Significado de Rute 3

Rute 3

Em Rute 3, a narrativa dá uma guinada crucial quando Naomi elabora um plano para garantir um futuro para ela e para Rute. Noemi encoraja Rute a se aproximar de Boaz na eira, um gesto simbólico significativo invocando seu papel como um parente redentor em potencial. Rute segue as instruções de Noemi, descobrindo os pés de Boaz como sinal de suas intenções. Boaz acorda para encontrar Rute a seus pés e a elogia por sua lealdade. Reconhecendo o caráter nobre de Rute e reconhecendo seu dever como parente, Boaz expressa sua disposição de cumprir o papel de parente redentor. No entanto, há um parente mais próximo que tem uma reivindicação mais forte, então Boaz promete resolver o assunto pela manhã. Ele fornece grãos a Rute e garante sua segurança durante a noite.

Este capítulo destaca temas de lealdade, fidelidade e os intrincados costumes de redenção dentro do contexto cultural da época. A coragem de Rute e o plano estratégico de Naomi refletem até onde elas estão dispostas a ir para garantir seu futuro. A interação entre Rute e Boaz também introduz um elemento de antecipação romântica. Rute 3 prepara o cenário para a resolução do futuro de Rute e o desdobramento do plano providencial de Deus na vida desses personagens, mostrando como as escolhas individuais se cruzam com destinos mais amplos.

Significado

3:1 Mais uma vez, Noemi fala sobre um descanso (já mencionado em Rute 1.9), relativo ao matrimônio, à sua nora. Noemi estava determinada a ajudar Rute a conseguir esse descanso.

3:2 A eira era um local onde os grãos eram espalhados no chão, e os animais pisavam sobre eles, a fim de a palha separar-se dos grãos. Depois, essa mistura era lançada ao ar, para que o vento espalhasse as cascas. Boaz talvez passasse a noite na eira, a fim de evitar que os grãos fossem roubados.

3:3 As Destes que Noemi aconselha Rute a vestir provavelmente eram um tipo de túnica ou capa que Rute usava à noite para se manter aquecida. A expressão comer e beber alude à festividade que acompanhava o final da colheita.

3:4 E descobrir-lhe-ás os pés. Rute deveria descobrir os pés de Boaz e deitar-se bem perto deles. Esse era um ato de submissão, para cobrar de Boaz a decisão de ser ou não o resgatador de Rute e da herança de seu finado marido.

3:5, 6 Na obediência total de Rute a Noemi estava implícita a confiança de Rute em sua sogra.

3:7, 8 Rute aproximou-se de Boaz de mansinho, ou seja, secretamente, para que ninguém a visse. Ter feito isso à noite também foi um modo de proteger Boaz de um constrangimento, caso ele decidisse não exercer seu compromisso como um parente próximo.

3:9 Estende, pois, tua aba sobre a tua serva. Aqui, embora a aba correspondesse à capa de Boaz, tem o mesmo sentido de asa em Rute 2.12: Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar. Ambas as palavras aludem à proteção e segurança. A frase porque tu és o remidor comprova que Rute estava buscando a proteção de Boaz. Isso equivale a um pedido de casamento. Uma vez que o marido dela havia morrido sem deixar-lhe um filho, era responsabilidade de um parente próximo do falecido casar- se com a viúva e prover um herdeiro para este.

3:10, 11 Boaz entendeu que Rute estava fazendo uma proposta de casamento e elogiou-a por não procurar homens mais jovens para se casar. Ele sabia que a iniciativa de Rute era devido à lei do levirato, que permitia ao parente falecido ter um herdeiro, o qual asseguraria a posse das terras e outros bens para sua família (Dt 25.5-10). Por isso, no antigo Oriente Médio, não ter um herdeiro era considerado uma tragédia para a família. A beneficência peculiar da qual Boaz fala se refere ao amor leal de Rute por Noemi, ao escolher permanecer ao lado desta, mesmo enfrentando a pobreza. A expressão mulher virtuosa é o maior elogio de Boaz a Rute. Ele a reconhece como uma mulher de Deus.

3:12 O suspense na narrativa aumenta quando Boaz anuncia que existe um remidor mais chegado do que ele. Este teria a chance de assumir primeiro a responsabilidade de resgatar Rute.

3:13 Boaz queria assumir a responsabilidade como remidor de Rute e Noemi imediatamente. Então, pediu a Rute que ficasse com ele, pois assim ela não ficaria exposta a qualquer perigo ao voltar para sua casa no meio da noite. A declaração vive o Senhor reforça a resolução de Boaz de assumir a responsabilidade por Rute.

3:14 Antes que pudesse um conhecer o outro. Rute partiu pela manhã, bem cedo, para evitar que alguém a reconhecesse. Boaz, provavelmente, não queria que ninguém interpretasse mal a estada dela ali.

3:15 Mais uma vez, Boaz demonstrou amor leal ou benevolência, ao ofertar a Noemi e Rute seis medidas de grãos de cevada. E ele mediu seis medidas de cevada e lhas pôs em cima. Boaz, provavelmente, ajudou a pegar a cevada e colocá-la num saco, a fim de que Rute pudesse levá-la para Noemi, em casa.

3:16 Estas palavras são, provavelmente, um comentário sobre a felicidade de uma mulher cuja vida estava prestes a ser modificada radicalmente.

3:17 O tema escassez e abundância é repetido aqui (ver Rt 1.21).

3:18 Noemi estava confiante que Boaz resolveria o caso naquele mesmo dia. Ele tinha demonstrado repetidas vezes que era um homem reto e compassivo, pois continuava provendo às duas mulheres.

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