Significado de 2 Tessalonicenses 3

2 Tessalonicenses 3

3:1, 2 Paulo não somente orou pelos tessalonicenses, mas também sentiu a própria necessidade de contar com as orações deles. Ele lhes pediu que orassem pelo avanço do evangelho e pela libertação dele da oposição humana. Tenha livre curso refere-se à rápida propagação do evangelho, enquanto glorificada expressa a ideia de ser triunfante. Os verbos não sugerem uma única vitória, mas uma série contínua de vitórias, marcando o avanço do evangelho por todo o mundo.

Dissolutos significa homens capazes de cometer maldades, enquanto maus indica que eles mesmos são maus e desejam corromper outros. Esses homens talvez fossem judeus incrédulos em Corinto que estavam perseguindo Paulo na época em que ele escreveu esta carta (At 18.12, 13). E possível que os cristãos nunca tenham justiça neste mundo, mas eles podem, sem dúvida, orar para que estejam livres dos maus.

3:3 Embora esteja ciente de que os tessalonicenses podem ser tentados e se mostrar infiéis, Paulo tem certeza de que Deus os confortará ou fortalecerá (2 Ts 2.17; 1 Ts 3:2, 13). Ele sabe que Deus os guardará ou protegerá (Fp 1.6; 1 Ts 5.24). No versículo ele os advertiu acerca dos homens maus (v. 2). Aqui, Paulo lhes assegura que Deus fielmente irá guardá-los para que nem o maligno, o próprio Satanás, se apodere deles. Deve ter sido confortante para os tessalonicenses ouvir isso, pois eles ainda estavam passando por uma terrível perseguição por causa de sua fé (2 Ts 1.4).

3:4 Confiamos mostra que Paulo acreditava que os tessalonicenses obedeceriam às suas ordenanças, mas sua confiança estava no Senhor e se baseava no que o Senhor faria para ajudar esses irmãos a permanecerem fiéis. Paulo tinha uma confiança similar com relação à Igreja em Filipos (Fp 1.6).

3:5 Com a oração para que o Senhor encaminhe o vosso coração, Paulo estava mostrando que o coração, o centro da vontade de uma pessoa, é o lugar onde começa a renovação espiritual. Lá, Deus gera Seu amor e paciência, atributos que produzirão uma colheita de boas obras. O apóstolo usa a palavra encaminhe para mostrar que Deus removerá os obstáculos que talvez estejam impedindo o avanço deles em direção à caridade e paciência. Paulo ora para que os tessalonicenses, quando estiverem diante da perseguição, possam mostrar o mesmo tipo de paciência que Jesus expressou quando as pessoas o rejeitaram.

3:6 Paulo usa aqui uma palavra forte, mandamo-vos (v. 4; 1 Ts 4-2, 11). Não é simplesmente uma sugestão, mas uma ordem obrigatória com a autoridade do Senhor Jesus Cristo. A mesma palavra, encontrada também nos versículos 10 e 12, é usada como referência a uma ordem militar que o indivíduo deve obedecer, senão terá de enfrentar a pena de traição. Paulo instrui os tessalonicenses para que se afastem (NVI) de uma pessoa desobediente ou deixem de ter comunhão com ela. Entre outras coisas isso incluiria não permitir que a pessoa participasse de festas de caridade e da Ceia do Senhor (1 Co 5.9-13). Leia as instruções de Jesus em Mateus 18.15-17.

3:7, 8 Alguns tessalonicenses, talvez usando como pretexto a iminente volta do Senhor, se recusavam a trabalhar e esperavam que outras pessoas da igreja os alimentassem. Em sua carta anterior, Paulo já os havia exortado a trabalhar (1 Ts 4.11, 12). É óbvio que não haviam dado ouvidos à instrução de Paulo, pois, nessa carta, Paulo pede à Igreja para discipliná-los (v. 6). Como um exemplo para todos, Paulo estava trabalhando noite e dia quando pregou entre eles. Seu objetivo era evitar ser um fardo para alguém. Tanto os gregos como os romanos detestavam trabalho manual; normalmente usavam escravos para todas as tarefas do tipo. Em contrapartida, os judeus consideravam o trabalho como uma prova de bom caráter e instruíam seus filhos a trabalharem em um ofício. Paulo fazia tendas para suprir suas necessidades toda vez que isso se fazia necessário em suas viagens missionárias (At 18.1-3).

3:9 Os obreiros cristãos podem contar com o suporte financeiro, e a Igreja tem o dever de pagar aqueles que lhe servem (Lc 10.7; 1 Co 9.6-14; G1 6.6; 1 Tm 5.17, 18). Contudo, Paulo não queria usar sua autoridade para exigir pagamento. Pelo contrário, ele queria ser um exemplo para os outros seguirem. O fato de que ele trabalhava também eliminaria qualquer oportunidade de acusá-lo de ganância. Ele não queria que nada impedisse a propagação do evangelho (1 Co 9.12).

3:10 Mais uma vez usando a expressão vos mandamos isto, Paulo declarou a lei de que se alguém não trabalhar, também não deve comer. Isso se aplica àqueles que não estão dispostos a trabalhar, e não àqueles que não podem trabalhar.

3:11 Ociosidade gera pecado. Aqueles que andam desordenadamente, não trabalhando de forma alguma, fazem coisas vãs, causando problemas e divisão na Igreja.

3:12 Novamente Paulo diz mandamos e exortamos (v. 6, 10). Ele exorta os tessalonicenses para que comam o seu próprio pão e façam isso em silêncio, sem causar divisão e transtorno. Segundo Paulo, a cura para mexericos é o trabalho duro.

3:13 Os cristãos tessalonicenses foram exortados a não ficarem desanimados no trabalho por causa daqueles que não trabalhavam, mas também a continuarem a fazer o bem.

3:14 Não vos mistureis com ele. Mais uma vez (v. 6), os cristãos deveriam deixar de ter comunhão e não se associar com quem desrespeitasse as palavras desta carta inquestionável do apóstolo Paulo. Do contrário, seus vizinhos pagãos poderiam pensar que a igreja tessalonicense aprovava as ações daquela pessoa.

3:15 Admoestai-o como irmão. O desobediente não é um inimigo, mas aquele que precisa de correção. Embora a rebelião devesse ser tratada, Paulo demonstra sua grande compaixão pelos irmãos. Ele odiava o pecado, mas não o pecador.

3:16 Diante da possibilidade de uma desarmonia na Igreja, Paulo orou para que o Senhor da paz guiasse as ações deles, concedendo paz e unidade à Igreja.

3:17 Da minha própria mão. Paulo ditou muitas de suas epístolas para um secretário. Ele acrescenta de próprio punho uma palavra pessoal como prova da autenticidade desta carta (Cl 4-18). Essa prova era necessária porque Paulo suspeitava que os tessalonicenses pudessem ter recebido uma carta falsamente atribuída a ele (2 Ts 2.2). Para prevenir-se contra isso, o apóstolo explicitamente diz aos tessalonicenses que suas palavras de próprio punho no final de uma carta são o sinal oficial de que a carta era dele.

3:18 Para todas as dificuldades que os tessalonicenses, e também Paulo, enfrentavam a solução era a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus não somente era a maior esperança dos tessalonicenses, mas era ele que amorosamente lhes dava força para suportar as provações. Paulo orava para que isso fosse visível no meio deles.

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