Significado de Êxodo 7

Êxodo 7

Êxodo 7 é um capítulo significativo do livro bíblico de Êxodo, pois narra o início das dez pragas do Egito, que Deus enviou para convencer o faraó a deixar os israelitas partirem. Neste capítulo, Deus diz a Moisés para ir ao Faraó e realizar milagres em Seu nome. Moisés e Arão confrontam o Faraó, e o cajado de Arão se transforma em uma serpente, que os mágicos do Faraó são capazes de reproduzir. No entanto, a serpente de Aaron eventualmente engole as serpentes dos mágicos, provando a superioridade de Deus.

O capítulo lança luz sobre o tema do poder e soberania de Deus, que é um tema central no livro de Êxodo. Ele destaca como Deus demonstra Seu poder por meio de sinais e maravilhas milagrosas e como Ele os usa para mostrar Sua superioridade sobre os falsos deuses dos egípcios. As pragas que se seguem são um testemunho da soberania de Deus sobre toda a criação, incluindo as forças da natureza, e Sua capacidade de julgar aqueles que oprimem Seu povo.

Além disso, Êxodo 7 mostra a teimosia e o orgulho do Faraó. Apesar da clara demonstração do poder de Deus, Faraó se recusa a deixar os israelitas partirem e seu coração se endurece. O capítulo também revela o papel de Moisés e Aarão como agentes escolhidos por Deus para executar Seu plano. Moisés hesita a princípio, mas permanece obediente ao chamado de Deus e confia na força de Deus para realizar Sua vontade.

Em conclusão, Êxodo 7 é um capítulo crucial que prepara o cenário para os eventos milagrosos que se seguem. Ressalta a importância da fé no poder e na soberania de Deus e destaca as consequências de se opor à Sua vontade. O capítulo também revela a importância da obediência ao chamado de Deus, mesmo diante de desafios assustadores. As pragas a seguir servem como um lembrete da importância de confiar no plano de Deus e em Sua capacidade de libertar Seu povo da opressão.

Comentário de Êxodo 7

Êxodo 7.1, 2 Estes versículos repetem a questão principal abordada em Êxodo 4.10-17. Repetição variada faz parte do estilo narrativo hebraico para mostrar ênfase. Quanto ao significado da frase eis que te tenho posto por Deus, conclui-se que, da mesma forma que Moisés era o profeta de Deus, Arão era o profeta de Moisés. O irmão falaria por Moisés, tornando-se um porta-voz daquele que o enviou.

Êxodo 7.3, 4 Endurecerei o coração de Faraó. Constava nos planos de Deus o fato de que o faraó seria resistente e inflexível [quanto a deixar Israel partir livre] (ver Êx 4.21). Assim, o endurecimento do coração do faraó prepararia o terreno para que o Senhor se manifestasse a Seu povo e o libertasse por meio de poderosos sinais e maravilhas. O sinal, em hebraico 'ot (Êx 4-8,9; 8.23) pode ser usado como um lembrete ou um símbolo (como em Êxodo 3.12,13). Entretanto, aqui tem o significado de garantia ou atestado da presença divina. Já a palavra maravilha (hb. mophet) fala, similarmente, de uma manifestação especial do poder de Deus. Estes dois termos — maravilha e sinal — dispostos lado a lado indicam obras tremendas e irrefutáveis. Deus demonstraria Seu grande poder e validaria a mensagem comunicada pelos Seus representantes, Moisés e Arão, com tais obras. O uso dos pronomes possessivos (minha, meus, meu) faz com que a declaração divina seja uma irrupção mais poderosa.

Êxodo 7.13 Muitas vezes o coração do faraó se endureceu, o que indica que ele permanecia insensível e impassível diante da demonstração do poder de Deus (Êx 7.14,22,23; 8.15,19,32; 9.7,12,34,35; 10.1,20,27; 11.10; 14.4,5,8). E isto se deu como o Senhor tinha dito — da forma que Deus planejara desde o começo (Êx 3.19; 4.21; 7.3,4). O rei do Egito era teimoso (Êx 5.1-9), mas também era prisioneiro do efetivo trabalho do Espírito de Deus (ver Isaías 6.10, em relação ao povo de Judá).

Êxodo 7.14 Em outros trechos (Êx 4.21; 7.13,22; 8.19), o termo endurecido é traduzido da palavra (hb. hazaq) que significa fortalecer-se, com a ideia de ser obstinado. Aqui, o verbo hebraico kabed passa o conceito de ser pesado, firme, insensível, inflexível. Veja a nota em Êxodo 4.21.

