Significado de Salmos 136

Salmos 136

O Salmo 136 é um hino de ação de graças e louvor que celebra a misericórdia e o amor de Deus ao longo da história. O salmo é estruturado de forma única, com cada verso terminando no refrão “Sua benignidade dura para sempre”. Esse refrão serve como um lembrete do amor inabalável e da fidelidade de Deus para com Seu povo, mesmo em meio a provações e dificuldades.

O salmista começa dando graças a Deus como o Criador de todas as coisas. Ele reconhece o poder e a sabedoria de Deus nos céus e na terra, e O louva por Suas obras de criação. O salmista então passa a relatar os feitos poderosos de Deus ao longo da história de Israel, incluindo a libertação de Seu povo da escravidão no Egito, Sua orientação e provisão no deserto e Suas vitórias sobre seus inimigos.

Ao longo do salmo 136, o refrão “Sua benignidade dura para sempre” enfatiza o amor duradouro e a fidelidade de Deus para com Seu povo. Isso lembra ao leitor que o amor de Deus não é baseado em seu próprio mérito ou valor, mas sim em Sua própria bondade e graça. O salmista encoraja todos os que leem o salmo a agradecer e louvar a Deus por Sua misericórdia e amor, e a confiar em Sua fidelidade em todas as circunstâncias.

Resumo de Salmos 136

No geral, o Salmo 136 é um lembrete poderoso do amor inabalável de Deus e da fidelidade ao Seu povo. Isso nos encoraja a dar graças e louvor a Deus por Seus atos poderosos e Seu amor duradouro, e a confiar em Sua bondade e graça em todos os aspectos de nossas vidas. A repetição do salmista do refrão “Seu amor leal dura para sempre” serve como um lembrete do caráter imutável de Deus e nos encoraja a confiar em Sua fidelidade e amor em todas as circunstâncias.

Significado de Salmos 136

O Salmo 136 é o salmo de louvor descritivo mais característico. O líder da adoração, talvez um sacerdote, lia a primeira parte de cada versículo, e o povo respondia com o seu louvor centrado na misericórdia de Deus: porque a sua benignidade é para sempre. Este salmo, conhecido como o Grande Hallel, costumava ser recitado no templo à medida que eram sacrificadas as ovelhas da Páscoa. Há quem inclua o Salmo 135 e os Cânticos dos Degraus (Sl 120134) no Grande Hallel. O padrão do salmo é o seguinte: (1) convocação do povo a louvar ao Senhor (v. 1-3); (2) oração pelo Senhor, o grande Criador (v. 4-9); (3) louvor ao Senhor, o grande Libertador (v. 10-22); (4) louvor ao Senhor, que se lembra de Seu povo para sempre (v. 23-25); (5) convocação final ao povo para louvar ao Senhor (v. 26).

Comentário ao Salmos 136

Salmos 136:1, 2 Louvai significa reconhecei publicamente, sendo uma das principais palavras usadas nos Salmos (Sl 35.18; 105.1; 122.4). Benignidade, que também pode ser traduzida por amor fiel, é o termo mais significativo dos Salmos para descrever o caráter de Deus. Sua benignidade é para sempre; faz parte do Seu caráter eterno. Senhor dos senhores. O poeta emprega superlativos hebraicos para proclamar o Senhor como Divindade Suprema.

Salmos 136:3-5 No Antigo Testamento, o termo maravilhas só é utilizado para as ações admiráveis de Deus. A criação do universo por Deus é a grande demonstração de Seu entendimento. Os céus nos demonstram claramente a glória de Deus (Sl 19.1-6). Romanos 1.20 nos ensina que as coisas invisíveis de Deus são plenamente visíveis por meio do que Ele fez.

Salmos 136:6-13 Feriu o Egito. O poeta se refere aos atos grandiosos de Deus ao libertar Israel do Egito em cumprimento da promessa de Deus (Sl 78; 105; 135.8-12). Mão forte. Trata-se de um lema da libertação (Sl 118.15, 16; Êx 15.6). Diz-se que, quando Deus criou o universo, foi obra de Seus dedos (Sl 8.3); mas, ao batalhar pela salvação de Seu povo, o fez com Sua destra forte. Dividiu o mar Vermelho. Deus ajudou Israel a cruzar o mar dividindo as suas águas e depois usou essas mesmas águas para destruir o exército egípcio que vinha atrás.

