Significado de Deuteronômio 33

Deuteronômio 33

33:1 Moisés deve ser lembrado por sua fidelidade e não por sua falha (Hb 3.1-6). As Escrituras o descrevem como um servo de Deus (Nm 12.6-8), um amigo de Deus (Ex 33:11) e um homem de Deus.

33:2 Veio[...] subiu[...] resplandeceu. Estes verbos lembram os israelitas da revelação inspiradora e atemorizadora de Deus em toda a Sua glória. O Senhor desceu até Israel, firmou com o povo uma aliança e entregou-lhe Sua Lei no monte Sinai. Poeticamente, Moisés faz referência a Seir e Parã, localizados a nordeste do monte Sinai, para transmitir a ideia de que a manifestação da presença de Deus aconteceu ao longo de toda a jornada no deserto (Jz 5.4, 5). No momento da entrega da Lei aos hebreus, seres angelicais, caracterizados como dez milhares de santos, estavam presentes (compare com At 7.53; G1 3.19; Hb 2.2).

33:3 Neste caso, santos pode fazer referência aos filhos de Israel. Também é possível que as palavras que começam na segunda linha do versículo 3 e terminam no versículo 5 sejam a resposta ao discurso de abertura de Moisés. Se assim for, os israelitas confessam que os seres angelicais estavam assistindo Moisés enquanto ele recebia a Lei de Deus e instruía o povo naquela revelação. Isso explica a referência ao profeta e o uso do pronome no plural (nos deu, v. 4).

33:4, 5 Herança. O que fez Israel uma nação singular foi sua acolhida da Lei de Deus intermediada por Moisés. O Senhor escolhera apenas Israel para receber Suas instruções. Somente Ele era o Rei de Seu povo. Ao mesmo tempo, como o Criador, detinha o controle sobre tudo o que havia feito.

33:6 Viva Rúben[...] seus homens sejam numerosos. Moisés previu que os filhos de Rúben teriam um futuro, mas não glorioso. Assentados a leste do mar Morto, os rubenitas, consequentemente, se isolariam das outras tribos (Jz 5.15, 16).

33:7 Moisés orou para que o Senhor estivesse com Judá nas batalhas, concedesse a força necessária à tribo, o que está expresso na sentença suas mãos lhe bastem, e lhe desse a vitória.

33:8, 9 Moisés orou para que a orientação divina repousasse sobre a tribo de Levi, responsável por emitir os juízos nos julgamentos. Para tal, ela fazia uso do urim e do tumim (Ex 28.30), instrumentos apontados por Deus para auxiliar o sumo sacerdote na decisão quanto à inocência ou culpa de um indivíduo.

Observa-se, portanto, que os levitas foram separados das outras tribos para servir no tabernáculo. Isso porque amavam a Deus, o que é expresso pelo termo teu amado. Em Massá, eles passaram no teste de acreditar no poder do Senhor para cuidar de Seu povo (Dt 6.16; 9.22), enquanto as outras tribos foram reprovadas. Moisés elogiou os levitas por sua fidelidade à palavra e ao concerto de Deus.

33:10, 11 Ensinaram. Os levitas foram encarregados de instruir os hebreus e mantiveram-se leais ao Senhor (v. 9). Agora, deveriam ajudar Israel a entender como guiar sua vida pela revelação de Deus. Desta forma, os levitas continuariam o ministério de Moisés. Além da tarefa de transmitir a Palavra ao povo, eram responsáveis pelas atividades que envolviam a adoração a Deus no tabernáculo, o que se verifica pela afirmação levaram incenso ao teu nariz e o holocausto sobre o teu altar (Ex 30.7).

33:12-16 Da mesma forma que era o filho amado de Jacó, Benjamim era o amado do Senhor (Gn 44.20). Por isso, não só sua tribo receberia de Deus paz e segurança, como também o próprio Benjamim seria guardado pelo Senhor, segundo afirma a declaração o Senhor o protegerá, e ele morará entre os seus ombros.

33:17, 18 Ele tem a glória do primogênito do seu boi, e as suas pontas são pontas de unicórnio. Deus daria a Efraim e Manassés coragem na batalha e vitória na guerra. Como bois, essas tribos feririam os inimigos e os empurrariam para longe. As expressões dez milhares de Efraim e os milhares de Manassés demonstram que Moisés exaltou Efraim sobre Manassés, atitude que se manteve de acordo com a bênção dada por Jacó ao filho mais novo de José (Gn 48.8-20).

33:19 A tribo de Zebulom seria estabelecida perto dos mares, os quais, junto às suas costas, eram os lugares designados por Deus para a prosperidade dessa tribo.

33:20, 21 Moisés comparou o papel militar de Gade ao poder de uma leoa faminta e previu que esta tribo prontamente se juntaria às outras na conquista de Canaã (Js 22.1-6).

33:22 Leãozinho pode fazer referência ao pequeno tamanho da tribo de Dã. Ainda que a terra herdada por Dã estivesse próxima a Judá pelas planícies costeiras, a tribo não teria condições de mantê-la por causa da hostilidade dos filisteus. Consequentemente, os danitas um dia migrariam para a região de Basã, ao sul do monte Hermom (Jz 18).

33:23 As palavras de Moisés sobre Naftali indicam que a tribo gozaria abundantemente as bênçãos de Deus. Ela herdaria a terra a oeste e ao sul do mar da Galiléia.

33:24, 25 A instrução banhe em azeite o seu pé é uma imagem da rica bênção de Deus sobre Aser (SI 133:2). Além da unção do Senhor, o ferro e o metal [seriam] o calçado de Aser, ou seja, esta tribo possuiria fortalezas poderosas (para saber mais sobre a bênção de Jacó, leia Gn 49.20). Por motivos que desconhecemos, não há bênção para a tribo de Simeão, como sustenta o texto (mas compare a bênção de Jacó a Simeão, em Gn 49.5-7). Simeão, ao que parece, foi absorvido pela tribo de Judá no tempo dos reis de Israel.

33:26, 27 No hebraico, a frase negativa não há outro é uma forma de expressar algo que é indiscutível - o Deus de Jesurum sozinho ajudará. Como um general, o Senhor cavalga sobre os céus e sobre as altas nuvens, constantemente à espreita para defender Seu povo contra ataques. O Senhor dos exércitos sempre provê proteção porque Ele é eterno. Deus é a nossa habitação, nosso refúgio, com quem podemos contar nos momentos de aflição (Sl 90.1; 91.9). O Todo-poderoso que libertou Israel com Seu braço forte sempre estará com Seu povo em amor e em poder, sustentando-o com Seus braços eternos.

33:28 Israel, pois, habitará só e seguro. Moisés confirmou a veracidade da promessa que Deus fez ao povo por meio de Balaão, o profeta pagão (Nm 23.9).

33:29 Quem é como tu? Esta pergunta é, na verdade, uma declaração: não há povo como Israel, pois Deus, a fonte de toda proteção, lutaria as batalhas de Seu povo, representadas nesta passagem pelos elementos escudo e espada. O Senhor demoliria com Seus próprios pés, isto é, [pisaria] sobre as suas alturas, as áreas de adoração idólatra, os lugares pagãos que corrompiam as nações (Mq 1.3).

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