Significado de 2 Coríntios 4

2 Coríntios 4

2 Coríntios 4 continua os temas de ministério e transformação espiritual que foram introduzidos nos capítulos anteriores. Neste capítulo, Paulo descreve seu próprio ministério e os desafios que ele enfrenta como apóstolo. Ele também enfatiza a importância de se concentrar no eterno, e não no temporal, e incentiva os coríntios a perseverar em sua fé, apesar das dificuldades que possam enfrentar.

Um dos temas principais de 2 Coríntios 4 é o contraste entre o temporário e o eterno. Paulo enfatiza que as provações e aflições que ele e seus companheiros apóstolos suportam são temporárias e passageiras, enquanto a glória e a recompensa que os aguardam na eternidade são eternas e imutáveis. Ele encoraja os coríntios a manterem os olhos fixos no eterno, em vez de desanimarem com as dificuldades temporárias que podem enfrentar nesta vida.

Outro tema importante neste capítulo é o papel da fé na vida do crente. Paulo enfatiza que seu ministério é baseado na fé, e não na visão, e que o mesmo é verdade para todos os crentes. Ele encoraja os coríntios a viverem pela fé e não pelo que podem ver ou tocar, e os lembra que o mesmo Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos também os ressuscitará no último dia.

No geral, 2 Coríntios 4 é um chamado poderoso para perseverar na fé e manter nossos olhos fixos no eterno, e não no temporal. É um lembrete de que as dificuldades e provações que enfrentamos nesta vida são temporárias e passageiras, enquanto a glória e a recompensa que nos aguardam na eternidade são eternas e imutáveis. Através deste capítulo, Paulo nos encoraja a viver pela fé e não pelo que podemos ver, e a confiar no Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos para também nos ressuscitar para uma nova vida nele.

Comentário de 2 Coríntios 4

2 Coríntios 4:1-3 Paulo agora apresenta uma conclusão a partir do que disse sobre seu ministério em 2 Coríntios 3.4-18. Este ministério é o ministério do Novo Testamento (2 Co 3.6), o ministério do Espírito (2 Co 3.6), de vida (2 Co 3.7) e de justiça (2 Co 3.9). E um ministério glorioso (2 Co 3.7-12) de liberdade (2 Co 3.17). Paulo não obteve esse ministério por suas habilidades humanas, mas pela misericórdia de Deus (2 Co 3.5, 6). Desfalecer significa ficar cansado, ou desesperar-se. Não importa o quanto seja difícil a tarefa ou a intensidade da oposição, Paulo não bateu em retirada, mas falou com ousadia, pois estava motivado e sustentado pela graça de Deus (2 Co 3.12; lTs 2.1-12).

Oculto aqui significa secreto. Paulo rejeitava a astúcia para falsificar a palavra de Deus (2 Co 2.17). Aparentemente o apóstolo havia sido acusado disso (2 Co 12.16) e de enganar o povo pela maneira como pregava. O apóstolo defendeu seu ministério, que era baseado na verdade da Palavra de Deus.

2 Coríntios 4:4, 5 Os ímpios têm uma barreira a ser transpassada: o deus deste século cegou a mente deles. Em função do engano de Satanás, às vezes, o que o mundo pensa ser uma verdade óbvia é um tremendo engano (Pv 14-12).

Imagem de Deus. Jesus Cristo é o Filho de Deus, e revela-nos com perfeição Deus Pai. Embora os seres humanos tenham sido criados à imagem de Deus, por causa do pecado perderam o relacionamento perfeito com Deus e a imagem do Criador ficou ofuscada no homem. Por isso, Jesus Cristo restaura os cristãos à condição em que foram originalmente criados para desfrutarem das bênçãos divinas em sua plenitude (2 Co 3.18; Gn 1.26). Cristo Jesus, o Senhor. A mensagem de Paulo é que Jesus é divino.

Servos. Paulo descreve a si próprio e aqueles que ministravam com ele como escravos do povo. Eles serviram aos coríntios por amor de Jesus.

2 Coríntios 4:6 Assim como Deus ordenou que a luz brilhasse nas trevas na criação (Gn 1.3), também ele acende a luz nos corações do povo para que todos possam ver quem Jesus Cristo é. As pessoas que não acreditam são cegadas por Satanás (v. 4). Entretanto, os cristãos veem a luz.

2 Coríntios 4:7 O tesouro, a revelação divina de Jesus Cristo, está em vasos de barro comuns! O motivo por que Deus coloca um tesouro tão valioso em um jarro simplório é para que a riqueza não possa ficar aparente, demonstrando que o poder [e a glória] do evangelho vem de Deus, e não do utensílio.

