Significado de 2 Coríntios 3

2 Coríntios 3

2 Coríntios 3 enfoca a natureza do ministério cristão e a superioridade da nova aliança sobre a antiga. Paulo começa contrastando as “cartas de recomendação” que algumas pessoas usam para provar sua autoridade com o endosso mais poderoso de vidas transformadas que vem do Espírito. Ele continua explicando que o ministério da nova aliança, que traz justiça e liberdade, é muito superior ao ministério da antiga aliança, que traz morte e condenação.

Um dos temas-chave de 2 Coríntios 3 é o contraste entre a antiga aliança, escrita em tábuas de pedra, e a nova aliança, escrita nos corações humanos pelo Espírito. Paulo enfatiza que a antiga aliança, dada por meio de Moisés, era um arranjo temporário que não poderia trazer a verdadeira justiça ou mudança duradoura. Em contraste, a nova aliança, baseada na obra de Cristo, traz verdadeira transformação e libertação do poder do pecado.

Outro tema importante neste capítulo é o papel do Espírito na vida do crente e no ministério da Igreja. Paulo enfatiza que o Espírito dá vida e que a letra da lei, sem o Espírito, só traz morte. Ele também destaca a importância da ousadia e abertura no ministério, argumentando que o véu que cobria a face de Moisés foi removido por meio de Cristo e que agora podemos nos aproximar de Deus com confiança e liberdade.

No geral, 2 Coríntios 3 enfatiza a superioridade da nova aliança sobre a antiga, o poder transformador do Espírito e a importância da ousadia e da liberdade no ministério cristão. É um lembrete de que nossa autoridade e poder como crentes não vêm de credenciais externas ou da letra da lei, mas da obra de Cristo em nossos corações e da obra contínua do Espírito em nossas vidas.

Comentário de 2 Coríntios 3

3:1-18 Paulo contrasta aqui a obra transformadora do Espírito na vida de seus leitores com as cartas de recomendação levadas por outros mestres religiosos (v. 1-6), bem como com a Lei de Moisés gravada empedras (v. 7-18).

3:1 Tendo declarado mais uma vez sua sinceridade (2 Co 2.17), Paulo pergunta se precisava de cartas de recomendação para lhe garantir apoio, como alguns faziam. A linguagem indica que os falsos apóstolos mencionados mais adiante na carta (2 Co 11.13) tentaram obter aceitação valendo-se de tais referências eclesiásticas.

3:2 Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações. Os coríntios eram a “carta de recomendação” do apóstolo Paulo. Esta passagem não condena as cartas de recomendação. O próprio Paulo se valeu delas antes e depois de sua conversão (At 9.1, 2; 2 Co 8.22; Rm 16.1; 1 Co 16.10; Cl 4.10). Neste caso, o apóstolo não necessitava de cartas de recomendação pois já possuía uma: os cristãos de Corinto e seu ministério entre eles. O amor de Paulo pelos coríntios era conhecido por todos que tinham contato com seu ministério. Uma das qualificações que se deve ter para se exercer o evangelismo é justamente o amor pelo próximo, tanto pelo povo de Deus como pelos perdidos.

3:3 A carta de Cristo. Paulo apelou aos próprios coríntios em busca de provas da autenticidade de seu ministério. Deus havia transformado a vida deles, o que qualquer um podia constatar.

3:4 Confiança. Paulo estava convencido de que Cristo tornaria eficiente seu ministério.

3:5, 6 Capaz nesse trecho significa adequado, competente. Paulo depositava sua confiança não em si próprio, ou em suas capacidades, mas no Senhor. Essa é a resposta à pergunta feita em 2 Coríntios 2.16: para essas coisas, quem é idôneo? A letra é uma referência à antiga aliança, ou seja, aos Dez Mandamentos escritos em pedra. A letra mata porque todos infringem a Lei e a punição para isso é a morte.

3:7-11 Agora Paulo apresenta três contrastes entre o Antigo e o Novo Testamento. Cada contraste começa com se (v. 7, 9, 11). Nestes exemplos, o Novo Testamento é mostrado como sendo mais glorioso do que o Antigo (v. 8, 9, 11).

3:7, 8 Paulo lista o primeiro dos três contrastes entre o Antigo e o Novo Testamento (v. 7, 9, 11). Primeiro, o Antigo Testamento, gravado com letras em pedras (uma referência aos Dez Mandamentos), era glorioso, mas o ministério do Espírito é de maior glória, porque a glória da dispensação da Lei entregue a Israel por intermédio de Moisés era transitória. Além disso, embora a Lei em si seja santa (Rm 7.12), a dispensação da Lei opera morte [por causa do pecado, que vem pelo conhecimento da Lei], enquanto a dispensação da graça pelo Espírito opera vida (v. 6). O Espírito Santo produz vida eterna.

3:9, 10 O segundo contraste (v. 7, 11) é que o Antigo Testamento era o ministério da condenação, mas o Novo Testamento é mais glorioso porque é o ministério da justiça. Deus declara justos aqueles que acreditam em Seu Filho, e então o Espírito Santo capacita o cristão a viver corretamente. A primeira obra de Deus é chamada justificação, e a segunda é chamada santificação.

3:11 O terceiro contraste (v. 7, 9) é que um ministério era transitório enquanto o outro, permanece. O novo concerto superaria o antigo, estabelecido no monte Sinai entre Deus e a nação de Israel.

3:12 Paulo teve ousadia no falar, expressão grega que significa liberdade de expressão, ou franqueza. Em vez de mostrar-se temeroso ou relutante, Paulo foi sincero e corajoso.

3:13 Não somos como Moisés. Em seguida, vem uma alegoria a respeito do relato apresentado em Êxodo 34-29-35. Punha um véu sobre a sua face. O véu não servia para esconder a glória, mas para obscurecê-la. O povo pôde ver o brilho, porém não diretamente. Esse véu não apenas encobria o brilho da glória, mas também escondia o fim daquilo que era transitório. Essa temporariedade da glória que acompanhava o antigo concerto não estava evidente aos filhos de Israel. Para Paulo, isso tinha um significado bastante claro.

3:14, 15 O véu na face de Moisés lembrava Paulo de outro véu. Assim como o que cobria o rosto de Moisés escondia a glória temporária do ministério daquele ministro, também existia um “véu” sobre o coração do povo escondendo o desvanecer do antigo concerto.

3:16 Então... se tirará. Sempre que Moisés se voltava para o Senhor, retirava o véu (Ex 34.34). De maneira semelhante, temos liberdade em Cristo de “olharmos” diretamente para Deus, tendo acesso direto a Ele e à Sua glória.

3:17 O Senhor é Espírito. O Espírito Santo é o próprio Deus, assim como o Pai e o Filho. Liberdade. O Espírito nos liberta do pecado, da morte e da condenação da Lei [do pecado] (v. 7-12).

3:18 Todos os cristãos contemplam a glória do Senhor nas Escrituras, e são transformados à imagem de Deus. Cristo é essa imagem exata do caráter de Deus-Pai (2 Co 4-4). De glória em glória indica uma glória sempre crescente. Assim como os cristãos contemplam a glória de Deus na Sua Palavra, o Espírito de Deus os transforma para que alcancem a semelhança de Jesus Cristo. Essa é uma descrição do processo gradual de santificação. Se desejamos tornar-nos como Cristo, devemos dedicar-nos a aprender sobre Ele na Palavra de Deus. Esse reflexo, então, torna-se a matéria-prima que o Espírito de Deus utiliza para moldar a semelhança de Cristo em nós.

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