcialidade e sem preconceito. Mostrai piedade e misericórdia. O que deve guiar o relacionamento com os outros é um compromisso de respeito e amor. Não oprimais. Não tirar vantagem alguma dos pobres e indefesos. Nem intente o mal cada um. E vedado intentar o mal contra quem quer que seja; sacrifícios e adoração não têm significado para Deus se não acompanhados de uma prática amorosa.

7.11-14 Zacarias lembra qual foi a resposta rebelde e desobediente dos judeus antes do cativeiro babilônico e que resultou naquele juízo de Deus — quando então foram espalhados.

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