Significado de Colossenses 2

Colossenses 2

Colossenses 2 continua com Paulo exortando os crentes em Colossos a permanecerem firmes na fé em Cristo, rejeitando ensinamentos falsos e heréticos. Ele adverte contra serem enganados por filosofias vazias e tradições humanas que se opõem ao conhecimento de Cristo.

Paulo destaca a plenitude e a suficiência de Cristo, que é a fonte de toda a sabedoria e conhecimento. Ele instrui os crentes a serem enraizados e edificados em Cristo, fortalecidos na fé e gratos por tudo o que receberam em Cristo.

Além disso, Paulo aborda a questão da circuncisão espiritual, explicando que a verdadeira circuncisão é feita pelo Espírito, não por mãos humanas. Ele enfatiza que, em Cristo, somos circuncidados com uma circuncisão espiritual, sepultados com ele no batismo e ressuscitados para uma nova vida.

Paulo também fala sobre a libertação que os crentes têm em Cristo da escravidão das tradições humanas e dos poderes espirituais malignos. Ele destaca a vitória de Cristo sobre esses poderes na cruz, triunfando sobre eles publicamente.

Além disso, Paulo aborda questões práticas de conduta cristã, como evitar julgamentos sobre comida, bebida, festas religiosas ou observância de dias santos. Ele enfatiza que essas coisas são sombras do que está por vir, mas a realidade é encontrada em Cristo.

O capítulo 2 termina com Paulo encorajando os crentes a não se deixarem privar de sua recompensa, mas a permanecerem firmes na fé em Cristo, não permitindo que ninguém os engane com argumentos persuasivos, mas mantendo firmemente a sua fé em Cristo Jesus.

Comentário de Colossenses 2

Colossenses 2.1-5 O ministério de Paulo incluía cristãos como os colossenses que nunca o viram. Ele tinha um grande combate por eles no sentido de cuidado, desejo e oração (v. 1-3). Sua preocupação era que ninguém os enganasse (v. 4), e ele estava regozijando-se na firmeza deles (v. 5). Esse apóstolo é um modelo de preocupação como pastor.

Colossenses 2.1 Laodicéia era uma cidade-irmã de Colossos, a qual ficava a quase 18 quilômetros de distância. As duas igrejas deveriam compartilhar as cartas que receberam de Paulo (Cl 4-16).

Colossenses 2.2,3 Embora os falsos mestres em Colossos falassem em iniciar pessoas em um conhecimento superior, Paulo diz aos seus leitores que eles podem entender o mistério (Cl 1.26,27) de Deus sem esta falsa filosofia. Os gnósticos procuravam o conhecimento como um fim em si mesmo, mas o apóstolo lembra os colossenses de que o verdadeiro conhecimento se manifestará quando unir as pessoas na caridade cristã na Igreja.

Observe como Paulo une Deus e Cristo, enfatizando a divindade e a unidade comum. Os gnósticos viam Jesus somente como uma emanação vinda do Pai, dividindo uma parte dos atributos da divindade. Paulo não só enfatiza a divindade de Cristo, mas também explica que Ele possui toda a sabedoria e o conhecimento. Os gnósticos acreditavam que somente determinadas pessoas entendidas poderiam juntar-se ao seu grupo de elite. Já Paulo ensina que qualquer cristão tem acesso a toda a sabedoria encontrada em Jesus.

Colossenses 2.4 Não deixe que as palavras persuasivas, mas enganosas, dos falsos mestres desviem você da verdadeira sabedoria (v. 3) em Cristo.

Colossenses 2.5 Ausente e convosco. Embora Paulo não conhecesse os colossenses de nem os laodicenses pessoalmente (Cl 2.1), os sentimentos fortes que tinha por eles e o vívido relato de Epafras (Cl 1.7) fizeram-no sentir-se presente com eles em espírito (1 Co 5.3-5).

Colossenses 2.6, 7 Assim como os cristãos colossenses começaram com Cristo, Paulo incentivou-os a continuar a viver (NVI), ou a andar, em Cristo. Paulo emprega quatro palavras para descrever a caminhada dos colossenses em Cristo. O tempo do verbo traduzido como arraigados indica (no particípio) uma ação completa; os cristãos foram arraigados em Cristo. Os três verbos seguintes - edificados, confirmados e crescendo - também indicam o crescimento contínuo que deveria ser característica da caminhada de todo cristão em Jesus.

Colossenses 2.8 Esse versículo é usado às vezes para ensinar que os cristãos não se devem ater a filosofias, mas não é isso que Paulo está dizendo. O próprio apóstolo era perito em filosofia, o que fica evidente por causa de sua interação com os filósofos estoicos e epicuristas de Atenas (At 17.1-34). Paulo estava advertindo os cristãos a não se deixarem levar por nenhuma filosofia que não estivesse de acordo com um conhecimento adequado de Cristo. Os falsos mestres em Colossos haviam combinado pensamentos mundanos com o evangelho, os quais são mencionados por Paulo como os rudimentos do mundo, que alguns interpretam como espíritos, ou anjos, que, supostamente, controlam a vida de alguém (Gl 4.3,9). É mais provável que o termo rudimentos se refira às regras e ordenanças elementares que determinados mestres procuravam impor aos cristãos de acordo com os ditames de filosofias humanas. A acusação mais séria de Paulo contra os hereges foi que o ensino deles não era segundo Cristo e, portanto, eles não estavam andando em Cristo (Cl 2.6,7).