Êxodo 7.15 Algumas das pragas foram anunciadas a faraó antecipadamente; outras vieram sem nenhum tipo de aviso. Aquelas informadas foram: a primeira (Êx 7.14-18), a segunda (Êx 8.1-4), a quarta (Êx 8.20-23), a quinta (Êx 9.1-5), a sétima (Êx 9.13-19), a oitava (Êx 10.1-6) e a décima (Êx 11.4-8). A terceira (Êx 8.16,17), a sexta (Êx 9.8- 10) e a nona (Êx 10.21-23) não foram prevenidas. Agora, observe o padrão: duas são anunciadas e, em seguida, vem uma sem qualquer tipo de aviso. Sistematicamente, isso acontece três vezes culminando na última, a pior praga [a morte dos primogênitos egípcios].

O Senhor orienta: Vai pela manhã a Faraó; eis que ele sairá às águas; põe-te em frente dele na praia do rio. O faraó não foi até o rio para se banhar, mas para receber poder. O banho do faraó no Nilo era um sagrado ritual egípcio conectado com a sua suposta divindade. E tomarás em tua mão a vara que se tornou em cobra. A vara é chamada de a vara de Deus (Êx 4-20) e a vara de Arão (Êx 7.9).

Êxodo 7.16 O Senhor, o Deus dos hebreus. Uma identificação similar do Senhor é usada no primeiro e desastroso encontro de Moisés com faraó (Êx 5.1,3)- Desta vez, o rei do Egito veria uma amostra do poder divino, e não apenas ouviria falar de Seu nome (Êx 2.23—3.15; 6.2-8; 9.1). Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto. O verbo servir (hb. 'ãbad) aqui passa a ideia de adoração sagrada (Êx 8.20; 9.1,13). Há uma crítica implícita ao Egito, pois sua forma de prestar culto e de idolatria a vários deuses eram impróprias (Êx 3.18; 8.26,27).

Êxodo 7.17, 18 As águas do Egito podem ter-se transformado literalmente em sangue. Entretanto, os elementos da passagem sugerem outra possibilidade: 1) as nove primeiras pragas formam um conjunto. Cada uma delas é um evento natural que ocorreu de forma miraculosa, em quantidade ou tempo. A transformação das águas em sangue não é um acontecimento natural; 2) as pragas tornavam-se mais e mais severas à medida que se iam sucedendo até atingir o ápice na décima. A transformação da água em sangue estaria assim fora deste padrão; 3) A palavra hebraica traduzida como sangue pode fazer referência à cor vermelha, como em Joel 2.31.

Pode ser que Deus tenha causado chuvas torrenciais para inundar e poluir as nascentes do Nilo, criando então a primeira praga no tempo exato. A terra vermelha e as algas podem ter feito com que as águas do rio ficassem com a coloração avermelhada, imprópria para beber e com pouco oxigênio para os peixes.

Êxodo 7.19 As águas do Egito vinham do Nilo e de sua cheia anual. A praga afetou todo o sistema de irrigação e distribuição de água da nação, até mesmo os reservatórios de madeira e pedra, que armazenavam quantidades extras de água para o consumo.

Êxodo 7.20, 21 Moisés e Arão obedeceram aos comandos de Deus e invocaram a praga ferindo as águas com a vara (Êx 4.1-8,20; 7.9; 8.5,16; 9.23; 10.13,22; 14.16; 17.5,9). Mais tarde, os israelitas celebrariam este grande acontecimento em um salmo (SI 78.44; 105.29,30).

Êxodo 7.22 Os magos [...] com seus encantamentos. Talvez os feiticeiros do faraó fossem capazes de colorir a água de reservatórios, em um esforço para reproduzir o sinal dado pelo Senhor ao ferir o rio Nilo (Êx 7.11). Mas as tentativas dos magos eram medíocres. E mesmo com esta demonstração do poder de Deus, o coração de faraó se endureceu [...] como o Senhor tinha dito (Êx 3.19; 4.21; 7.3,13,14).

Êxodo 7.23-25 O faraó mostrou o seu total desdém à demonstração do poder de Deus no Nilo quando deu-lhes as costas e voltou para o palácio (NVI). Ele também revelou ser indiferente ao sofrimento de seu povo.

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