Salmos 136:14-20 A retrospectiva que o poeta faz da história de Israel inclui a conquista de terras a leste do Jordão, inclusive dos territórios de Siom e Ogue (Nm 21). O resultado foi a dádiva da terra de Canaã ao povo de Israel.

Salmos 136:21-23 É possível que as palavras que se lembrou da nossa humilhação sugiram o retorno do povo de Judá e Jerusalém à sua terra depois do cativeiro babilônico. Como o Salmo 135, o 136 pode ter sido escrito após aquele exílio.

Salmos 136:24-26 Louvai. O salmo termina da mesma forma que começa, celebrando a fidelidade contínua de Deus ao Seu povo, Israel, e com uma convocação para agradecer Sua suprema bondade.

Salmos 136:1-3 (Devocional)

Dai graças ao SENHOR

O Salmo 136 pode ser visto como a resposta ao chamado do remanescente no salmo anterior para louvar ao SENHOR (Salmo 135:19-20). Esta chamada está ligada à realidade da restauração de Israel no reino da paz. É como profetizado por Jeremias que ouvimos “a voz dos que dizem: Dai graças ao SENHOR dos Exércitos, porque o SENHOR é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (Jeremias 33:10-12).

Ouvimos essa voz neste salmo, que é caracterizada pela frase “porque a sua benignidade dura para sempre”. Esta expressão reflete a imutável bondade do SENHOR para com Israel. Ocorre em cada versículo deste salmo, ou seja, vinte e seis vezes. É um eco que reverberará por toda a eternidade.

Este salmo tem sido chamado de ‘hino nacional’ do povo de Deus no reino da paz. Os judeus chamam os Salmos 113-118 de ‘o pequeno hallel’, enquanto eles chamam o Salmo 136 de ‘o grande hallel’ - hallel é uma canção de louvor. É uma retrospectiva da criação e da história do povo de Deus. Cada ato na criação e em conexão com Seu povo é uma ocasião para cantar Sua benignidade.

Tudo o que é mencionado são particularidades nas quais a benignidade de Deus se manifesta. O salmista menciona um particular após o outro e diz de cada particular que sua origem é a benignidade de Deus e que esta benignidade é eterna.

Podemos listar todos esses detalhes e depois apontar em uma frase que todos eles são provas da benignidade de Deus. No entanto, o salmista não faz isso. Ele menciona a origem de cada ato individual: a benignidade de Deus. Isso nos ensina que devemos estar atentos a cada detalhe das muitas particularidades da ação de Deus em nossas vidas e na vida de todos os Seus, e que O louvamos por isso.

A construção do salmo indica que, ao adorar a Deus, o salmo é cantado como uma música de virada. Podemos imaginar um cantor cantando o verso que menciona um ato de Deus e o povo respondendo com as palavras “porque a sua benignidade dura para sempre” (cf. Esd 3,11; Dt 27,14-26).

A benignidade do SENHOR é a fonte de todas as Suas ações na criação e na redenção de Seu povo. Ele age assim porque é bom. As ocasiões para louvá-Lo por Sua benignidade são inesgotáveis. Sob a orientação do Espírito Santo, uma seleção das ações de Deus foi feita pelo salmista para cantá-las.

Podemos acrescentar a isso nossas experiências. Faremos isso por toda a eternidade. A benignidade do Senhor para com Israel, o povo terreno de Deus, é evidente na criação e em sua redenção. Como povo celestial de Deus, estamos unidos ao Senhor Jesus no céu (Ef 1:3). Podemos louvá-Lo com base em Sua obra na cruz (Ef 1:7). Por meio disso, estamos unidos a Ele da maneira mais íntima que se possa imaginar, ou seja, como um corpo, a igreja, à Cabeça, Cristo. Somos feitos um com Ele em Sua morte, em Sua ressurreição dentre os mortos (Ef 1:20) e em Sua glorificação (Ef 1:21).

O fato de termos oportunidade de louvá-Lo é em si um testemunho de que Sua benignidade é eterna. Cada passo de nossa peregrinação na terra, cada novo desafio, cada nova luta, até mesmo nossa fraqueza ou fracasso, é uma ocasião para louvar e glorificar o Senhor por causa de Sua benignidade, pois ela é eterna.

