Significado de Deuteronômio 23

Deuteronômio 23

23:1 Castrado era aquele que teve seus órgãos sexuais removidos. Este procedimento era realizado nos homens encarregados de tomar conta dos haréns, com o intuito de evitar que eles tivessem relações sexuais com as mulheres. Também era uma prática religiosa pagã. Contudo, proibia-se a mutilação genital em Israel.

Os homens castrados não entrariam na congregação do Senhor, isto é, não se uniriam às pessoas com quem Deus estabelecera uma aliança e a quem fizera Suas promessas. Em Deuteronômio, a palavra congregação geralmente faz referência àqueles reunidos perante o Sinai (Dt 5.22; 9.10; 18.16). Excluir esses indivíduos da congregação significava proibir sua participação em todos os ritos religiosos.

23:2 É provável que o termo bastardo faça referência aos descendentes de uma ilícita união com uma prostituta cultual (v. 17, 18). Tanto os bastardos como a sua décima geração não entrariam na congregação do Senhor. Talvez décima geração signifique para sempre.

23:3-5 Os amonitas e os moabitas se mostraram hostis aos hebreus e contrataram Balaão para amaldiçoar os israelitas. No entanto, a lealdade de Deus ao Seu povo impediu que Balaão fosse ouvido. Em vez disso, o Senhor transformou a maldição em bênção. Nestes versículos, fica claro que Deus excluiu esses povos da participação na comunidade de fé e na adoração a Ele (Nm 22-24).

23:6, 7 Não lhes procurarás nem paz. Foi proibido aos israelitas fazer qualquer tipo de acordo com as outras nações. Moabe e Amom foram inimigos persistentes de Israel.

23:8 Os filhos que lhes nascerem na terceira geração. Enquanto os habitantes de Moabe e Amom foram excluídos da congregação de Israel, os filhos de Edom e do Egito tiveram uma oportunidade de unir-se aos verdadeiros adoradores do Deus vivo. A provisão para os egípcios pode ter sido em razão de sua inicial bondade para com a família de Jacó, quando permitiram que o clã se mudasse para Gôsen (Gn 47). A provisão para os edomitas foi baseada nos laços estreitos que possuíam com os israelitas. Eles eram descendentes do irmão de Jacó, Esaú.

23:9-11 A coisa má era uma causa para a impureza individual e comunitária. Os soldados tinham de manter a pureza, pois o Senhor estava em seu acampamento. No entanto, por algum acidente de noite, alguém poderia contaminar-se. E provável que essa expressão faça referência à polução noturna (Lv 15.16) ou à micção involuntária. Mesmo exigindo altos padrões de pureza, Deus forneceu um modo de a pessoa impura se tornar pura. O indivíduo podia sair do acampamento, lavar-se e retornar ao pôr-do-sol.

23:12, 13 Cavar latrinas fazia parte da vida militar. Esta atenção dada à limpeza não só promovia a pureza ritual, como também a higiene adequada, o que prevenia que possíveis doenças se espalhassem pelo acampamento.

23:14 O Senhor, teu Deus, anda no meio do teu arraial. O Deus santo estaria presente, junto aos soldados de Israel, durante todo o tempo em que estivessem guerreando. Não seria aceitável que Seus guerreiros tolerassem condições de vida insalubres no acampamento.

23:15, 16 Provavelmente, o servo que entrou no território de Israel vindo de outra região.

23:17 No hebraico, a palavra traduzida neste versículo como rameira (qedsha) tem relação com a palavra que significa santo ou separado (qdash). A prostituta cultual era considerada pelos cananeus como “reservada” para a adoração dos deuses e deusas da fertilidade. Nos rituais religiosos de fertilidade de Canaã, os homens se deitavam com essas mulheres.

Os cananeus acreditavam que por meio deste rito a fertilidade abundaria em suas famílias, em suas plantações, e aumentaria o número de seus rebanhos. Esse desprezível sistema de adoração foi, evidentemente, um dos motivos pelos quais Deus impôs o severo julgamento sobre esse povo. Quanto ao sodomita, era o homem que se prostituía pelo mesmo motivo que a prostituta cultual.

23:18 Neste versículo, rameira (hb. zônâ) descreve a prostituta comum, e cão, o homem que também fazia da prostituição uma ocupação cotidiana.

23:19, 20 A teu irmão não emprestarás à usura (com juros). Os juros no antigo Oriente Médio eram extremamente altos. Tomar um empréstimo, inevitavelmente, levava a um grande débito e, em alguns casos, à escravidão do devedor (Ex 22.25-27; Lv 25.36). A expressão a teu irmão faz referência a um compatriota israelita.

23:21, 22 O voto era o comprometimento que demonstrava, de uma forma específica, o amor de um indivíduo pelo Senhor. Embora fosse voluntário, aquele que o fizesse era obrigado a cumpri-lo. Deus esperava que o povo mantivesse sua palavra (compare com Mt 5.37). Considerava-se o não cumprimento de um voto como pecado (Ec 5.4-6). Entretanto, fazer um voto era uma atitude espontânea e não necessária para o desenvolvimento da comunhão com Deus.

23:23-25 Permitia-se que um viajante comesse uvas ou espigas quando passasse por uma plantação, mas colher ou estocar a comida para consumi-la mais tarde era expressamente proibido. Quando Jesus e Seus discípulos pegaram cereal nos campos abertos, eles estavam seguindo a prática comum admitida por este regulamento. Entretanto, os fariseus os provocaram porque apanharam espigas em um sábado (Mc 2.23-28).

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