2 Coríntios 4:8 Atribulados. No texto grego, uma expressão idêntica aparece em 2 Coríntios 7.5, onde é traduzida como em tudo fomos atribulados. Entretanto, nesse mesmo trecho Paulo acrescenta: por fora combates, temores por dentro. Portanto, em tudo significa interiormente e exteriormente. Todavia, Paulo não estava angustiado (palavra composta no idioma grego pelos vocábulos estreito espaço).

Perplexos deriva de dois vocábulos gregos: não e caminho. Logo, alguém fica perplexo quando não encontra uma saída. No entanto, Paulo não estava desanimado, que em grego significa totalmente perdido. Como cristãos, iremos enfrentar tribulações. Todavia, devemos lembrar que Deus controla essas provações e faz uso delas para nos fortalecer. A glória do Senhor se manifesta por meio de vasos quebrantados, em pessoas que suportam as dificuldades confiando no poder divino.

2 Coríntios 4:9 O que está por trás do significado da palavra perseguidos é a ideia de alguém que é caçado como um animal. Paulo não foi desamparado pelo Senhor, mas sim abatido. Isto aconteceu literalmente (At 14:19). Na cidade de Listra, uma multidão o apedrejou, deixando-o à morte. Entretanto, ele não foi destruído, pois conseguiu sobreviver (2 Co 11.23-33). O Senhor poupou a vida do apóstolo para que ele continuasse a pregar as boas-novas e testificasse sobre a libertação divina.

2 Coríntios 4:10, 11 A frase trazendo sempre... a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo significa estar sempre entregues à morte por amor de Jesus. Em seu serviço para Cristo, Paulo constantemente enfrentava risco de morte para que a vida de Jesus fosse manifesta. A libertação divina do apóstolo foi uma evidência de que Jesus vive (2 Co 1.8-10). Para Paulo, a morte e a ressurreição de Jesus eram um exemplo para seu ministério. Em suas aflições, o apóstolo participou do sofrimento e da morte de Jesus. Entretanto, o fato de Paulo suportar todos os tipos de provações cooperou para que a vida eterna fosse experimentada por aqueles a quem ele pregava o evangelho. Da mesma maneira, a morte de Cristo foi apenas um precursor de Sua ressurreição para a vida eterna.

2 Coríntios 4:12 Em vós, a vida. Caso Paulo não estivesse disposto a arriscar sua vida para levar o evangelho a Corinto, os coríntios não teriam ouvido falar de Jesus, crido nele e recebido a vida eterna.

2 Coríntios 4:13 Por isso, falei. Citando o Salmo 116.10, Paulo explicou por que estava disposto a colocar a vida em risco pelo Reino de Deus: sua crença no evangelho o estimulava a contar isso a outros.

2 Coríntios 4:14 O que ressuscitou. A fé de Paulo estava no poder de Deus para ressuscitá-lo, o que o motivava a enfrentar dificuldades, perigos e até a morte em favor de Cristo. Sabendo. Paulo confiava naquilo que conhecia a respeito de Deus, e não em suas próprias emoções.

2 Coríntios 4:15 Por amor de vós. Todo o sofrimento que Paulo enfrentou (v. 8-11) promoveu o bem para ele e outros, glorificando a Deus.

2 Coríntios 4:16 Paulo concluiu que os coríntios não deveriam desfalecer, porque Deus os vivificaria em Cristo (v. 14). Este é um excelente princípio. O enfoque apropriado em nosso futuro glorioso com Cristo nos capacita a suportar qualquer tipo de tribulação.

O homem exterior aqui é o aparente, que está relacionado aos vocábulos vaso de barro (v. 7), corpo (v. 10), carne mortal (v. 11), casa terrestre (2 Co 5.1) e tabernáculo (2 Co 5.1). As aflições (2 Co 4:17) que Paulo experimentou (2 Co 4:8-10) contribuíram para essa mortificação. As pressões afligiam apenas seu exterior, pois o homem interior se renovava diariamente. Embora o exterior esteja definhando e morrendo, o interior não se deixa abater pois está sendo renovado e revitalizado por Deus.

2 Coríntios 4:17 Produz aqui significa operar. As aflições produzem glória. Entretanto, esta última tem uma proporção muito maior que as aflições: as tribulações são leves e temporárias se comparadas à glória eterna que iremos receber (Mc 10.30). O enfoque de Paulo no futuro o capacitava a avaliar os problemas da maneira correta e perceber como eram pequenos em comparação aos resultados eternos que produziam.

2 Coríntios 4:18 O verbo atentar significa manter os olhos em, considerar, contemplar. A forma substantiva desse verbo significa objetivo (Fp 3.14). Para não desanimar, o cristão precisa mudar seu foco, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem, e enxergar as recompensas eternas que irá receber (v. 17).

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