Divisão do salmo:
A divisão deste salmo é em forma de pirâmide reclinável, tendo como centro, ou culminância, a herança que o SENHOR dá ao Seu povo no reino da paz (Sl 136:21-22):

A. Chamada para dar graças por Israel (Sl 136:1-3)
B. O Criador do universo (Sl 136:4-9)
C. O Redentor no passado (Sl 136:10-20)
D. A herança para Israel (Sl 136:21-22)
C. O Redentor no presente (Sl 136:23-24)
B. O Sustentador do universo (Sl 136:25)
A. Chamada para agradecer por todos (Sl 136:26)

O salmo começa com três chamadas para dar graças a Deus (Sl 136:1-3). Agradecer significa ‘confessar’ ou ‘reconhecer’. É uma confissão que continua continuamente, sem nunca parar. Assim, os três grandes nomes de Deus no Antigo Testamento são mencionados: “Javé”, Yahweh, (Sl 136:1), “Deus”, Elohim, (Sl 136:2) e “Senhor”, Adonai, (Sl 136:3).

O “SENHOR” é único e único em Sua glória. O SENHOR não pode ser comparado a ninguém e a nada. “Deus” e “Senhor” são mencionados em comparação com deuses e senhores. O primeiro nome está em conexão com Israel, o segundo em conexão com governantes terrenos e celestiais, e o terceiro em conexão com todos os que são governantes e exercem influência.

O salmo começa com o chamado para louvar o SENHOR, Yahweh (Sl 136:1). É o Seu Nome especial em conexão com o Seu povo. O povo louva esse Nome porque Ele é digno dele, “porque Ele é bom”. Sua bondade é evidenciada por Sua benignidade, isto é, por Sua fidelidade à aliança. Ele não foi bom apenas uma vez, ou por um certo período de tempo, não, Ele é verdadeira, perfeita, completa e eternamente bom. É o Seu Ser.

Seu povo experimentará e reconhecerá isso perfeitamente no reino da paz. Eles irão, embora profundamente impressionados por Sua bondade, dizer que “Sua benignidade é eterna”. Implica que o que Ele faz é imutável, inesgotável, visível em todas as Suas ações, e que os resultados de Suas ações duram para sempre (cf. Ec 3:14).

A primeira vez que a frase “porque a sua benignidade dura para sempre” aparece nas Escrituras em conexão com a colocação da arca na tenda que Davi armou para ela (1Cr 16:1). Em resposta, Davi agradece ao SENHOR. No final dessa ação de graças ele diz, o que está escrito aqui em Salmos 136:1: “Deem graças ao SENHOR, porque [Ele é] bom; porque a sua benignidade dura para sempre” (1Cr 16:34). A mesma coisa acontece quando a arca é trazida ao templo por Salomão (2Cr 5:4-7; 2Cr 5:13). E aqui, neste salmo, acontece quando o povo entra no descanso milenar da terra prometida e dá graças ao Senhor no novo templo (Jr 33:10-11).

Deus, Elohim, também merece toda ação de graças, pois Ele é “o Deus dos deuses” (Sl 136:2). Os ‘deuses’ são todos os poderes humanos, bons e errados ou falsos, e todos os anjos escolhidos e caídos. Todos esses poderes foram criados por Ele e estão sujeitos a Ele. Ele está muito acima deles. Nenhum homem ou anjo pode jamais desafiar Seu poder, muito menos removê-Lo do trono e tirar Seu poder. Ele é o Deus dos deuses porque Sua benignidade é eterna.

Dar graças também é devido ao Senhor, Adonai (Sl 136:3). Ele é o governante soberano no universo que criou. Ele governa e comanda todos os elementos que compõem o universo e toda a vida no universo. Pode haver muitos ‘senhores’, pessoas de certa autoridade, mas eles estão completamente sujeitos a Ele (cf. 1Co 8:6; Deu 10:17; Ap 19:16). Ele governa tudo de acordo com a Sua vontade. Ele é a origem de todas as coisas e tudo leva ao destino por Ele determinado. Ele faz isso porque Sua benignidade é eterna.

Salmos 136:4-9 (Devocional)

A Maravilha da Criação

Quando se pergunta por que Deus criou os céus e a terra, lemos a resposta aqui: porque “a sua benignidade dura para sempre”. O canto da maravilha da criação começa com a observação de que o SENHOR é Aquele “que sozinho faz grandes maravilhas” (Sl 136:4). Ninguém faz e pode fazer isso, mas Ele “somente” (Sl 72:18).