Colossenses 2.9 Nesse versículo, Paulo claramente proclama a encarnação, o fato de Deus se tornar um homem corporalmente. Isso contradiz a ideia gnóstica do mal inerente ao corpo físico e a afirmação de que Jesus é simplesmente um espírito. Os gnósticos acreditavam que a plenitude divina havia sido dividida entre vários seres angelicais, os quais eram os responsáveis pela criação do mundo material. Em contrapartida, o apóstolo diz que a plenitude de Deus existe em Cristo.

Colossenses 2.10 Paulo ilustra a suficiência de Jesus ao demonstrar como os cristãos colossenses são perfeitos. Em Cristo, os irmãos de Colossos haviam abandonado o poder do pecado e da carne (Cl 2.11), recebido a nova vida (v. 12,13), sido perdoados, libertos das exigências impostas por tradições humanas (v. 14) e libertos dos poderes de seres espirituais (v. 15). Não há nada que o cristão precise acrescentar ao que foi recebido em Cristo no momento da conversão. O apóstolo enfatiza a suficiência de Jesus para refutar os gnósticos e os judaizantes, os quais, respectivamente, acreditavam que o conhecimento especial e as obras eram necessários para tornar um cristão perfeito.

Colossenses 2.11 Enquanto se exigia que todos os homens judeus recebessem a circuncisão física, a circuncisão proveniente de Cristo não é feita por mão (Dt 10.16). Em vez de uma simples remoção de carne, a circuncisão cristã é a remoção espiritual do pecado que está no coração, participando da N ova Aliança de Jesus Cristo.

Colossenses 2.12,13 Sepultados com ele no batismo. O batismo é o símbolo da associação do cristão com a morte de Cristo na cruz. O batismo nas águas não traz perdão de pecados, mas Paulo usa o ritual para explicar a obra do Espírito. A Igreja do primeiro século jamais teria entendido a ideia de um cristão que não foi batizado, afinal, batismo e fé eram considerados as realidades externa e interna de um cristão (At 2.38; 10.47,48; 16.33; Rm 6.3-5). Alguns enfatizaram a associação próxima que Paulo faz do batismo e da circuncisão nessa passagem como uma indicação de que o batismo nas águas é um sinal da Nova Aliança, assim como a circuncisão era um sinal da aliança abraâmica.

Colossenses 2.14 Cravando-a na cruz. Não apenas nossos pecados pessoais foram perdoados na cruz, mas também estas regras que nos condenavam foram eliminadas pela morte de Cristo.

Colossenses 2.15 Principados e potestades aludem a Satanás e aos anjos caídos. Paulo está descrevendo a vitória de Cristo na cruz sobre as potestades que se opunham a Ele e que eram contra o povo fiel de Deus. Para descrever esse êxito, o apóstolo usa a cena do triunfo militar, quando prisioneiros de guerra eram despidos e desfilavam atrás do general vitorioso diante do povo. O diabo e suas forças acreditavam que a cruz seria a vitória deles e a derrota de Cristo.

Na realidade, na cruz, o Senhor venceu Seus inimigos, tirou-lhes as armas e os expôs publicamente. E um contraste impressionante com a vitória que o inimigo teve sobre nossos primeiros pais no jardim. Satanás foi o vencedor naquele caso, mas, na cruz, ele foi claramente o perdedor. Diante dessa conquista que obtemos por intermédio de Cristo, devemos ter cuidado com os que enfatizam o demonismo ou chamam a atenção dos cristãos para o poder dos espíritos malignos. Ao darmos reconhecimento ao diabo, nós lhe damos poder. Isso não significa negar as forças malignas; somente manter na perspectiva correta o fato de que o poder deles sobre o reino de Cristo está limitado agora e de que seu destino no fim do mundo será o fim.

Colossenses 2.16-19 Diante da vitória de Cristo sobre Seus inimigos, não devemos ser controlados por aquelas potestades e práticas sobre as quais Ele já triunfou. Os falsos mestres em Colossos estavam tentando os colossenses a prender-se às observâncias externas do judaísmo, como, por exemplo, as restrições judaicas acerca da dieta. Essas eram simplesmente sombras de Cristo.

O judaísmo e seus ritos apontavam para Jesus. Paulo adverte os cristãos em Colossos a não deixarem outros os prenderem a ordenanças das quais Cristo já os havia libertado. Pretexto de humildade. Aqueles que não defendem a salvação somente em Cristo muitas vezes parecem ser humildes. Contudo, ao buscarem uma nova experiência espiritual ou defenderem certas obras como sendo necessárias para a salvação, eles revelam, na verdade, o orgulho humano, pois não querem submeter-se ao plano de salvação divina revelado na Bíblia.

Colossenses 2.20-23 Ordenanças. Uma vez que os cristãos foram libertos de observâncias ritualistas, por que deveriam deixar que outros os prendessem a elas novamente (Rm 6.3-14)? Nenhuma atitude humana pode ser acrescentada ao mérito da morte de Cristo, a qual é a única obra aceitável aos olhos de Deus. Os mandamentos legalistas de outros são devoção voluntária e não são de valor algum para a salvação.