Tudo o que o SENHOR faz traz espanto ao crente, sim profundo espanto. Mesmo ao contemplar a criação, o espaço para o homem viver (Sl 136:5-6) e os tempos determinados (Sl 136:7-9), ele reconhece neles a benignidade do SENHOR.

O SENHOR faz isso “sozinho”. Isso não é “sozinho” no sentido de sem ajuda de outros. Claro, isso também é verdade. Mas Ele o faz especialmente “sozinho” simplesmente porque Ele é o Único que pode fazer isso. Não há mais ninguém. Além disso, as grandes maravilhas não são tanto uma expressão de Seu poder, mas de Sua benignidade que é eterna. O poder baseado na bondade não é apenas raro, é completamente único. Portanto, Sua benignidade também é eterna.

Ele é o Único “que fez os céus com habilidade” (Sl 136:5). Deus, em Suas grandes maravilhas sobre a criação, demonstra Sua habilidade e sabedoria, que somente Ele possui (Pv 3:19; Pv 8:24-31; Jr 10:12). Quando olhamos para os céus, vemos que Sua benignidade é eterna. É uma demonstração ininterrupta de Sua benignidade para com o homem, pois Ele fez o céu para o homem com habilidade naquilo que ele precisa.

O mesmo é verdade para “a terra” que Ele “estendeu... sobre as águas” (Sl 136:6; Gn 1:9; Sl 24:1-2). Ele fez a terra emergir da água como o habitat do homem e de outras criaturas. Que o homem e os animais se sintam em casa na terra é o resultado da bondade de Deus. O homem redimido O louvará por isso durante o reino da paz.

No Salmo 136:7-9, o salmista volta sua atenção em particular para os céus em relação à terra. Ele fala das “grandes luzes” que Deus “fez” (Sl 136:7; Gn 1:14). Através das grandes luzes, tudo na terra é iluminado e o homem pode desfrutar de tudo o que Deus fez.

Deus fez “o sol para governar o dia” (Sl 136:8; Gn 1:16) e “a lua e as estrelas para governar a noite” (Sl 136:9; Gn 1:16). Essas grandes luzes são importantes para a vida na Terra, tanto pela natureza quanto pela orientação. Eles testificam a bondade de Deus para com todas as criaturas que Ele criou e especialmente para com Seu povo.

Pois o SENHOR fez estes grandes luminares e os luminares menores em primeiro lugar para servirem ao Seu povo como tempos fixos (Gn 1:14; Sl 104:19), isto é, para determinar para eles os tempos das várias festas do SENHOR (Lv 23:2). Eles são, por assim dizer, os arranjos para os tempos de reunião entre o Senhor e Seu povo.

Salmos 136:10-15 (Devocional)

A maravilha da redenção

Esses versículos lembram o Salmo 135 (Salmos 135:8-9). No Salmo 135, esses são atos que expressam o Nome e a glória de Deus. Esses mesmos atos são cantados aqui como provas de Sua bondade, com cada ato resultando em um louvor especial.

Começa com Deus “que feriu os egípcios nos seus primogênitos” (Sl 136:10; Êxodo 12:29). Esta é uma expressão mais poderosa do que “Ele feriu os primogênitos no Egito” (Sl 135:8). Aqui o julgamento de Deus vem enfaticamente sobre todos os egípcios. Então a resistência deles quebrou e eles deixaram Israel partir, mesmo com muitos presentes. O que Deus fez com os egípcios é uma prova de Sua bondade para com Seu povo, cujo resultado é imutável para sempre.

Após o julgamento dos egípcios, Deus fez o próximo ato mostrando Sua benignidade: Ele tirou Israel do meio dos egípcios (Sl 136:11). Depois de quebrar o poder dos opressores, Ele libertou Seu povo de seus opressores. A libertação através do Mar Vermelho é descrita em detalhes (Sl 136:11-15), pois é uma sombra da próxima libertação do remanescente fiel do poder do anticristo (Is 43:16-21).

O povo viu que Deus usou Sua “mão forte” e Seu “braço estendido” contra os egípcios e por eles (Sl 136:12; Êx 6:6; Dt 5:15; Dt 7:19; Dt 26:8; Jeremias 32:21). Essa demonstração de poder no julgamento dos egípcios e em favor de Seu povo vem de Sua bondade para com Seu povo. O resultado da libertação nunca pode mudar, nunca vai acabar, pois “a sua benignidade dura para sempre”.

As provas da benignidade de Deus não param na libertação. Quando parecia que eles estavam enfrentando um obstáculo intransponível e seriam levados cativos novamente, Deus separou o Mar Vermelho (Sl 136:13; Êx 14:21). Literalmente diz que Ele “cortou em pedaços” o Mar Vermelho, o que torna ainda mais aparente o poder de Seu ato.

Então Deus fez “Israel passar pelo meio dela” (Sl 136:14; Êxodo 14:22; Êxodo 14:29). O que parecia ser um obstáculo intransponível se tornou uma rodovia. As águas, pelo poder de Deus, permaneceram como paredes enquanto Israel passava pelo mar. Esta é outra prova especial da bondade de Deus que é eterna.

A evidência final da bondade de Deus em relação à redenção de Seu povo é o extermínio definitivo dos inimigos de Seu povo (Sl 136:15; Êx 14:26-28; Êx 14:30). Aqui diz que Deus “derrubou Faraó e seu exército no Mar Vermelho”. Na descrição desse evento no livro do Êxodo, não é declarado explicitamente que o Faraó se afogou no Mar Vermelho; está declarado aqui. A palavra “derrubou” é uma palavra usada para uma árvore que sacode suas folhas. É um ato do poder de julgamento de Deus.
Que o julgamento é um ato de bondade será confirmado por todos os que odeiam o mal e amam a justiça. Quando os malfeitores persistentes são julgados, é um benefício para a sociedade. Nenhuma injustiça é feita aos malfeitores, pois eles recebem o que merecem.

Salmos 136:16-20 (Devocional)

A maravilha da orientação e liderança do Senhor

A liderança de Seu povo através do deserto é também uma ocasião para cantar sobre Sua benignidade, que é eterna (Sl 136:16). Deus conduziu maravilhosamente Seu povo através do deserto com seus muitos perigos, cuidando e protegendo-os assim. Ele tem sido o Guia deles por todo aquele “estado desolado no deserto” (Dt 32:11-12; Dt 8:15; Jr 2:6; Am 2:10). Quando eles olham para trás, eles explodem neste louvor.

No Salmo 135, o salmista mencionou que Deus derrotou nações e matou reis poderosos (Sl 135:10-11), o que prenuncia a vitória sobre nações hostis. Conforme observado acima, as ações de Deus no Salmo 135 são ações que expressam Seu nome e glória. Esses atos poderosos de Deus são mencionados novamente aqui, mas agora cada ato individual é atribuído à Sua benignidade:

Que Ele “feriu grandes reis” é devido à Sua benignidade para com Seu povo (Sl 136:17).
Que Ele “matou reis poderosos” é devido à Sua benignidade para com o Seu povo (Sl 136:18).
O primeiro exemplo disso é que Ele matou “Siom, rei dos amorreus” (Sl 136:19). Isso Seu povo deve à Sua benignidade para com eles.

Como segundo exemplo disso, é mencionado que Ele matou “Ogue, rei de Basã” (Sl 136:20). Isso Seu povo deve à Sua benignidade para com eles.

Salmos 136:21-22 (Devocional)

A maravilha de um patrimônio

O que é dito nesses versículos também é dito no Salmo 135. Lá é dito em um versículo (Sl 135:10), enquanto aqui é dito em dois versículos porque cada linha do Salmo 135:10 é seguida aqui pelo canto de a benignidade de Deus. No Salmo 136:21 a ênfase está no Doador da herança e no Salmo 136:22 no destinatário dela.

Deus tirou a terra dos inimigos porque a terra deles, assim como todas as terras do mundo, pertencem a Ele (Sl 24:1-2). Portanto, Ele é livre para dar uma terra a quem Ele quiser, neste caso ao Seu povo (Sl 136:21). Ele não teve a ideia repentina de dar esta terra ao Seu povo, mas esse tem sido o Seu propósito desde a fundação do mundo (Mateus 25:34).

Portanto, Ele deu esta terra escolhida por Ele ao Seu povo “como herança” (Sl 136:22). Esse povo é aqui chamado de “Israel Seu servo”. A alegria com que Ele deu a terra ao Seu povo é expressa aqui. O propósito também ressoa aqui. Ele deu a terra ao Seu povo para que O servissem ali.

A herança que o Senhor deu a Israel no passado é um prenúncio da herança que o Senhor lhes dará no futuro, durante o reino da paz. A divisão deste salmo (ver em Introdução) enfatiza que esta é a sua culminação.

Salmos 136:23-25 (Devocional)

A maravilha de sua atenção

No Salmo 136:10-20 lemos sobre a redenção no passado, enquanto o Salmo 136:23-24 é sobre a redenção no presente. O SENHOR é o mesmo ontem e hoje e eternamente. A redenção que o Senhor pôde fazer no passado, Ele também pode fazer agora.

Em Sl 136:23-24 ouvimos pela primeira vez sobre os sentimentos do salmista. Ele fala de “nós” e depois o faz várias vezes. Ele está falando em nome de todos os que pertencem ao povo da aliança de Deus. O salmista e o povo experimentaram que o SENHOR, que pôde resgatar no início da história de Israel, pode e o fez agora. Eles estão impressionados com quem Deus é e o que Ele fez – sobre o que ele escreveu nos versículos anteriores. Ele agora diz como uma confissão que Deus “lembrou-se de nós em nossa humilhação” (Sl 136:23). Eles foram humilhados, o desastre caiu sobre eles. Mas Deus pensou neles e veio a eles em Cristo.

Essa consciência torna a admiração pela bondade de Deus muito maior. Não se limita a uma impressionante descrição de Deus em Sua onipotência e redenção. Esse Deus, que é tão grande e fez grandes maravilhas, olha para os justos em seu “estado inferior”. Isso é impressionante e novamente uma ocasião para louvar a bondade de Deus.

Em si mesmos, eles não tinham poder para se livrar do poder de seus adversários (Sl 136:24). Mas Deus os resgatou de seus adversários. Podemos pensar especialmente no tempo da grande tribulação. Os adversários durante esse tempo são o anticristo na terra e o rei do Norte ou os assírios do exterior. O resgate desses adversários é uma nova prova da benignidade de Deus, cujos efeitos são eternos e, portanto, eternamente cantados.

O que está contido nesses versículos será reconhecido por todo crente que está ciente de sua origem e do que ele se tornou e recebeu em Cristo. Ele estava sob o poder do pecado, do mundo e do diabo, e totalmente impotente para se livrar deles. Então ele foi resgatado de todos aqueles adversários pelo poder do amor de Deus. Por isso ele louva a Deus. Então ele foi unido a Cristo e teve permissão para participar de todas as consequências de Sua obra na cruz. Por isso ele também louva a Deus.

Então o salmista olha ao redor e vê que a atenção de Deus também está em tudo o que vive (Sl 136:25; Sl 104:27-28). Ele é Aquele “que dá alimento a toda a carne”. Isso também é algo que podemos observar todos os dias se prestarmos atenção. Ele, que é o Criador (Sl 136:4-9), é também o Sustentador de Sua criação neste versículo (1Tm 4:10). Não pode ser diferente de quando o vemos dessa maneira, louvamos e glorificamos sua benignidade. Ele continua a dar esse cuidado durante todo o tempo do reino da paz.

Salmos 136:26 (Devocional)

Dê Graças ao Deus do Céu

O salmo conclui com o apelo a «dar graças ao Deus do céu» (cf. Gn 24, 7). O nome “Deus do céu” aparece frequentemente nos livros de Esdras, Neemias e Daniel. Esses livros descrevem a história do povo de Deus quando Deus não pode mais reconhecê-los como Seu povo. Ele teve que se retirar para o céu. Mesmo durante o tempo em que Ele não está reinando visivelmente em um representante na terra, parece que “Sua benignidade é eterna”.

No reino da paz, o Deus do céu é também o Deus da terra. Ele então cumpre a oração de que Sua vontade seja feita como no céu, assim também na terra (Mateus 6:10). O céu e a terra estão então em harmonia um com o outro. A bênção do céu está espalhada sobre a terra. Então todos os que participam da bênção na terra dirão: “Pois Sua benignidade dura para sempre.”

Os três primeiros versículos deste salmo são um chamado ao povo de Israel para abençoar. Agora, no final do salmo, o chamado para dar graças a Deus vai para todas as pessoas.

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